FUTEBOL CANDANGO

MPDFT instaura inquérito civil para apurar atos ilícitos em briga no Mané Garrincha

Em reunião virtual na tarde desta quinta-feira (27/1), a Comissão de Prevenção de Violência aos Estádios de Futebol do Distrito Federal do MPDFT iniciou processo envolvendo a briga de torcedores no clássico Gama e Brasiliense

Conforme antecipado na manhã desta quinta-feira (27/1) pelo Correio, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também está no encalço para apurar possíveis crimes e identificar torcedores envolvidos na confusão nas arquibancadas do Estádio Nacional Mané Garrincha durante a vitória do Gama no clássico sobre o Brasiliense, na noite de quarta-feira (26/1). Em reunião on-line no fim da tarde, o órgão analisou assuntos relacionados à briga durante a partida e decidiu instaurar um inquérito civil para apurar eventos ilícitos na briga.

No encontro virtual da Comissão de Prevenção de Violência aos Estádios de Futebol do Distrito Federal do MPDFT, o Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão, José Eduardo Sabo Paes, e o Promotor de Justiça da 2ª PJEC, Bruno Osmar Vergini de Freitas, alinharam ações com o intuito de apurar os fatos, identificar a autoria e analisar possíveis crimes ou contravenções cometidas pelos torcedores de Gama e Brasiliense. O inquérito foi instaurado a partir da portaria nº 09/2022 da Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão do órgão.

Como providências iniciais, a Comissão decidiu notificar os presidentes das torcidas Ira Jovem do Gama e Facção Brasiliense. Ambos deverão prestar esclarecimentos sobre a pancadaria protagonizada pelos grupos nas arquibancadas do Mané Garrincha. O confronto foi protagonizado, em sua maioria, por provocações entre as duas organizadas, rivais de tempos antigos nas arquibancadas de estádios do Distrito Federal. Em 2017, outro confronto grave aconteceu no Estádio Bezerrão.

Além disso, o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcelos, também será requisitado para prestar informações sobre a briga na partida da segunda rodada do Campeonato Candango. A competição é organizada pela entidade. Concessionária do Mané Garrincha, a Arena BSB deve fornecer imagens captadas pelo circuito interno de segurança do estádio.

"É inconcebível e exige resposta do poder público a violência entre torcedores em um jogo de futebol. O Ministério Público e a Comissão de Prevenção de Violência aos Estádios imediatamente, em reunião, tomou a decisão de pedir a instauração do inquérito civil público para apuração dos fatos. Vamos verificar autoria, materialidade, além de notificar os presidentes das torcidas e fazer com que tenha um posicionamento da Arena BSB e da FFDF. Temos que ter responsabilidade e proteger aos cidadãos e torcedores. O MPDFT repudia qualquer tipo de violência em estádios", ressaltou Sabo Paes.

Divulgação/MPDFT - José Eduardo Sabo Paes, Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão

Torcidas vetadas dos estádios

Mais cedo, a Procuradoria-Geral do Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD/DF) suspendeu as torcidas organizadas dos dois clubes nos estádios da capital federal. O presidente da corte esportiva, Vinícius Henrique Bernardes dos Santos, analisou imagens e vídeos para tomar a decisão e estabeleceu uma multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

“As imagens mostram que a arena de desporto virou uma praça de guerra, essa não é a primeira vez que uma confusão com essa proporção acontece entre as duas equipes, o que demonstra recorrência. A Procuradoria vem desde já requerer que sejam tomadas providências capazes de impedir que a torcida invada o gramado novamente, colocando em risco todos os atletas e demais profissionais que estão em campo”, explica a decisão.

A pancadaria na arquibancada ocorreu em dois momentos distintos do clássico verde e amarelo. No intervalo, um princípio de confusão foi contido pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) com bombas de efeito moral e balas de borracha. Aos 37 minutos do segundo tempo, as organizadas das duas equipes iniciaram um confronto nas dependências do Mané Garrincha.

Segundo presentes no estádio, a PMDF demorou para agir. O contingente destinado para o clássico, conhecido por outros problemas em anos anteriores, também foi apontado com um fator que contribuiu para a pancadaria. Em vídeo distribuído para a imprensa nesta quinta-feira (27/1), o tenente-coronel Edvã Sousa defendeu a atuação dos militares e condenou as torcidas que brigaram no Mané Garrincha.

Victor Parrini/CB Press - Assustados, torcedores não envolvidos na briga de torcidas correram para o gramado do Mané Garrincha
Divulgação/MPDFT - José Eduardo Sabo Paes, Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão