Sete clubes deram sinal positivo para a criação da Libra, a Liga do Futebol Brasileiro. A reunião aconteceu nesta terça-feira (3/5), em um hotel de São Paulo. Nos bastidores, a expectativa por avanços era alta, mas não houve o acordo coletivo.
A reunião contou a presença de 23 representantes de clubes das duas primeiras divisões, a maioria da Série A. Entre os presentes, apenas sete assinaram o documento da Codajas Sports Kapital, que prevê a criação da liga para organizar o Campeonato Brasileiro. São eles: Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, além do Cruzeiro, que disputa a Série B.
O presidente do Santos, Andrés Rueda, mostrou otimismo. “Os 40 clubes são a favor da criação da liga. Agora, é só acertar as arestas e dia 12, com certeza, será uma grande festa na CBF”, afirmou o dirigente do Peixe.
Mesmo com a reunião e assinaturas, o acordo coletivo não foi atingido. Houve insatisfação pública de dirigentes, entre eles, a do presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia. Para ele, a liga ainda não está criada e citou que o bloco composto pelos cinco paulistas e o Flamengo foi ao encontro com estatutos prontos, enquanto outros não tiveram tempo para analisar as condições.
"Para eles está criada, mas não existe liga de seis clubes. Nós pedimos aos clubes que não se assinasse nada hoje. Pedimos que se discutisse e se assinasse na CBF, na próxima semana”, disse.
O cartola paranaense também citou que a divisão de cotas de televisão entre os times pode ser um entrave para novos avanços. “O que nós queremos é dividir melhor, mais justo, e não o Flamengo ter 70 vezes o valor do Athletico-PR em pay-per-view. Setenta vezes na mesma competição”, ressaltou o presidente do Furacão.
O grupo “Forte Futebol”, encabeçado pelo Atlético-MG e composto por 10 clubes da Série A que se consideram “emergentes”, reivindica que a divisão das costas seja 50% de valor fixo, 25% por audiência e os outros 25% pelo desempenho na competição. A proposta da Codajas prevê a divisão de outra forma: 40% dos valores fixos, 30% variável pelo desempenho em campo, além dos 30% pela audiência.
Na visão do presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, as discordâncias fazem parte das diligências. "Divergências são normais, é um processo que há muito tempo o futebol brasileiro vem buscando na formação da tão sonhada liga. A gente sai muito feliz, muito contente que foi dado o primeiro passo", declarou. "Até 12 de maio, a gente espera que todos os clubes, alguns ainda com problemas de conselho, de aprovações, de parte jurídica, os 40 clubes da Série A e B façam parte", pontua.
Uma nova reunião acontecerá na próxima semana, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. Estarão presentes os 40 times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima