É praticamente impossível falar em Flamengo e Palmeiras e não lembrar do poderio financeiro desenvolvido pelos dois clubes nos últimos anos. Os cofres cheios possibilitaram que a dupla mais valiosa do Brasil investisse em jogadores de destaque e colocasse em ação planteis multicampeões, com os principais títulos nacionais e, claro, da Libertadores. Porém, do ano passado para cá, a realidade parece vir mudando. As contratações badaladas vão dando lugar a algumas soluções caseiras. Os técnicos portugueses Paulo Sousa e Abel Ferreira encontraram, em dois jovens volantes da base, o ponto de equilíbrio para os seus meios de campo.
Pelo momento de instabilidade que paira sobre o Ninho do Urubu, poucas são as unanimidades entre os que costumam ir a campo. Debaixo das traves, não é possível cravar se o recém-chegado Santos assumirá o posto ou se Hugo seguirá na posição. Na zaga, são seis as opções. No comando do ataque, Gabigol é o único com vaga cativa. No meio, João Gomes é outro dos intocáveis de Paulo Sousa. Das 18 partidas que o Flamengo disputou até o momento, a cria da base rubro-negra esteve presente em 16, dez delas como titular. Os números colocam o jovem volante na quinta colocação dos que tiveram mais minutos desde o início da temporada.
A versatilidade é a marca do camisa 35 rubro-negro. Com 44 desarmes na conta, João Gomes é o líder flamenguista no quesito e mostra solidez defensiva. A mesma lucidez é comprovada com a bola nos pés. Ele possui bons índices de precisão nos passes e dribles certos, atuando como peça fundamental para criação das jogadas. Sob incertezas e protestos, a tendência é que João Gomes se mantenha na titularidade para o jogo de hoje, pela segunda rodada da Libertadores, diante do Talleres, às 21h30, no Maracanã.
Cão de guarda alviverde
De caçula na final da Libertadores 2020 contra o Santos a pedido forte na lista de Tite na Seleção Brasileira, Danilo é um dos grandes destaques do estrelado Palmeiras, do trio Dudu, Rony e Raphael Veiga. Consciente sem a bola, o volante é o cão de guarda da defesa campeã paulista, que sofreu apenas sete gols. Abel Ferreira enxerga o garoto como um trunfo. Além de cumprir a cartilha de um bom volante, limitando os espaços e ações adversárias, com interceptações de passes e roubadas de bola, o baiano de 20 anos também costuma tirar onda de atacante.
Das 13 partidas que disputou em 2022, balançou as redes adversárias três vezes — duas em clássicos. Foi dele o gol da vitória sobre o Corinthians, na fase classificatória do Paulistão, assim como também foi o responsável por abrir os caminhos da virada histórica do placar agregado na final sobre o São Paulo. A pouca idade de Danilo contrasta com os números de gente grande. Na equipe principal desde 2020, ele está a três partidas da marca de 100 exibições pelo Verdão. O número pode ficar ainda mais próximo caso seja confirmado como titular para o duelo de hoje, às 21h30, diante do Independiente Petrolero, no Allianz Parque.
*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz