Curitiba — Questionado sobre o patamar do time de 2021 nos 113 anos de Atlético, Cuca preferiu aguardar: "A gente não consegue falar da história no presente". A modéstia — ou reflexão sincera — do treinador, porém, não apaga os feitos desta equipe. Campeão mineiro e brasileiro, o time alvinegro está a 90 minutos de conquistar a Copa do Brasil e assegurar a Tríplice Coroa. Para isso, basta não ser goleado por quatro ou mais gols de diferença pelo Athletico-PR hoje, às 21h30. na Arena da Baixada.
"Vai passar o tempo, virão outros Atléticos que serão comparados a este, ao de 1981, ao de 1971 e a diversos outros grandes Atléticos. No futuro, essa história vai render mais", justificou o treinador. O capitão Réver reforçou: "O Atlético está no caminho certo, traçando um planejamento muito bom. Acredito que ao longo dos anos vai ter outros Atléticos semelhantes a este de 2021".
A vantagem na final da Copa do Brasil foi construída de forma incontestável. Intenso desde o primeiro minuto, o avassalador Atlético aplicou 4 x 0 no Athletico-PR no Mineirão. Hulk, Keno e Vargas (duas vezes) garantiram a goleada.
Cuca tenta evitar oba-oba. "Vai ser duro este jogo, se prepare, torcedor do Galo, porque vai ser jogo duro. A gente não pode achar que é jogo tranquilo, porque tudo muda. Um gol muda toda a história de um jogo. Nós temos que nos preparar bem para tudo isso aí", reforçou.
Em Curitiba, o clima nas ruas é tenso. A desvantagem no duelo de ida aumentou a preocupação da polícia para a partida de volta. Ontem, a reportagem presenciou ameaças a torcedores alvinegros nos arredores da Arena da Baixada. Houve briga nas arquibancadas na última partida entre os times no Paraná.
É raro, mas reviravoltas como esta buscada pelo Athletico-PR acontecem. E o próprio torcedor do Atlético sabe disso. Na final da Copa Conmebol de 1995, o Galo abriu 4 x 0 sobre o Rosario Central no jogo de ida no Mineirão. Na volta, os argentinos devolveram o placar e ficaram com a taça nos pênaltis.
No Athletico-PR, o discurso é bastante racional. Jogadores e comissão técnica admitem a dificuldade de reverter um placar como o construído pelo Atlético-MG no Mineirão. Portanto, a palavra de ordem é "dignidade" para vencer e terminar bem a temporada que já teve o título da Copa Sul-Americana contra o Red Bull Bragantino.