O processo de reconstrução da Itália foi interrompido de forma abrupta por uma das maiores zebras da história das Eliminatórias da Copa do Mundo. Após ficar fora do Mundial de 2018, na Rússia, a Squadra Azzurra também não brigará pelo principal título do planeta, no Catar, em 2022. O segundo vexame da seleção italiana tem como vilão a desconhecida Macedônia do Norte. Ontem, o país do sudeste europeu eliminou os tetracampeões com um gol aos 47 minutos do segundo tempo.
O desastre — termo escolhido pelos jornais italianos, como o Gazzeta dello Sport para definir a frustração da eliminação — no estádio La Favorita, em Palermo, dá um traumático fim a um período de otimismo com a seleção. Após cair na repescagem da Copa de 2018, vexame precedido, ainda, pela queda na primeira fase do Mundial do Brasil, a Itália focou em se reestruturar e atingiu o ápice no ano passado, quando voltou a ser campeã da Europa após 53 anos com vitória sobre a Inglaterra, em pleno estádio de Wembley.
A apoteose, porém, deu lugar a um sentimento indescritível de tristeza nos italianos. "É uma grande decepção. Fizemos um bom jogo, onde certamente perdemos o gol. Não fomos presunçosos, mas faltava algo", lamentou o capitão Giorgio Chiellini, responsável por erguer a taça da Euro-2020. O camisa três vislumbrava jogar o provável último Mundial da carreira e elencou justamente a pós-conquista como crucial para a queda.
A queda com traços de vexame para a Macedônia foi o ápice de uma ressaca pós-Eurocopa. Nas últimas cinco rodadas das Eliminatórias, a Itália empatou quatro e ganhou apenas uma vez. Os dois pontos atrás da Suíça fizeram a Squadra Azzurra perder a vaga direta. "Erros de setembro até hoje. Pagamos por eles, mas estou orgulhoso dos meus companheiros. Estamos decepcionados, estamos destruídos, não encontramos os adjetivos", completou Chiellini. No período citado pelo zagueiro, a seleção também caiu nas semifinais da Liga das Nações.
Em Palermo, a Itália foi dominante. Durante os 90 minutos de jogo, a Squadra Azzurra finalizou 32 vezes, 16 indo na direção do gol adversário. Bem menos ofensiva, a Macedônia do Norte tentou somente quatro arremates na direção da meta italiana. Um deles entrou. Quando o jogo se encaminhava para a prorrogação, Trajkovski promoveu a zebra. O atacante dominou a bola no meio de campo, carregou por alguns metros e finalizou de fora da área. A meia altura, a bola entrou no canto direito de Donnarumma. O lance foi fatal e decretou a segunda ausência seguida da tetracampeã em Mundiais.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.