TÚLIO KAIZER
Belo Horizonte — Foram cinco décadas de angústia. Anos de frustrações, lamentações. O Atlético, muitas vezes, ficou "no quase". Mas o dia 2 de dezembro de 2021 pode ficar eternizado na história do Atlético-MG. Para o tão sonhado bicampeonato acontecer após 50 edições, basta uma vitória simples na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Por obra do destino, o torcedor, que nunca abandonou o clube, ficará fora da festa — caso ela aconteça mesmo nesta noite. Em função de protocolos sanitários contra a Covid-19, a Arena Fonte Nova não recebe torcedores visitantes. Belo Horizonte pode ficar pequena, numa festa aguardada por várias gerações de atleticanos.
Em 19 de dezembro de 1971, Dario testou para as redes o cruzamento perfeito de Humberto Ramos e deu ao Atlético aquela que era sua maior conquista em 63 anos de existência. A vitória por 1 x 0 sobre o Botafogo no Maracanã garantiu o título brasileiro. Os milhares que foram às ruas de uma crescente Belo Horizonte festejaram como nunca, mas mal sabiam os anos angustiantes que estavam por vir.
As mágicas equipes dos anos 1970 e 1980 foram punidas pelos rumos incompreensíveis da história. Na década de 1990, o time de Marques e Guilherme fez ressurgir a esperança, mas o desfecho foi o mesmo com o qual uma geração inteira havia se acostumado. Veio a mancha do descenso, no fatídico 2005. O esquadrão de 2013 e 2014 encantou e conquistou, mas não se livrou da sina.
Da cabeçada de Dadá até o canhotaço de Hulk contra o Fluminense, foram 1.444 partidas, mais de dois mil gols marcados e derrotas emblemáticas. O título escapou entre os dedos com cinco vice-campeonatos (1977, 1980, 1999, 2012 e 2015). Em outras 12 campanhas, o time alcançou terceiro ou quarto lugares amargos. A espera parecia não ter fim. Mas, com a licença dos traiçoeiros e já mencionados deuses do futebol, terá.
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