O cenário olímpico brasileiro foi impactado por uma triste notícia na tarde desta terça-feira (21/12). Ian Matos, atleta dos saltos ornamentais, morreu aos 32 anos. O atleta era natural do Pará, mas estava radicado em Brasília desde 2007, quando escolheu a capital federal como base de treinamentos. Ele estava internado na Casa de Saúde São Bento, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, desde o dia 30 de outubro, devido a uma infecção pulmonar.
Durante o período em que esteve internado, Ian chegou a apresentar evolução em seu quadro de saúde. Porém, o panorama voltou a se agravar na segunda-feira (20/12), provocando o óbito do atleta olímpico. Inicialmente, a hospitalização foi provocada por um quadro de infecção na garganta. Entretanto, a bactéria se deslocou para o esôfago e, posteriormente, para o pulmão.
Ian se destacou nos saltos ornamentais muito jovem, obtendo bons resultados no Campeonato Pan-Americano Júnior de 2003 e no Campeonato Mundial Júnior de 2004. Após a mudança em definitivo para Brasília, o atleta garantiu índice. Jogos Sul-Americanos de 2010. Em 2016, ele representou as cores da bandeira brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O atleta disputou, ainda, três edições dos Jogos Pan-Americanos: Guadalajara 2011; Toronto 2015; e Lima 2019. Em nota, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) confirmou a partida precoce de Ian Matos e se solidarizou com familiares e amigos do saltador. “Agradecemos pela amizade, companheirismo e dedicação à modalidade”, postou a entidade.
Ian, que cursou pedagogia na Universidade de Brasília (UnB), foi um dos atletas de alto rendimento brasileiros declaradamente assumido gay. Ele lutava ainda por causas ao movimento LGBQTIA+. "As pessoas não estão preparadas para lidar com isso. Parece que, por ser homossexual, você já começa um nível abaixo. Ouvi muito ‘não vou perder para um viadinho’ ou ‘não acredito que você perdeu para o viadinho'", desabafou, ao Correio Braziliense, em 2014.
O saltador também buscava popularizar o esporte em regiões carentes. “A prática esportiva é um grande fator na promoção de cidadania e igualdade. Eu acho que existem talentos que não são descobertos, tanto no esporte quanto nas artes, música, dança... Áreas que carecem de investimentos e incentivo”, disse, em entrevista ao Correio Braziliense, em 2016, ano que disputou a única olimpíada da carreira.
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