COPA DO BRASIL

Percalço candango

COPA DO BRASIL Torneio nacional define, hoje, o chaveamento da primeira fase da competição. Representantes do Distrito Federal, Brasiliense e Ceilândia jogam para encerrar incômodo jejum de vitórias que vigora desde 2016

Atolado na Série D do Campeonato Brasileiro desde 2014, o futebol do Distrito Federal vem enfrentando sérias dificuldades para conseguir resultados expressivos em competições nacionais. Além dos fracassos recentes nas tentativas de ascender às divisões superiores do país, os times locais também não têm oferecido maiores dificuldades quando entram em campo pela Copa do Brasil. Hoje, às 13h, o torneio mata-mata do calendário tupiniquim define o chaveamento da primeira fase de 2022. No sorteio, Brasiliense e Ceilândia conhecerão os adversários que terão pela frente na tentativa de findar um incômodo jejum.

Eliminado em fases iniciais nos últimos anos, o futebol candango não vence uma partida na competição nacional, e consequentemente não avança de fase, desde 2016. O último sucesso foi no longínquo 15 de junho daquele ano, quando o Gama empatou com o ABC, por 1 x 1, e levou a melhor, por 4 x 1, nos pênaltis. O último triunfo no tempo normal ocorreu alguns dias antes: o mesmo alviverde venceu o América-RN, por 1 x 0, em 14 de maio. Com isso, fazem cinco temporadas que uma equipe da capital federal não consegue um resultado satisfatório na competição nacional.

Na sequência, Ceilândia (duas vezes), Luziânia, Brasiliense (quatro vezes), Sobradinho, Gama (duas vezes) e Real Brasília amargaram eliminações logo nas etapas de estreia na Copa do Brasil. No ano passado, o Jacaré chegou a jogar a terceira fase, mas entrou em tal etapa graças a um atalho garantido pelo título da Copa Verde de 2020. O torneio regional, conquistado também pelo Brasília, em 2014, foi um raro oásis de voos altos dos candangos no período de seca no cenário nacional. Muito pouco para uma região que precisa se reencontrar se quiser voltar a figurar nas principais divisões.

Vice-campeão em 2002 e semifinalista em 2007, o Brasiliense sonha em reencontrar o caminho do bom desempenho na competição nacional. No sorteio de hoje, teoricamente, tem um caminho mais fácil, podendo enfrentar Azuriz-PR, Icasa, Grêmio Anápolis, Tuna Luso, Tuntum, São Raimundo-AM, Fluminense-PI, Humaitá-AC, Nova Venécia-ES ou Costa Rica-MS. Como está melhor posicionado no ranking nacional, o Jacaré precisará viajar até a casa do rival para decidir a vaga em jogo único precisando, pelo menos, empatar o seu confronto.

Com uma história menos expressiva na Copa Brasil — teve uma classificação à segunda fase, em 2006, como melhor resultado —, o Ceilândia tem como meta surpreender. Porém, logo de cara, terá uma missão mais complicada, podendo enfrentar Sampaio Corrêa, Paraná, Operário-PR, Guarani, Criciúma, Brasil de Pelotas, Náutico, Londrina, Paysandu ou Figueirense logo na estreia. No caso do Gato Preto, o regulamento se inverte. Pior posicionado no ranking nacional, o alvinegro receberá seu adversário em casa, mas precisa vencer para seguir adiante.

Técnico do Gato Preto, Adelson de Almeida destacou os detalhes do regulamento como um dos motivos da série negativa. "Tem muito a ver com o fato dos clubes do DF estarem piores ranqueados e, com isso, pegarem clubes melhores e, automaticamente, estarem em divisões acima. Esses clubes em divisões melhores ainda jogam pelo empate. A maioria dos jogos nesse novo formato teve muitos empates, que acabam eliminando os clubes locais. Até onde minha memória alcança, nossos times têm feito jogos equilibrados contra equipes melhores ranqueadas e, em vários momentos, até jogado melhor", pontuou.