A espanhola Alexia Putellas foi coroada como a melhor jogadora do mundo em 2021 na Bola de Ouro, cerimônia organizada pela revista France Football. A atacante do Barcelona ainda conquistou, em agosto, o título de melhor jogadora do ano da Europa UEFA. As realizações da atleta e do time catalão — atual campeão da Champions League depois de superar o Chelsea na temporada e quebrar a hegemonia do Lyon — marcam a visível revolução do futebol feminino espanhol. O Real Madrid, finalmente, montou um time e a Espanha encerra o ano pela primeira vez na no G-10 do ranking da Fifa: é a nona colocada.
O ano de 2021 ficará marcado na história do Barcelona. Enquanto o time masculino se afunda em todas as competições depois do fim da Era Messi, o feminino conquistou a Tríplice Coroa ao ser campeão da Copa da Rainha, do Campeonato Espanhol e da Liga dos Campeões. O Barça foi responsável por quebrar a hegemonia do Lyon no principal torneio do Velho Continente. O time francês é o clube com mais conquistas. Tem sete títulos e dominava a disputa desde 2015.
O desempenho azul-grená na Liga dos Campeões fez com que o Barça dominasse a premiação de melhores do ano da UEFA. Além de Alexia, Jenni Hermoso foi coroada a melhor atacante. Sandra Paños, a goleira número 1. Irene Paredes brilhou como melhor defensora pela atuação no Paris Saint-Germain à época do prêmio. Era recém-contratada do Barcelona. O ex-técnico Lluís Cortés recebeu o reconhecimento de melhor treinador.
A igualdade de gênero entrou em campo. A Associação de Clubes de Futebol Feminino (ACFF) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) assinaram o primeiro Convênio Coletivo da categoria feminina de futebol em janeiro de 2020. O acordo aconteceu depois de as jogadoras entrarem em greve em novembro de 2019, quando a Primera Iberdrola, campeonato da primeira divisão, ainda estava em andamento.
A medida prevê que os clubes que disputam as duas principais divisões do Campeonato Espanhol podem fazer parte do Programa Elite da Federação Espanhola. A iniciativa oferece 500 mil euros, por temporada, aos times da primeira divisão, e 100 mil para os da segunda.
Em 2020, RFEF começou o processo de profissionalização da categoria. Em março, anunciou que o futebol feminino seria oficialmente profissionalizado em 2021/22. Assim surgiu a Liga Ellas, que substituiu a Primera Iberdrola, e tem formato similar ao da masculina La Liga. O campeonato da primeira divisão com o novo formato está em andamento. O Barcelona lidera com 45 pontos.
A movimentação para reorganizar o futebol feminino espanhol chamou a atenção do Real Madrid para a categoria. Em 2019, o clube se fundiu ao CD Tacón, e o início da nova era aconteceu em meados de 2020. Em setembro, debutou na Liga dos Campeões.
Salto
Após os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, a Fifa atualizou o ranking de Seleções, em agosto. Apesar de não ter participado do evento, a Espanha fecha o ano em nono lugar. O país já foi 21º e insistia para figurar no G-10. O plantel participou das Eliminatórias da Copa do Mundo Feminina. Venceu os cinco jogos, marcou 43 gols e não sofreu nenhum. A evolução da Espanha é latente e promissora.
*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima