MERCADO

Posição problema

Com a temporada 2022 prestes a começar, gigantes do Brasil, como Corinthians, São Paulo e Santos, seguem avaliando opções e encontram dificuldades na busca pela contratação de um camisa nove para chamar de seu

Victor Parrini*
postado em 09/01/2022 00:01

Gradualmente, os times da elite do futebol brasileiro vão se reapresentando para os primeiros compromissos de 2022. No entanto, boa parte deles não retoma os trabalhos da maneira que mais gostariam. Em muitos, senão na maioria, parece faltar algo, ou melhor, alguém: aquele camisa 9 para de chamar de seu. Se algumas poucas equipes brasileiras contam com nomes de peso para a posição de homem gol, times como Corinthians, São Paulo e Palmeiras vasculham o mercado da bola para ter seu artilheiro antes de a bola rolar na próxima temporada.

Hoje, são poucos os clubes do cenário nacional que ostentam grandes nomes ou unanimidades para combater os zagueiros adversários. O Flamengo, por exemplo, tem dois. Além do ídolo Gabriel Barbosa, autor de mais de 100 gols com a camisa do time carioca, o rubro-negro ainda conta com Pedro como "reserva de luxo". Atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, o Atlético-MG tem a força do artilheiro Hulk, maior goleador do Brasil em 2021. No Internacional, Yuri Alberto, mesmo com altos e baixos, é a referência ofensiva.

Mas, à exceção desse trio, as demais equipes brasileiras têm dificuldades para encontrar um camisa nove — aquele centroavante nato. No Brasil, essa é a posição problema. De alguns anos para cá, o homem de frente e definidor que conhecíamos parece ameaçado de extinção por aqui. Atualmente, o futebol nacional conta com poucos que podem receber o selo de qualidade. O cenário contrasta com as safras de noves incontestáveis que o país outrora tivera.

Por isso, a procura por atacantes de peso é intensa. Gigantes como Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos estão em busca daquele jogador que chegue, assuma a responsabilidade e resolva os problemas ofensivos. Mas o mercado nacional é escasso e alternativas no exterior entram em pauta. O Timão aguarda, ainda para janeiro, uma resposta do badalado uruguaio Cavani, vinculado ao Manchester United até junho. Diego Costa, ex-Galo, é outro nome que agrada não somente à alta cúpula alvinegra, como também à do arquirrival Palmeiras.

Com Luiz Adriano fora dos planos e Borja negociado com o futebol colombiano, o Verdão chegou a se animar com a possibilidade de contar com Yuri Alberto, do Inter, e o argentino Taty Castellanos, do New York City. Porém, as negociações estão travadas e a presidente do clube, Leila Pereira, afirmou que não quebrará o clube por nenhum atleta. Sem um titular, absoluto, o Verdão vai amadurecendo Rafael Navarro, recém-chegado do Botafogo. O tempo do time alviverde na busca é ainda mais curto com a proximidade da disputa do Mundial Interclubes, em fevereiro.

Pelo Morumbi, não há definição de quem chegará. Certo mesmo é a breve saída de um nome da posição que acabou não fazendo muito sucesso nos anos que vestiu a camisa do São Paulo: Pablo não faz mais partes dos planos. O tricolor abriu negociações com Ceará para emprestar o jogador, porém, não houve acordo. Lá na frente, o time deve iniciar a temporada com Calleri ou Luciano.

No Santos, o nome de Elkson começar a rondar os bastidores. O atacante de 32 anos está sem clube desde que deixou o futebol chinês. Mesmo assim, nenhuma proposta foi feita ao jogador. Outro nome que agrada e pode desembarcar na Vila Belmiro é o de Ricardo Goulart, artilheiro do Cruzeiro campeão brasileiro em 2013. Meia-atacante de origem, ele pode assumir a responsabilidade do carente setor santista. Mesmo tranquilo com Fred, o Fluminense não deixou passar a chance e contratou o argentino Germán Cano, ex-Vasco.

Mas para aqueles que não têm tanta bala na agulha, algumas figuras conhecidas podem ser alternativas. Centroavantes como o peruano Paolo Guerrero, Alexandre Pato, Diego Tardelli, o argentino Franco di Santo, o colombiano Tréllez e até André, ex-Sport, estão livres no mercado. A grande questão é se valem ou não o investimento. E, assim, com uns com tanto e outros com tão pouco, os times brasileiros vão esboçando seus desenhos ofensivos para o início de 2022. Mesmo assim, não há nada definido. Negociações prometem ser desfechos e torcedores aguardam por comemorações ou decepções.

 

* Estagiário sob a supervisão
de Danilo Queiroz

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