A torcida do Grêmio vai ter de se desdobrar para torcer contra o rebaixamento, hoje, a partir das 21h30. O tricolor gaúcho entra em campo para enfrentar o campeão Atlético-MG, na Arena, no exato momento em que o Corinthians visita o Juventude, em Caxias do Sul, e o Fortaleza recebe o Bahia na capital cearense. Além da vitória, é preciso triunfos dos paulistas e cearenses para que a terceira queda para a Série B não seja consumada.
Rebaixado em 1991 e 2004, o Grêmio terá pela frente na última rodada do Campeonato Brasileiro um adversário que obteve o sucesso que era uma prioridade para a equipe do Sul no início da temporada. Os atleticanos quebraram um jejum de 50 anos no Brasileirão, enquanto os gaúchos somam 25 temporadas na fila. Entre os clubes grandes do país, só fica à frente do super rival Internacional, que não levanta a taça nacional desde 1979.
Depois de um desempenho no campeonato surpreendentemente fraco, se for levar em conta o elenco que reúne, o Grêmio se recuperou nas últimas rodadas, ao obter resultados importantes como a vitória, por 3 x 0, sobre o São Paulo e o empate, por 1 x 1, diante do Corinthians, na Neo Química Arena, o que trouxe de volta aos torcedores a esperança de permanecer na elite do futebol brasileiro em 2022.
Para aumentar a apreensão nas arquibancadas da Arena, o técnico Vagner Mancini não poderá contar com a dupla de zaga titular. Geromel (suspenso) e Kannemann (lesionado) estão fora da partida. Ruan e Rodrigues assumirão o setor.
Os torcedores gremistas confiam no veterano Diego Souza, de 36 anos, autor do gol de empate diante do Corinthians. Ele é o artilheiro do time no ano, com 22 gols em 50 jogos. Desde a chegada de Mancini, o atacante marcou cinco vezes nas 13 partidas disputadas.
No Atlético, o técnico Cuca escalará um time de reservas, pois o titular tem a primeira final da Copa do Brasil, domingo, contra o Athletico-PR. Apesar disso, o treinador prega profissionalismo. "Eu já joguei no Juventude, sou um dos atletas da seleção da história do Juventude. A gente tem que ter isso (em mente) também. Sou amigo do Guto (Ferreira), do Bahia, sou amigo do Jorginho, do Cuiabá, sou amigo do (Vagner) Mancini, que trabalhou comigo no São Paulo e no Grêmio. A gente lamenta, num momento desses, as equipes estarem nessa posição, porque eu já estive ali também e sei o quanto é dura a luta dos caras."
E completou: "A melhor coisa que a gente tem que fazer nessa hora é respeitar o campeonato, ir ao campo, jogar, respeitando a todos. E desejar sorte a todos eles. A gente sabe que dois desses daí vão ficar para a Segunda Divisão, não tem outro remédio. Tem que entender que isso é do futebol. Já aconteceu aqui com o Atlético e com quase todas as equipes do Brasil."