A América do Sul continua verde. O Palmeiras superou o Flamengo por 2 x 1 na final da Libertadores e conquistou o tricampeonato continental e o bi consecutivo. Mas o desfecho dessa história passou pelos pés de um herói pouco provável: Deyverson. O atacante palmeirense ficou os 90 minutos mais acréscimos no banco de reservas e, somente na prorrogação, substituiu o autor do primeiro gol, Raphael Veiga, para voltar a garantir títulos para o alviverde paulista.
Eleito craque da decisão, Deyverson não escondeu a emoção após o gol. O atacante palmeirense foi às lágrimas ao colocar o Verdão novamente com o título. Na saída do gramado, o goleador se emocionou ainda mais e desabafou.
“Este gol é de todos, estamos de parabéns pela forma como jogamos contra um adversário muito forte. Era o eleito campeão, todo mundo falava, a imprensa... aqui é um grupo, uma família. As pessoas que falam muitas coisas, que dão resultado antes do jogo, têm que respeitar o Palmeiras um pouquinho”, disse ao SBT.
Deyverson não possuía, pelo menos até o ato heroico em Montevidéu, uma relação 100% saudável com a torcida do Palmeiras. Contestado, na temporada 2020, ele ficou de fora do planejamento do técnico Abel Ferreira e foi emprestado ao Alavés, da Espanha. No Velho Continente, o atacante disputou 36 jogos e marcou apenas dois gols até retornar a São Paulo.
A retomada na Academia de Futebol não foi das melhores. O camisa 9 não era a principal opção para o ataque do time que vinha da conquista da Libertadores 2020. Mesmo assim, continuou como trabalhando e mostrar ao comandante português que poderia ser útil. Sob lágrimas, Deyverson admitiu ter passado por dificuldades no Verdão.
“Realmente eu tive altos e baixos. Eu sei que cometi muitas falhas, mas nunca deixei de trabalhar e ajudar meus companheiros. Não tenho palavras para falar do meu pai, da minha mãe, da minha esposa, minha sogra, minhas filhas, meu empresário. Depois que a gente renuncia muitas coisas, Deus ajuda”, declarou ao Fox Sports.
Não foi a primeira vez que Deyverson garantiu um título ao Palmeiras. Em 2018, foi dele o gol da décima conquista do Brasileirão para o alviverde. Naquele jogo contra o Vasco, em São Januário, ele também saiu do banco para decidir, ao substituir Borja. O suplente foi o responsável direto pela vitória por 1 x 0, que deu mais três pontos ao Verdão, fundamentais para levantar o caneco em São Paulo.
Se acostumando a decidir campeonatos para o Palmeiras, Deyverson fez questão de elogiar a torcida verde presente no Estádio Centenário. “Como falaram no começo, algumas pessoas no celular falando: ‘mano, a torcida do Flamengo está maior que a do Palmeiras’ (no estádio). Eu falei, o importante não é quantidade, é a qualidade”, ressaltou.
Talismã do Palestra Itália, Deyverson tem contrato com o clube paulista até junho de 2022. Mas antes de pensar na renovação, o atleta ainda tem oportunidades para mostrar mais de seu futebol à diretoria. Pela frente, o Palmeiras jogará a sequência do Brasileirão e o Mundial de Clubes Fifa.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima