É final "pão de queijo" em Brasília. Pela terceira temporada consecutiva, Minas e Praia Clube decidem o título da Superliga Feminina de vôlei. Desta vez, o palco para o duelo mineiro será a Arena BRB Nilson Nelson, no centro da capital federal. O campeão começará a ser conhecido a partir desta sexta-feira (22/4), às 21h, no primeiro duelo da decisão. O segundo confronto será daqui a uma semana, no mesmo horário e local. Se houver empate na série, o troféu conhecerá o seu dono em 3 de maio.
Minas e Praia Clube são os responsáveis por frear a hegemonia do Rio de Janeiro na liga nacional. De 2018 para cá, foram três finais protagonizadas pela dupla — uma vencida pelo Praia, em 2018, e outras duas com triunfo do Minas, em 2019 e 2021. Para o time de Uberlândia, a decisão é a oportunidade de igualar-se ao conterrâneo em números de títulos recentes e acender ainda mais a rivalidade que extrapolou as fronteiras de Minas Gerais.
O duelo promete ser quente. Em comparação ao adversário, o Praia Clube é quem detém os melhores números em pontos de saque e de bloqueio. O bom aproveitamento nos quesitos são méritos da central Carol, com 30 pontos de serviço e 120 no cerco da rede. Do outro lado, o Minas lidera no aproveitamento de ataque e na qualidade de passe. O esquadrão de Belo Horizonte tem 56% de aproveitamento de bolas na quadra ofensiva e 65% de rendimento nas articulações de jogadas.
Mandante do primeiro jogo, o Praia Clube fez a melhor campanha da fase classificatória, com 20 vitórias em 22 partidas. Nas quartas de final, eliminou Pinheiros e o Flamengo na última parada antes da finalíssima contra o Minas, em Brasília. No elenco da equipe finalista da Superliga pela quarta vez, o técnico Paulo Coco conta com pilares experientes capazes de decidir o confronto. A central Waleska joga para fazer sua despedida do voleibol. Aos 42 anos, a medalhista de ouro em Pequim-2008 e bronze em Sydney-2000 anunciou a aposentadoria ao fim da temporada. Ela foi a capitã do Praia Clube na conquista nacional em 2017/2018.
Para faturar o segundo título de sua história, o Praia Clube precisa seguir o ritmo da fase classificatória. O time de Uberlândia venceu os dois confrontos contra o Minas na temporada regular, ambas por 3 sets a 2, em partidas de extremo equilíbrio, à altura dos últimos finalistas do torneio. Para o técnico Paulo Coco, o sucesso é fruto do trabalho e espera que o resultado seja o mais feliz. Ele e sua equipe tiveram a oportunidade de conquistar um título no Distrito Federal. Em outubro, o Praia levou a melhor sobre o próprio Minas e conquistou o inédito caneco do Sul-Americano no Ginásio do Sesi Taguatinga.
"É uma série na qual temos de estar preparados para tudo. Precisamos focar no primeiro jogo, pois o título vem com duas vitórias e ela vem a cada jogo. Temos de focar no nosso jogo agressivo, sacar muito bem e procurar tirar a bola da mão da Macris. O importante é estarmos preparados para todas as situações a fim de fazer de tudo para levar o título para Uberlândia", disse o técnico do Praia.
O Minas deseja que o centro do poder do Brasil seja o palco para mais uma consagração nacional. Atual bicampeão, o esquadrão de Belo Horizonte garantiu-se no mata-mata com as credenciais de segundo melhor time do torneio. Na primeira fase, venceu 18 dos 22 compromissos classificatórios. Na semifinal, despachou o Sesi Bauru de forma contundente para jogar a decisão em Brasília.
Por sinal, a capital é a cidade natal da central Júlia Kudies. Com 1,96m de altura, ela tem o bloqueio como maior virtude. São 48 pontos no quesito. Ela é a segunda atleta do Minas com melhor aproveitamento no índice, atrás apenas da Thaísa (79 pontos).
Para continuar no topo do país, o técnico Nicola Negro deposita confiança no elenco capitaneado pela experiente meio de rede Carol Gattaz. O elenco é estrelado e conta, ainda, com as presenças da central Thaísa, campeã olímpica em Pequim-2008 e Londres 2012, e da levantadora Macris, prata em Pequim-2020.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima