Os primeiros passos das seleções em busca do título da Copa do Mundo do Catar está oficialmente definido. Na tarde desta sexta-feira (1º/4), em evento realizado em Doha, capital da sede do torneio, a Fifa confirmou o chaveamento dos oito grupos do Mundial de 2022, marcado para ser realizado entre novembro e dezembro. A chave H da competição terá como cabeça de chave a seleção de Portugal. O grupo terá, ainda, Uruguai, Coreia do Sul e Gana.
Confira quem é quem no Grupo H
» Portugal
A nova cruzada lusitana
Eliminado pelo Uruguai nas oitavas de final da Copa da Rússia em 2018, Portugal irá ao Qatar com uma das melhores gerações do país. Cristiano Ronaldo é o astro de um plantel sortido. Há mescla de jovens talentosos como João Félix e medalhões experientes. Pepe e João Moutinho, por exemplo. O elenco também conta com o lateral Cancelo, um dos xodós de Pep Guardiola no Manchester City. Sem contar o excelente meia Bruno Fernandes e jogadores brasileiros naturalizados. São os casos de Otávio e Matheus Nunes, ambos destaques na repescagem.
Portugal tem ótimo elenco, mas tem de lidar com o estilão do técnico Fernando Santos. Embora tenha levado o país ao título inédito na Euro-2016, o treinador arma o time com o freio de mão puxado. A sensação é de que a seleção deveria sofrer menos e exibir um futebol mais agradável. Ele é muito cobrado por isso, principalmente por não se impor em jogos grandes como as oitavas de final da Euro-2020 diante da fortíssima Bélgica.
Portugal ganhou a Liga das Nações em 2019, mas o título não garantiu respeito nas Eliminatórias. O time vacilou na última rodada contra a Sérvia e viu o concorrente avançar direto à Copa. Obrigado a disputar a repescagem, Portugal teve a vida facilitada pela queda da Itália contra a Macedônia do Norte. Os lusitanos afundaram o navio da Turquia no primeiro jogo e mandaram os macedônios de volta para casa com relativa tranquilidade. Há um detalhe: Portugal não ficou fora da Euro e da Copa desde que Cristiano Ronaldo desde 2003, quando o jogador eleito cinco vezes melhor do mundo estreou na seleção.
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Ficha técnica
Este pode ser o time (4-1-4-1)
Diogo Costa;
Cancelo, Pereira, Fonte e Guerreiro;
João Moutinho;
Otávio, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Diogo Jota;
Cristiano Ronaldo
Técnico: Fernando Santos (Portugal)
Participações em Copas: 8
Melhor campanha: terceiro lugar (1966)
O cara: Cristiano Ronaldo (Manchester United), 37
» Uruguai
Nova era à beira do gramado
Presente nos quatro últimos Mundiais, igualando uma série histórica de participações entre 1962 e 1974, o Uruguai iniciará uma nova era no Catar. Responsável por resgatar a Celeste Olímpica no cenário continental e internacional — com direito a uma semifinal de Copa do Mundo, em 2010, e um título da Copa América, em 2011, após uma longa fila de 16 anos —, Óscar Tabárez não estará mais no banco de reservas da equipe.
Após 15 anos e 173 partidas com a seleção, El Maestro foi demitido pela campanha ruim nas Eliminatórias e deu fim a uma era. Coube ao jovem Diego Alonso, 46 anos, levantar a moral do Uruguai e garantir um lugar na Copa do Mundo, mesmo nas rodadas finais. O Mundial do Catar também fechará um ciclo de peças importantes dos últimos anos, como o zagueiro Godín e os atacantes Suárez e Cavani, pivôs da evolução uruguaiana em campo. A mescla com a juventude já é presente nas presenças de Bentancur (24) e Valverde (23).
Apesar da confirmação da vaga no Catar, a torcida uruguaia está ressabiada com o time pela frustrante eliminação nas quartas de final da Copa América para a Colômbia e a trajetória irregular nas Eliminatórias. O tricampeonato mundial após 72 anos de seca parece ser um sonho distante para a Celeste Olímpica, mas o crescimento nas quatro partidas da era Alonso surge como luz no fim do túnel.
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-4-2)
Rochet;
Ronald Araújo, Godín, Giménez e Mathías Olivera;
Bentancur, Valverde, Pellistri e Arrascaeta;
Luis Suárez e Cavani.
Técnico: Diego Alonso (Uruguai)
Participações em Copas: 14
Melhor campanha: campeão (1930 e 1950)
O cara: Luis Suárez (Atlético de Madrid), 35 anos
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» Coreia do Sul
Português no comando técnico
Seleção da Ásia com mais participações em Copas do Mundo — 11, ao todo —, a Coreia do Sul também é o país com melhor campanha entre os vizinhos: quarto lugar em 2002, quando organizou o torneio em casa em parceria com o Japão. Com a volta da competição ao continente 20 anos depois, os Tigres sonham em repetir a façanha e se colocar entre as principais equipes do planeta.
A realidade, porém, é bem mais dura. Nas Eliminatórias, os coreanos não tiveram grandes dificuldades de garantir uma das vagas na Copa do Mundo. Porém, a falta de bom desempenho na Copa da Ásia, quando caiu precocemente nas quartas de final contra o Catar, deixou a desejar.
Todo o ciclo de preparação foi comandado pelo técnico português Paulo Bento, conhecido no Brasil pela passagem de pouco mais de dois meses pelo Cruzeiro, em 2016. O treinador aposta na experiência em Copas do Mundo para fazer bonito. A meta, porém, é fazer melhor do que a queda na primeira fase com a seleção de Portugal.
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-4-2)
Kim Seung-gyu;
Kim Tae-Hwan, Kim Young-gwonm Kim Min-jae e Kim Jin-su;
Paik Seung-ho, Hwang In-Beom, Lee Jae-sung e Son Heung-min;
Cho Kyu-sung e Hwang Ui-jo;
Técnico: Paulo Jorge Gomes Bento (Portugal)
Participações em Copas: 11
Melhor campanha: Quarto lugar (2002)
O cara: Son Heung-min (Tottenham), 29 anos
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» Gana
Quarta participação em Copa do Mundo
Gana está de volta à Copa do Mundo. Longe da disputa na Rússia, em 2018, o país comemorou a classificação ao Mundial do Catar após superar a Nigéria por 1 x 1 no jogo de volta das Eliminatórias Africanas. Os ganeses estão com a moral elevada para a disputa no Catar. Eliminar os nigerianos foi um feito e tanto. De 1994 para cá, a Nigéria ficou de fora de apenas uma Copa do Mundo: da Alemanha, em 2006.
A disputa no Catar será a quarta da história da seleção ganesa, que participou das edições de 2006, 2010 e a última em 2014, no Brasil. O momento mais emblemático do país em mundiais foi na África do Sul, quando chegou até as quartas de final, mas foi eliminado pelo Uruguai, em emocionante decisão por pênaltis.
A seleção ganesa é comandada pelo ex-meia Otto Addo, que vestiu as cores do país na Copa do Mundo na Alemanha. Ele assumiu a prancheta da equipe interinamente, semanas antes da decisão diante da Nigéria, após a demissão do sérvio Milovan Rajeva. A receita caseira deu certo e o país retorna ao maior palco do futebol mundial. As apostas são em um elenco com rodagem europeia, como o volante Thomas Partey (Arsenal), o meia Antwi-Adjei (Bochum-ALE) e o atacante Afena-Gyan (Roma).
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-4-1)
Wollacot;
Denis Odoi, Mensah, Amartey e Dijiku;
Partey, Issahaku, Ayew, Kudus e Baba;
Afena-Gyan;
Técnico: Otto Addo (Alemanha/Gana)
Participações em Copas: 4
Melhor campanha: quartas de final (2010)
O cara: Thomas Partey (Arsenal), 28 anos