Nesta sexta-feira (4/2) terá início os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, e para que o evento pudesse ocorrer, a capital chinesa precisou recorrer à tecnologia das máquinas que produzem neve artificial.
A neve falsa tem se tornado um acessório essencial para a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno. O aquecimento global e as mudanças climáticas reduzem o número de países que recebem neve natural suficiente para realizar o evento.
Contudo, Pequim será a primeira cidade anfitriã a se apoiar 100% nos flocos de gelos artificiais. A vantagem de usar a neve fabricada é que ela é mais compactada e proporciona declives mais consistentes e desejáveis.
No entanto, de acordo com Carmen de Jong, geógrafa da Universidade de Estrasburgo, a China pode necessitar de até 2 milhões de metros cúbicos de água (o suficiente para encher 800 piscinas olímpicas) para gerar neve falsa suficiente para cobrir pistas de esqui e estradas de acesso durante os Jogos.
De Jong explica que essa solução para os jogos pode ser um problema para as regiões secas ao redor de Pequim e teme que isso possa piorar a grave escassez de água da região, que está entre as piores do país. Além disso, existe o risco de que a neve falsa possa ser prejudicial ao meio ambiente quando derrete.
“Deve haver alguns impactos em uma região onde quase não há água no inverno. Durante meio ano, durante a temporada de esportes de neve, a água fica longe do ecossistema natural”, explicou Carmen de Jong.
Segundo a China Water Risk, um grupo ambiental com sede em Hong Kong, mais da metade de Zhangjiakou é “altamente estressada pela água” e os recursos hídricos locais per capita são menos de um quinto da média nacional da China.
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