Os primeiros passos das seleções em busca do título da Copa do Mundo do Catar está oficialmente definido. Na tarde desta sexta-feira (1º/4), em evento realizado em Doha, capital da sede do torneio, a Fifa confirmou o chaveamento dos oito grupos do Mundial de 2022, marcado para ser realizado entre novembro e dezembro. A chave D da competição terá como cabeça de chave a seleção da França. O grupo terá, ainda, a Dinamarca, Tunísia e o vencedor da repescagem mundial: Emirados Árabes, Austrália ou Peru.
Confira quem é quem no Grupo D
»França
Favoritismo ameaçado pelo salto alto
A atual campeã do mundo só não renovará o reinado no Qatar se subir no salto como fez na Euro-2020. Mesmo com Benzema, Mbappé, Griezmann, Pogba, Kante, Lloris e companhia, a favorita ao título foi eliminada nos pênaltis pela Suíça nas oitavas de final do torneio continental. A trupe de Didier Deschamps recuperou o foco e conquistou o título inédito da Liga das Nações ao superar a Espanha em uma finalíssima polêmica disputada na Itália.
Os franceses têm um desafio imenso pela frente. A Copa não testemunha um bicampeonato desde a sequência do Brasil nas edições de 1958 e 1962. Portanto, o tabu resiste há 60 anos. A Itália também conseguiu o feito nas versões de 1930 e 1934 do Mundial.
Um dos segredos do sucesso gaulês é a sequência de trabalho. Didier Deschamps desembarcará no Qatar, em novembro, com 10 anos de trabalho. O campeão mundial como jogador (1998) e técnico (2018) assumiu o cargo depois da Euro-2012. Continuou no cargo depois da eliminação contra a Alemanha em 2014, resistiu ao vice na Euro-2016, em casa, diante de Portugal, e brindou o país com o bicampeonato, há quatro anos, em Moscou, ao superar a Croácia.
A França garantiu presença no Mundial ao terminar em primeiro lugar no Grupo D com seis pontos de vantagem sobre a Ucrânia. Os demais concorrentes eram Finlândia, Bósnia e Herzegovina e Cazaquistão. O time marcou 15 gols e sofreu apenas três em oito exibições.
Ficha técnica
Este pode ser o time (3-4-1-2)
Lloris;
Varane, Koundé e Kimpembe;
Pavard, Pogba, Kanté e Hernández;
Griezmann;
Mbappé e Benzema
Técnico: Didier Deschamps (França)
Participações em Copas: 16
Melhor campanha: campeã (1998 e 2018)
O cara: Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain), 23 anos
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» Dinamarca
Nos embalos da Eurocopa
Sensação da Copa do Mundo de 1986, a Dinamarca irá à Copa com o sentimento de que pode surpreender depois da bela campanha na Euro. Avançou em segundo lugar em uma chave contra a temida Bélgica, Finlândia e Rússia e conseguiu chegar às semifinais contra a Inglaterra vendendo caríssimo a derrota na prorrogação dentro de Wembley, em Londres.
A atual seleção não está à altura da Dinamáquina de 1986 nem daquele timaço de 1998 eliminado pelo Brasil nas quartas de final, mas tem seus valores. Um deles, o camisa 10 Christian Eriksen, esteve à beira da morte em campo na fase de grupos da última Euro, mas parece recuperado e pronto para defender o país na Copa do Mundo. Filho do lendário goleiro Peter Schmeichel, Kasper continua sendo o dono das traves. Um dos dos donos do meio de campo é Hojbjerg, do inglês Tottenham Hotspurs.
O técnico Kasper Hjulmand está no cargo desde 2020 e passou como um trator pelo Grupo F nas Eliminatórias. A Dinamarca garantiu vaga na Copa com 27 pontos, quatro a mais do que a Escócia, segunda colocada. Israel, Áustria, Ilhas Faroe e Moldávia estavam na chave.
Talvez você tenha esquecido, mas a Dinamarca é aquele país campeão da Euro em 1992. Entrou na festa como convidada depois da exclusão da Iugoslávia devido à guerra e deu a volta olímpica no Estádio Wembley. Foi a consagração de uma geração inesquecível.
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-3-3)
Schmeichel;
Kristensen, Andersen, Vastergaarde e Maehle;
Hojsberg, Nürgaard e Eriksen;
Skov Olsen, Dolberg e Lindström
Técnico: Kasper Hjulmand (Dinamarca)
Participações em Copas: 6
Melhor campanha: quartas de final (1998)
O cara: Christian Eriksen (Brentford), 28 anos
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» Tunísia
Segunda Copa consecutiva
A boa campanha da Tunísia nas Eliminatórias Africana foi premiada com a vaga para a Copa do Mundo do Catar. Com cinco vitórias, dois empates e apenas uma derrota em oito jogos, a seleção tunisiana a jogará o torneio mais importante do futebol pela sexta vez na história, a segunda consecutiva.
Sem contar com grandes expoentes individuais, a Tunísia explora o jogo coletivo. O responsável por fazer a engrenagem tunisiana rodar é o técnico Jalal Qaderi. O grande objetivo da seleção é ir além da fase de grupos, buscando a inédita classificação às oitavas de final.
Em 2018, a Tunísia ficou com a terceira colocação do Grupo G, que tinha Bélgica, Inglaterra e Panamá. A única vitória dos africanos veio justamente sobre os lanternas panamenhos. Para 2022, os planos são mais ousados.
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-3-3)
Ben Said;
Talbi, Ghandri, Maâloul e Drager;
Chaaleli, Laïdouni e Romdhane;
Msani, Jaziri e Sliti.
Técnico: Jalel Kadri (Tunísia)
Participações em Copas: 6
Melhor campanha: fase de grupos (1978)
O cara: Naim Sliti, (Al Ittifaq), 29 anos
Quem completa a chave?
A última seleção do Grupo D será conhecida através da repescagem, que será disputada em junho. Os candidatos são Emirados Árabes, Austrália ou Peru.
» Emirados Árabes
Duas barreiras pela segunda Copa
O sonho dos Emirados Árabes Unidos de disputar a segunda Copa do Mundo de sua história passa, diretamente, pelo futebol da América do Sul. Comandado pelo argentino Rodolfo Arruabarrena, a seleção conta com os gols do brasileiro naturalizado Caio Canedo, ex-Botafogo, para superar, primeiro, a Austrália e, depois, medir forças com o Peru pela vaga no Catar.
Adversário político e econômico do país sede da Copa, os Emirados Árabes Unidos foram bem na primeira fase das Eliminatórias asiáticas. Entretanto, não conseguiram fazer frente às potências continentais Irã e Coreia do Sul e acabou caindo na Repescagem contra a Austrália, time acostumado a esse tipo de seletiva.
Se avançar, o país ainda terá pela frente uma outra barreira para superar em busca do objetivo de disputar mais uma Copa do Mundo em sua história no futebol: irá enfrentar o Peru, quinto colocado nas Eliminatórias da América do Sul, para chegar ao Mundial do Catar.
Ficha técnica
Este pode ser o time (3-4-3)
Khalid Eisa;
Walid Abbas, Khalifa Mubarak e Mohammad Marzouq;
Mahmoud Khamis, Abdalla Al Naqbi, Majed Hassan e Bandar Al Ahbabi;
Caio Canedo, Ali Mabkhout e Ali Saleh.
Técnico: Rodolfo Arruabarrena (Argentina)
Participações em Copas: 1
Melhor campanha: fase de grupos (1990)
O cara: Caio Canedo (Al Ain), 31 anos
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» Austrália
Favorita na repescagem local
Presente nas últimas quatro edições da Copas do Mundo, a Austrália virou figurinha carimbada no torneio de maior prestígio do futebol no planeta. Para engatar a quinta participação seguida no Catar em 2022, os Socceroos precisam passar por duas repescagens: a asiática contra os Emirados Árabes Unidos, e a internacional contra o Peru, quinto colocado nas Eliminatórias da América do Sul.
No âmbito continental, a Austrália tem o favoritismo se considerado o desempenho nas Eliminatórias e a maior expressão em caminhadas rumo à Copa do Mundo. Os australianos passearam na segunda fase da seletiva asiática, mas não conseguiram desbancar Arábia Saudita e Japão em busca de um lugar direto na competição.
Restou, então, passar pelos novos processos seletivos. A seleção australiana, porém, está bastante acostumada ao modelo de decisão. Quando jogava as Eliminatórias da Oceania, era recorrente o time precisar de tal critério para chegar no Mundial.
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-4-2)
Mathew Ryan;
Rhyan Grant, Trent Sainsbury, Milos Degenek e Joel King;
Martin Boyle, Gianni Stensness, Connor Metcalfe e Awer Mabil;
Ajdin Hrustic e Jamie MacLaren;
Técnico: Graham Arnold (Austrália)
Participações em Copas: 5
Melhor campanha: Oitavas de final (2006)
O cara: Jamie MacLaren (Melbourne City), 28 anos
» Peru
Jogo decisivo para fazer história
A conquista do quinto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas, eliminando da corrida a Colômbia, e a consequente classificação para a repescagem mundial da Copa do Mundo encheu, mais uma vez, os peruanos de esperança. Se repetir o roteiro de 2018 e vencer Emirados Árabes ou Austrália, em jogo previsto para julho, a La Blanquirroja voltará a disputar duas edições seguidas da competição mais prestigiada do planeta.
A oportunidade real de estar novamente na Copa do Mundo muito é explicada pelo sucesso do trabalho do técnico argentino Ricardo Gareca. O treinador chegou na seleção em 2015 após passagem pelo Palmeiras e consolidou um estilo na equipe. Como prêmio, ele pode entrar na história e se tornar o primeiro profissional a estar à beira do gramado pelo país em duas edições. Tudo passa pelo jogo decisivo da repescagem.
A experiência na etapa decisiva da seletiva é um dos trunfos da seleção peruana. Oito nomes do atual time-base estavam na vitória sobre a Nova Zelândia, em 2017: Gallese, Advíncula, Trauco, Tapia, Yotún, Peña, Carrillo e Cueva são rostos de um grupo consolidado nas graças da torcida. O italo-peruano Lapadula, substituto do ídolo Paolo Guerrero no ataque, é a esperança de gols para confirmar a vaga.
Ficha técnica
Este pode ser o time (4-5-1)
Gallese;
Advíncula, Zambrano, Callens e Trauco;
Tapia, Yotún, Peña, Carrillo e Cueva;
Lapadula.
Técnico: Ricardo Gareca (Argentina)
Participações em Copas: 5
Melhor campanha: quartas de final (1970 e 1978)
O cara: Lapadula (Benevento Calcio), 32 anos
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