Guerra no Leste Europeu

Presidente do COI diz que nem todos os russos devem ser punidos no esporte

Segundo Thomas Bach, a Guerra "não foi iniciada pelo povo russo, pelos atletas da Rússia, pelo Comitê Olímpico da Rússia ou por membros do COI na Rússia"

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou nesta sexta-feira que nem todos os russos devem sofrer punições no ambiente esportivo, por conta da invasão da Rússia na Ucrânia. Ele defendeu a decisão da entidade de manter em seus quadros ex-atletas russos, como Yelena Isinbayeva e Shamil Tarpishchev.

"Não há justiça se você pinta todos com o mesmo pincel. Isso até seria contraproducente porque ajudaria na propaganda daqueles que afirmam que as sanções são parte de uma grande conspiração contra seu país", declarou Bach, em longo discurso no último dia do congresso do COI.

O dirigente alemão fez a declaração em defesa de decisão anterior da entidade de manter os russos como membros do COI, há cerca de 10 dias. Na ocasião, o comitê foi alvo de críticas porque, inicialmente, havia defendido sanções diversas sobre atletas e equipes russas e belarussas nas competições internacionais. As punições foram aplicadas por várias federações de diferentes modalidades pelo mundo.

"Esta guerra não foi iniciada pelo povo russo, pelos atletas da Rússia, pelo Comitê Olímpico da Rússia ou por membros do COI na Rússia", afirmou. Na declaração, ele inverteu a posição dos membros. Ao invés de serem representantes dos seus países no COI, eles se tornaram, na fala de Bach, representantes da entidade nos países.

Por fim, o presidente negou que o COI tenha indicado punições aos russos e belarussos, mas sim "medidas de proteção". "A segurança dos atletas e oficiais russos e belarussos não poderia ser garantida por causa do profundo sentimento anti-Rússia em vários países, devido à invasão".

Antes destas declarações, Bach concedeu a abertura do dia ao ucraniano Serguei Bubka, lenda do salto com vara e presidente do Comitê Olímpico da Ucrânia. O ex-atleta agradeceu pela ajuda humanitária que o COI vem dando ao país, através de um fundo criado logo após a invasão russa. Segundo o ucraniano, o fundo já supera US$ 2,4 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões).

"Hoje temos aproximadamente 3 mil ucranianos, entre atletas e treinadores, em diferentes partes do mundo, recebendo nosso suporte. Através do fundo, já conseguimos ajudar financeiramente 65 projetos individuais. Somos gratos ao COI e à comunidade olímpica global", declarou Bubka.

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