Tributo ao Mané

Com dois gols do zagueiro Kanu, Botafogo derrota o Ceilândia na arena batizada com o nome do maior ídolo do clube, encaminha vaga às oitavas de final do mata-mata nacional e quebra sequência de resultados ruins no DF

Victor Parrini*
postado em 21/04/2022 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/DA Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/DA Press)

Na arena batizada com o nome do maior ídolo de sua história, o Botafogo sentiu-se em casa, ontem. Empurrado pela torcida no Estádio Mané Garrincha, foi aquele visitante folgado. Com um futebol contundente, tomou conta dos espaços, colocou o Ceilândia na roda e venceu por 3 x 0 no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Os dois gols marcados pelo zagueiro Kanu e um do meia Piazon fizeram a noite alvinegra gloriosa.

A vitória sobre o Ceilândia derrubou uma sequência negativa do Botafogo no principal palco do futebol da capital do país. Nas últimas duas visitas ao Mané, a equipe havia amargado derrotas para Palmeiras e Cruzeiro.

No segundo jogo sob as orientações do técnico Luís Castro à beira do gramado, o Botafogo seguiu alimentando as expectativas de sua torcida. Quem foi ao Mané Garrincha viu uma defesa sólida e com vasto repertório ofensivo. O placar só não foi mais elástico pela competência do goleiro Matheus Kayser alinhada à falta de capricho na conclusão.

Assim como no primeiro encontro entre Ceilândia e Botafogo, em 1987, na vitória por 2 x 1, o o favoritismo carioca prevaleceu. Mas a parte final dessa história pela Copa do Brasil será escrita somente em 12 de maio, no Nilton Santons, no Rio, no segundo e decisivo jogo pela vaga às oitavas de final. Com a vantagem elástica, o Glorioso pode perder por até dois gols de diferença para avançar às oitavas de final.

Entre os 28.110 presentes no Mané Garrincha, estava o presidente da República, Jair Bolsonaro. Palmeirense assumido, ele testemunhou dos camarotes o triunfo carioca no DF.

Confortável, como se estivesse em casa, o Botafogo acelerou o jogo para buscar a vantagem. No segundo minuto, Matheus Nascimento recebeu a bola na entrada da área e arriscou o chute que foi desviado para escanteio. Após o tiro de canto, mais um susto para o Ceilândia: Kanu dominou na confusão e quase desviou paras as redes. A movimentação inicial foi o ensaio do que seria o primeiro tempo. Os cariocas tinham o total controle da partida, com jogo envolvente e letal para os candangos. O Glorioso apostava na intensidade. Na marca dos 15, a posse de bola botafoguense era de 78%, com três finalizações no alvo.

A recompensa veio na insistência. Forte na bola parada, Kanu aproveitou escanteio e subiu mais do que toda a defesa do Ceilândia e testou para dentro da caixa de Matheus Kayser. O gol só deu ainda mais gás para um Botafogo insaciável. Da entrada da área, Diego Gonçalves tentou arremate colocado e quase surpreendeu. Acuado, o Ceilândia só foi conseguindo se soltar na marca dos 30, em cabeçada de Pitio para fora e finalização por cobertura, de Filipinho. O ímpeto candango foi interrompido pelo brilho individual de Matheus Nascimento. Em velocidade, o jovem atacante invadiu a área, limpou a marcação e chutou em cima do goleiro.

Na etapa final, 10 minutos foram suficientes para o Botafogo ampliar. Novamente em bola parada, Kanu marcou segundo. Piazon invadiu a área e decretar os 3 x 0.

* Estagiário sob a supervisão
de Marcos Paulo Lima

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