Os Campeonatos Estaduais não estão mais em seus tempos dourados. Hoje, com o ritmo frenético do calendário nacional, a maioria deles é colocada em segundo plano por grandes clubes, os mesmos que um dia priorizaram as disputas caseiras em detrimento, até mesmo, da tão cobiçada Libertadores. Mesmo longe dos melhores dias, mas ainda com um charme todo especial, os torneios regionais terão, mais uma vez, a missão de abrir a temporada nacional.
As principais potências do futebol brasileiro são exemplos claros da perda de força das competições locais. Campeão brasileiro e da Copa do Brasil, o Atlético-MG não utilizará força máxima no início da campanha em busca de um inédito tricampeonato no século. O Palmeiras está mais focado na disputa do Mundial, em fevereiro. O Flamengo, por sua vez, seguiu o modelo dos últimos anos e vai entrar com um time de garotos na primeira fase. O Athletico-PR é outro que adota o modelo.
Os grandes que não estão em fases tão positivas encaram os estaduais com outros olhos. O São Paulo não vencia o Paulistão desde 2005 e apostou alto no último torneio para retomar o topo. A meta, agora, é mantê-lo. Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Corinthians e Santos são outros que focam nos duelos caseiros para ganhar moral para 2022. No sul, a rivalidade entre Inter e Grêmio é motivo suficiente para ninguém amolecer. Para os clubes pequenos, os torneios regionais se equivalem à Copa do Mundo pela oportunidade de rivalizarem com rivais de grandes camisas.
Neste ano, as disputas serão ainda mais espremidas. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) disponibilizou a janela entre janeiro e abril para os jogos. Os mais badalados, como o Paulista e o Carioca, seguirão o prazo à risca. Em São Paulo, a bola rola hoje. No Rio, a rivalidade começa na terça. Em outros 12 locais, como o Distrito Federal, a disputa já começou (veja datas no infográfico). Mesmo esvaziados, todos prometem manter o calendário aquecido com base nas inestimáveis rivalidades locais.