O cenário da paracanoagem no Distrito Federal segue rendendo ótimos frutos para a modalidade no Brasil. Após pouco mais de cinco meses das duas conquistas douradas no Mundial de Canoagem Oceânica, realizado na Espanha, em dezembro, atletas de Brasília foram às águas de Montevidéu, no Uruguai, para trazer sete das 12 medalhas conquistadas pelo país na modalidade paralímpica.
Na capital uruguaia, Brasília foi representada por oito competidores, divididos em categorias da paracanoagem. Ao todo, o Brasil conquistou 30 medalhas no torneio, 12 na modalidade paralímpica, e sete delas com candangos. Das subidas do DF ao pódio, quatro foram para celebrar o ouro.
O primeiro veio com Mikaela Gomes, na KL2. O caminho dourado também foi percorrido por Luciano Lima, na KL1; Andrea Pontes, na VL1; Kássia de Sá, na VL2; e Erizangela Toniolo, na VL3. Além dos títulos, a canoagem do DF ainda conquistou duas pratas para o Brasil, com Aline Furtado, na KL3; e Uilian Mendes, na categoria KL2.
Mas, apesar dos feitos grandiosos em águas celestes, a delegação candanga precisou encontrar forças para superar obstáculos encontrados antes do início das disputas. Ao Correio , o técnico Paulo Salomão revelou o drama vivido para chegar ao país vizinho.
Salomão conta que as primeiras adversidades surgiram antes mesmo do embarque para Montevidéu, anteriormente previsto para 15 de dezembro. “Cancelaram nosso vôo duas vezes. Embarcamos uma parte da equipe no dia 16 e outra, 17. Ainda sofremos com atrasos de mais de 3 horas devido ao mau tempo em Guarulhos”, explica.
Além do atraso na logística, os atletas tiveram a bagagem extraviada — roupas e equipamentos necessários para adaptações dos competidores. O intervalo entre o desembarque no Uruguai e o início das competições era curto e impossibilitava a espera pelos itens.
“Todo o equipamento que seria utilizado na competição foi perdido e não chegou”, disse Paulo Salomão. Para não deixar de competir, comissão técnica e atletas tiveram de improvisar. “Passamos em loja e compramos isopor, cola de contato, madeira e areia para adaptar os barcos e colocar a equipe na água. Não eram as condições ideais, mas precisava estabilizar o emocional da equipe e garantir o melhor com o que tínhamos”, completou.
Mesmo com os obstáculos dentro e fora das águas, o Distrito Federal fez bonito e, mais uma vez, ajudou a impulsionar a canoagem e a paracanoagem brasileira. Para 2022, as expectativas verde-amarelas miram os lugares mais altos do pódio. Em março, está previsto para acontecer a Copa do Brasil, primeiro passo antes do Mundial na Alemanha, que garantirá vagas nas Paralimpíadas Paris-2024.