A espera acabou: três meses após sua vitória espetacular em Abu Dhabi, Max Verstappen (Red Bull) inicia a luta pelo bicampeonato no Bahrein neste fim de semana contra seu maior rival, que busca uma revanche, Lewis Hamilton (Mercedes) e com a Ferrari determinada a lutar novamente pelas primeiras posições.
A sinopse é promissora com a revolução na Fórmula 1: além do recorde de 23 Grandes Prêmios, a temporada traz o novo regulamento, com revisão completa nos carros. O objetivo é oferecer mais espetáculo e variedade de equipes vencedoras.
Mas uma revolução pode ser lenta. Os resultados obtidos durante os testes de inverno, primeiro em Barcelona e depois no Bahrein, deixaram Mercedes e Red Bull ocupando as primeiras posições. Será que o duelo de titãs entre Verstappen e Hamilton, vencido de forma controversa pelo primeiro na polêmica dos últimos segundos de Abu Dhabi, voltará a se repetir?
Verstappen, de qualquer forma, parece pronto para desempenhar o mesmo papel. Depois de ser o melhor piloto de 2021 (10 vitórias contra 8 de Hamilton, 10 poles contra 5), o holandês de 24 anos terminou a pré-temporada na liderança.
Entre o título e o desempenho de seu Red Bull, Verstappen chega cheio de confiança. O filho de Jos, também ex-piloto de F-1, esperava por esse momento desde sua chegada à elite em 2015, aos 17 anos. Nascido para vencer, ele quer alcançar Hamilton no panteão.
Mas o britânico volta a lutar pelo recorde, o octacampeonato mundial, para ultrapassar o alemão Michael Schumacher e chegar sozinho ao topo da classificação de todos os tempos. Um oitavo título que ele achava ter conquistado, antes de ser ultrapassado na última volta da última corrida, em 12 de dezembro.
No entanto, antes do duelo com Verstappen, o britânico de 37 anos parecia pessimista no sábado: "No momento, não acho que possamos lutar pela vitória, mas o carro tem potencial para chegar lá", explicou no último dia de testes. Pode ser um blefe, será preciso ver o que Hamilton (16º no treino do Bahrein) e seu novo parceiro, o ambicioso compatriota George Russell (5º melhor tempo) podem fazer.
O papel de Russell para Hamilton também terá que ser observado: ele será um companheiro modelo, como seu antecessor finlandês Valtteri Bottas, agora na Alfa Romeo? Ou será uma dor de cabeça? Na Red Bull, a resposta deve ser mais simples, sem que o mexicano Sergio Pérez represente uma ameaça ao número um de sua equipe.
De qualquer forma, essa é a intenção: redistribuir as cartas com novas regras aerodinâmicas e um teto orçamentário em vigor a partir de 2021 (142,4 milhões de dólares em 2022).
Correndo por fora
Depois de um ano para esquecer em 2020, o pior dos últimos 40 anos, a Ferrari recupera o otimismo. Em 2021, a escuderia italiana foi a terceira mais forte e tem mostrado sinais promissores na pré-temporada. Graças a um carro com melhor performance e uma boa dupla de pilotos, com o monegasco Charles Leclerc (24 anos) e o espanhol Carlos Sainz (27 anos), a equipe com mais títulos da história quer renascer.
Na mesma linha, a McLaren espera voltar aos holofotes, com o britânico Lando Norris, de 22 anos, e o australiano Daniel Ricciardo, de 32. Quarta em 2021, a equipe não conquista um título de construtores desde 1998 e desde 2008 com um piloto, o então jovem Lewis Hamilton.
A equipe francesa Alpine, quinta em 2021 com seus pilotos Esteban Ocon e Fernando Alonso, também busca melhorar este ano. Mas o duelo será pesado, principalmente com AlphaTauri (Pierre Gasly e Yuki Tsunoda) e também Aston Martin (Sebastian Vettel e Lance Stroll).
Todas estas escuderias tentam repetir o feito de 2009 da Brawn GP. Coincidentemente houve mudanças no regulamento e Jenson Button conquistou o título.