A Copa do Mundo do Catar não será a única competição intercontinental de futebol com participação brasileira em 2022. Entre 27 de abril e 16 de maio, a cidade de Salou (Espanha) recebe o Mundial de Futebol de paralisados cerebrais (PC) - que antigamente era chamado de futebol de sete paralímpico. Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito.
"Nós sempre temos quatro seleções brigando: Ucrânia, Rússia, Brasil e Irã, que é uma equipe que sempre incomoda muito, mas existem outros times se preparando há muito tempo, mesmo em meio à pandemia [da covid-19], como Estados Unidos, Argentina e Inglaterra. Então, é uma incógnita. Fora a preparação que vem sendo feita a longo prazo, tem as renovações nas seleções, o que não foge ao Brasil, então é sempre uma surpresa", afirmou o técnico Paulo Cabral, à Agência Brasil.
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A seleção esteve reunida no Centro de Treinamento Paralímpico entre os dias 13 e 23 de março, para o último encontro antes da convocação definitiva, divulgada na última sexta-feira (25). Dos 20 atletas que estiveram nas atividades em São Paulo, 14 foram chamados por Cabral.
"Estou muito feliz, com expectativa alta. É muito trabalho, treino, empenho, praticando o que gosto. Foi minha primeira convocação. Muitas pessoas não conhecem o futebol de PC, então [disputar] uma Copa é muito significativo, pois Deus fez o mundo não só para o convencional, mas para pessoas com deficiência também", comemorou Ângelo Matheus, um dos convocados para o Mundial, que nasceu com paralisia cerebral, devido à falta de oxigenação no parto.
No sorteio das chaves, o Brasil caiu no Grupo B ao lado de Irlanda, Tailândia e Alemanha. Dos quatro favoritos apontados pelo treinador, somente a Rússia, atual campeã, está fora da Copa, suspensa pela Federação Internacional de Futebol de Paralisados Cerebrais (IFCPF, na sigla em inglês) devido à ação militar na Ucrânia - que, aliás, é o país mais vencedor da modalidade, com seis títulos mundiais.
Na última edição, em 2019, também disputada na Espanha, mas em Sevilha, os brasileiros ficaram na terceira posição, repetindo as campanhas de 1998, 2001 e 2015. Oito jogadores chamados para o Mundial de Salou fizeram parte da equipe nacional há três anos.
"Foi uma experiência muito emocionante. Uma batalha com o Irã [nas quartas de final, com vitória brasileira por 2 a 1, na prorrogação], mas nossa equipe veio fechadinha e conseguiu conquistar o terceiro lugar. O objetivo desta vez é melhorarmos e subirmos no primeiro lugar do pódio", destacou Jefferson Aparecido, remanescente da campanha anterior, que tem ataxia, um tipo de paralisia que afeta movimentos, audição e voz.