SELEÇÃO BRASILEIRA

Raphael Veiga e os exemplos de Fred, Kaká e Ronaldo no sonho de ir à Copa

Em 1994, 2002 e 2006, Seleção Brasileira teve Ronaldo, Kaká e Fred cravando vaga no Mundial com poucos jogos de teste e na reta final da corrida. Tite faz convocação para três amistosos nesta quarta-feira (11/5) com Veiga no radar

Danilo Queiroz
postado em 10/05/2022 19:40 / atualizado em 10/05/2022 19:42
 (crédito: Cesar Greco/Palmeiras)
(crédito: Cesar Greco/Palmeiras)

Nesta quarta-feira (11/5), às 10h, o técnico Tite fará a penúltima convocação da Seleção Brasileira antes da Copa do Mundo, marcada entre novembro e dezembro. O chamado de 26 nomes para os amistosos contra Coreia do Sul, Japão e Argentina está recheado de expectativa para um nome que ainda não teve chance com o treinador canarinho. Brilhando no Palmeiras nos últimos anos, o meio-campista Raphael Veiga, do Palmeiras, almeja a primeira oportunidade com a Amarelinha seis meses antes de a bola rolar no Mundial. E ele tem bons exemplos para se apegar que ainda é possível ir ao Qatar.

A caminhada do centroavante Fred, atualmente no Fluminense, até a Copa da Alemanha, em 2006, teve uma arrancada decisiva nos últimos meses. Um ano antes do torneio, ele vinha de temporadas brilhantes com a camisa do Cruzeiro e tinha apelo popular em volta de seu nome para ser chamado pelo primeira vez para vestir a camisa da Seleção Brasileira. A chance veio em abril de 2005. Na ocasião, o Brasil faria a despedida de Romário em amistoso contra a Guatemala e o técnico Carlos Alberto Parreira podia convocar apenas jogadores que atuassem em clubes do Brasil.

A promessa celeste de 21 anos foi lembrada e jogou 45 minutos na vitória por 3 x 0. Depois, Fred foi chamado apenas em novembro de 2005. Diante dos Emirados Árabes Unidos, fez os dois primeiros gols vestindo a Amarelinha na goleada por 8 x 0. No ano da Copa, foi convocado três meses antes para um amistoso contra a Rússia, quando atuou por 24 minutos. “Ainda tenho esperança. Sei que vai ser muito difícil porque o grupo está praticamente fechado, mas, quem sabe? Sempre surge alguma surpresa de última hora”, disse, à época, em entrevista ao programa Arena SporTV. No fim, ele foi à Alemanha.

Dois nomes de grande porte engrossam a lista de exemplos. Em 2002, quando dava os primeiros passos na carreira, Kaká teve roteiro parecido. Precisou de três amistosos em 2002, o primeiro deles seis meses antes da Copa do Mundo, para ganhar uma vaga para fazer parte do grupo pentacampeão mundial no Japão/Coreia do Sul. No tetracampeonato de 1994, Ronaldo não entrou em campo pela Seleção Brasileira, mas esteve presente nos Estados Unidos. A então promessa teve o mesmo roteiro de três jogos no ano da competição: Argentina, Islândia (quando fez o primeiro gol) e Honduras.

Mesmos três jogos

Ao contrário de Fred, Kaká e Ronaldo, que estavam começando as carreiras, Raphael Veiga tem idade mais avançada. Mas se for lembrado na convocação desta quarta-feira (11/5), teria a mesma quantidade de jogos do trio para apresentar suas credenciais, tentar repetir o desempenho do Palmeiras e ganhar um lugar entre os convocados para o Qatar. Aos 26 anos, o meio-campista nunca vestiu a camisa da Seleção Brasileira. Porém, o desempenho recente nos jogos do alviverde criaram um clamor em torno de seu nome para receber pelo menos uma oportunidade nos próximos jogos da equipe canarinho.

"Eu fico feliz por todo esse reconhecimento da imprensa, da torcida. Tenho feito o meu trabalho, vou continuar fazendo. O que eu posso controlar é o que eu vivo hoje, do presente. Fico na expectativa, lógico, por uma convocação, mas sempre respeitando as decisões de quem está lá. É isso. Estou muito feliz aqui no Palmeiras e quero continuar ganhando título", destacou Veiga, em abril, durante a premiação do Campeonato Paulista conquistado pelo alviverde. No torneio, inclusive, o camisa 23 teve papel fundamental na caminhada em direção à taça.

Tite não fecha as portas

Tite também não escapa dos questionamentos por Raphael Veiga na Seleção. No chamado, o jogador do Palmeiras estava na pré-lista, mas acabou fora dos jogos das Eliminatórias contra Chile e Bolívia. O treinador, porém, não fechou as portas para o palmeirense e nenhum outro nome. “Um dos aprendizados que o tempo tem me dado como técnico é não fechar possibilidades reais, que elas acontecem. Nós, responsáveis por esse comando, temos que deixar aberto, se não fica um pré-conceito, e eu luto contra o pré-conceito, contra a ignorância”, explicou.

Se Raphael Veiga estará entre os 26 nomes para os próximos compromissos da Seleção Brasileira, somente Tite poderá responder. No mais positivo dos cenários, um dos maiores destaques atuais do futebol brasileiro tem, ao menos, uma história parecida para se apegar em busca de um lugar na convocação final do time canarinho para a busca do hexacampeonato mundial no Catar. A convocação final do Brasil para a Copa do Mundo está prevista para outubro. Antes, o time terá mais uma leva de chamado para os amistosos da Data Fifa de setembro.

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