O clássico entre Brasil x Argentina, válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo e interrompido por agentes da Anvisa com cinco minutos, em 5 de setembro do último ano, por descumprimentos do protocolo sanitário por partes dos argentinos, deve ser disputada novamente, em dia e estádio a serem definidos. A decisão foi anunciada, ontem, pelo Comitê Disciplinar da Fifa.
O órgão máximo do futebol mundial também decretou sanções econômicas para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Associação de Futebol Argentina (AFA), além de uma suspensão de dois jogos para os jogadores argentinos Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero. Os brasileiros irão pagar 250 mil francos suíços (R$ 1,4 milhão, na cotação atual) e os argentinos 550 mil francos suíços (mais de R$ 3 milhões).
A entidade argentina solicitou os fundamentos legais para a punição, a fim de apresentar a apelação correspondente em tempo e forma. O presidente da AFA, Claudio Tapia, antecipou pelo Twitter a promessa de "realizar todos os esforços necessários" e recorrer da decisão da Fifa sobre a paralisação da partida das Eliminatórias contra o Brasil. "Nossa prioridade é sempre a seleção da Argentina", escreveu na rede social.
A Conmebol não quis avaliar a decisão da mais alta instância do futebol mundial. "As Eliminatórias são um evento da Fifa. A Conmebol não vai comentar", disse o porta-voz Ariel Ramírez. A confederação sul-americana adotou a mesma postura quando ocorreu o incidente que levou à suspensão da partida. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não divulgou nenhum comentário sobre a resolução da Fifa.
A partida, inicialmente marcada para 5 de setembro, em São Paulo, foi interrompida após apenas cinco minutos de jogo devido à intervenção das autoridades de saúde brasileiras, após quatro jogadores argentinos serem acusados de descumprir o protocolo anticovid aplicado no Brasil. Representantes da Anvisa e da Polícia Federal entraram em campo para encerrar o jogo.
A suspensão da partida não impediu que o Brasil de Neymar e a Argentina de Lionel Messi selassem sua passagem antecipada para a Copa do Mundo Catar, marcada entre 21 de novembro e 18 de dezembro, sem precisar esperar a decisão da Comissão Disciplinar. Assim, a disputa dessa partida não terá nada em jogo do ponto de vista classificatório.