A nova era do futebol, com gestões de alto nível, parece desembarcar gradualmente no Distrito Federal. Por aqui, o modelo de eficiência é puxado pelo Real Brasília. O clube é dominante nas competições locais em diversas categorias, entre elas, a feminina — carro-chefe do clube. O projeto no Leão do Planalto é dirigido pelo empresário Luís Felipe Belmonte. Ele conversou com o Correio sobre o desempenho de suas equipes em 2021, além do otimismo para a nova temporada.
Tricampeãs do Candangão, as mulheres do Real Brasília batem um bolão. As Leoas do Planalto representarão a capital na Supercopa do Brasil. O torneio está previsto para começar em 6 de fevereiro de 2022. A liga contará com a presença de gigantes como o papa-títulos Corinthians, Cruzeiro, Esmac, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras. O clube aurianil representará o quadradinho com o Cresspom na Série A1 do Brasileirão Feminino, o mais alto escalão da categoria.
Belmonte reforçou que a hegemonia no cenário feminino do DF pertence ao Real Brasília. "Ganhamos o Campeonato Candango Feminino três vezes consecutivas e queremos ganhar mais três seguidos. Ninguém quer perder. As meninas entram com muita disposição. Com a qualificação que estamos fazendo para o Brasileirão, é difícil os outros clubes acompanharem a nossa estrutura”, orgulha-se.
Outro trabalho que vem sendo bem desenvolvido pela diretoria do Real Brasília diz respeito às categorias de base. Em 2021, a equipe dominou o cenário no DF. Conquistou os títulos sub-15, sub-17 e sub-20. O último título carimbou a presença do Leão do Planalto na Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, torneio de base mais importante do país. O torneio larga em 2 de janeiro de 2022.
O mandatário do Real mostra otimismo com a disputa da Copinha, mas tem ressalvas. "Montamos uma pequena seleção do Distrito Federal e estamos confiantes. A turma está voando, mas ainda não temos parâmetro de competitividade com clubes de fora da capital (Brasília). Queremos ser referência de qualidade. Nossas conquistas são resultados de um planejamento”, enfatizou.
Veja outros pontos da entrevista de Luís Felipe Belmonte
O polêmico rebaixamento para segunda divisão do Candangão
"A corrupção e a manipulação de resultados foram os grandes agravantes para a queda. O Ministério Público está investigando isso. No início do campeonato, pelo elenco montado, éramos considerados o único time capaz de bater o Brasiliense. Como explicar um goleiro pegar uma bola e jogar ela para dentro do gol? Isso é mais que erro. Eu não vou generalizar, pois não posso acusar ninguém. Prefiro cair com ética e moral a ficar dentro com negociação”.
Otimismo para as competições femininas em 2022
“Temos um elenco com mais de 30 jogadoras. Podemos dizer que contamos com dois times praticamente do mesmo nível técnico. Temos peças de reposição e trouxemos jogadoras de qualidade do extinto Avaí/Kindermann, que chegaram, inicialmente, para serem titulares. Isso qualifica o plantel. Montamos um time determinado a chegar entre os quatro primeiros no Brasileirão”.
Balanço da campanha de estreia na elite feminina
“Neste ano, montamos uma equipe e não sabíamos muito bem o que era a Série A1 do Brasileirão, apesar de contarmos com atletas que disputaram o torneio anteriormente. Do ponto de vista estrutural e de logística, não tínhamos experiência. Identificamos alguns problemas e corrigimos. Chegamos a estar em quinto lugar no campeonato, mas o desempenho caiu em virtude da falta de peças de reposição”.
Dobradinha com o Flamengo em busca de jovens talentos
"O convênio com o Flamengo é a prova de que o trabalho vem sendo bem feito. Cuidamos da captação de jogadores no DF, Goiás e outros pontos do centro-oeste. Financeiramente, não há retorno imediato para o Real Brasília, a não ser quando encaminhamos jogadores para o rubro-negro. A parceria gera visibilidade e o reconhecimento de que realizamos um trabalho sério".
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima