Velocidade, comprometimento tático e versatilidade. Estes são três atributos indispensáveis para um jogador profissional de futebol atualmente. Os níveis de intensidade e competitividade do esporte mais amado do planeta são crescentes. Para chegar ao êxito, grandes equipes, treinadores e jogadores ousam e se adaptam. Cientes disso e com grandes objetivos para a temporada, Palmeiras, Corinthians e Flamengo adotam a essa estratégia, na tentativa de surpreender com Danilo, Du Queiroz e Willian Arão, volantes de origem que podem ser considerados “coringas”, as cartas na manga dos técnicos portugueses na trinca dos gigantes brasileiros.
Embora tenham filosofias diferentes, os lusos Abel Ferreira, Vítor Pereira e Paulo Sousa mostram que existem um elo entre as suas convicções: o papel do volante ofensivo. No Corinthians, os cães de guarda artilheiros costumam dar as caras de tempos em tempos. Com Mano Menezes, Elias era a válvula de escape. Na Era Tite, Paulinho desempenhava a função com maestria. Agora, chegou a hora de uma cria do Terrão assumir a responsabilidade. Em agosto do ano passado, o técnico Sylvinho foi o responsável por lançar Du Queiroz ao profissional. Porém, é sob a mentoria de Vítor Pereira que o jovem de 22 anos vem caindo nas graças da fiel.
Em um Corinthians que se desdobra entre Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores, fôlego e experiência são primordiais. Disposição o volante alvinegro tem de sobra. Rodagem ele vem adquirindo e sem se intimidar com adversários e ambientes de pressão. São 24 jogos disputados até aqui, 11 deles pela Série A e Libertadores, principais objetivos do clube. Com 17 desarmes nos dois torneios e 86,5% nos passes, ele se credencia como um dos pilares do time. E é lá na frente que ele vem pedindo passagem. Na quarta-feira, marcou o seu primeiro gol como profissional. Gol importantíssimo por vaga às oitavas de Liberta. Balançou as redes contra ninguém menos que o Boca Juniors, em plena La Bombonera. A rede estufada reforça um amadurecimento do volante.
No elenco bicampeão da América, o destaque veste a camisa 28. Vivendo a terceira temporada a carreira profissional, Danilo é um dos intocáveis no Palmeiras, ao lado do trio composto por Dudu, Rony e Raphael Veiga. A consistência defensiva e o excelente aproveitamento no campo adversário geraram pedidos públicos pela convocação dele para Seleção Brasileira. Os cinco gols e a assistência em 22 jogos foram o suficiente para o técnico Tite dar uma chance ao palmeirense de 21 anos.
Pouca idade e futebol de gente grande. Vestir a amarelinha será mais um feito para a meteórica carreira de Danilo. Em 2020/21 foi o caçula do time na decisão da Libertadores contra o Santos. Mais maduro, no ano passado, trilhou o mesmo caminho e saboreou mais uma conquista continental. Agora, o foco é pelo tricampeonato e taças nacionais disputadas pelo Verdão.
Diferentemente dos colegas de posição, Willian Arão tem mais bagagem e experiência. Na atual temporada, o campeão da Libertadores 2019 vive uma gangorra, com irregularidades, mas ainda pode ser considerado um dos trunfos do Flamengo na Era Paulo Sousa. Ora zagueiro, ora volante, ele soma 24 exibições até o momento. As bolas na rede estão virando rotina.
São cinco gols marcados, três deles nos últimos dois jogos, além de duas assistências. Na função de cão de guarda, ele segue a cartilha, com índice de 88% de aproveitamento nos passes, além de 2,05 roubadas de bola por partida, considerando somente os compromissos pela Libertadores e Brasileirão. Para afastar de vez as críticas e ajudar o Flamengo na sequência continental e e tirar a equipe da parte de baixo da tabela do nacional, é preciso que as boas atuações sejam mantidas.
*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz