Na arena batizada com o nome do maior ídolo de sua história, o Botafogo, ontem, se sentiu em casa. Empurrado pela torcida que compareceu ao Estádio Mané Garrincha, foi aquele visitante folgado. Com um futebol contundente, tomou conta dos espaços, colocou o Ceilândia na roda e venceu por 3 x 0, no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Os dois gols marcados pelo zagueiro Kanu e pelo meia Piazon fizeram a noite botafoguense especial em Brasília.
A vitória simples sobre o Ceilândia derrubou uma sequência negativa do Botafogo no principal palco do futebol da capital do país. Nas últimas duas visitas ao Mané, a equipe carioca amargou derrotas para Palmeiras e Cruzeiro. No reencontro com os apaixonados do Distrito Federal, foi tudo preto no branco.
No segundo jogo sob as orientações do técnico Luís Castro à beira do gramado, o Botafogo seguiu alimentando as expectativas de sua torcida. Quem foi ao Mané Garrincha, viu uma sólida defensivamente e com vasto repertório ofensivo. O placar só não foi mais elástico pela competência do goleiro Matheus Kayser alinhada à falta de capricho nos momentos de conclusão.
Assim como no primeiro encontro entre Ceilândia e o Botafogo, em 1987, na vitória por 2 x 1, o o favoritismo carioca prevaleceu. Mas a parte final dessa história pela Copa do Brasil será escrita somente em 12 de maio, no Nilton Santons, no Rio, no segundo e decisivo jogo pela vaga às oitavas de final. Com a vantagem elástica, o Fogão pode perder por até dois gols de diferença que ainda avança no torneio.
Além dos 28.110 presentes no Mané Garrincha, estava o Presidente da República, Jair Bolsonaro. Palmeirense assumido, ele testemunhou dos camarotes o triunfo carioca no DF.
Cariocas botam fogo
Confortável, como se estivesse em casa, o Botafogo tratou de acelerar o jogo para buscar a vantagem. Logo no segundo minuto de bola rola, Matheus Nascimento recebeu na entrada da área e arriscou o chute que foi desviado em escanteio. Após o tiro de canto, mais um susto para o Ceilândia: Kanu dominou na confusão e quase desviou paras as redes. A movimentação inicial foi o ensaio do que seria o primeiro tempo. Os cariocas tinham o total controle da partida, com jogo envolvente e letal para os candangos. O Glorioso apostava intensidade. Na marca dos 15, a posse de bola botafoguense era de 78%, com três finalizações no alvo.
A recompensa veio na base da insistência. Forte na bola parada, Kanu aproveitou escanteio e subiu mais do que toda a defesa do Ceilândia e testou para dentro da caixa de Matheus Kayser. O gol só deu ainda mais gás para um Botafogo insaciável. Da entrada da área, Diego Gonçalves tentou arremate colocado e quase surpreendeu. Acuado, o Ceilândia só foi conseguindo se soltar na marca dos 30, em cabeçada de Pitio para fora e finalização ousada, por cobertura, de Filipinho. O ímpeto candango foi interrompido pelo brilho individual de Matheus Nascimento. Em velocidade, o jovem atacante invadiu a área, limpou a marcação e chutou em cima do goleiro.
Vitória gloriosa
A volta dos vestiários seguiu em ritmo quente por parte dos botafoguenses. Dez minutos foram o suficiente para os cariocas marcarem dois gols e ampliares ainda mais a vantagem na capital federal. Novamente em bola parada, Kanu antecipou à marcação na segunda trave e marcou segundo. Depois, foi a vez de Piazon invadir a área e decretar o 3 x 0.
Totalmente à vontade, o Botafogo ainda encontrou espaços para colocar duas bolas na trave. O placar irreversível só expôs a discrepância entre o milionário Botafogo e um Ceilândia que mira o acesso à terceira divisão do futebol nacional.
Ficha técnica
CEILÂNDIA - 0
Kayser; Liel (Fernando Gomes), China (Medeiros) e Vidal; Werick, Thiago Magno (Hericlis) , Guarujá e Filipinho (Peninha); Geovane e Pitio (Gleyssinho)
Cartões amarelos: Filipinho
BOTAFOGO - 3
Loureiro; Saravia, Sampaio, Kanu e Daniel Borges; Barreto (Tchê Tchê), Romildo, Patrick de Paula (Piazon) e Sauer; Matheus Nascimento (Erison) e Diego Gonçalves (Victor Sá)
Gols: Kanu, duas vezes, e Piazon
Local: Estádio Mané Garrincha - Brasília (DF)
Árbitro: Braulio da Silva Machado (SC)
Público e renda: 28.110 e R$ 1.349.235,00
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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