Futebol Feminino

Avaí Kindermann, tradicional time feminino, tem atividades encerradas

A família Kindermann anunciou a decisão ao portal SCC10. A finalização do projeto ocorreu seis meses após o falecimento do mandatário do clube

A partida contra o Santa Fe, pelas quartas de finais da Libertadores Feminina, foi a última aparição das Leoas do Avaí Kindermann nos gramados. Na quarta-feira (17), a família Kindermann encerrou as atividades do time feminino, dispensou as atletas e a comissão técnica. A informação foi dada pela jornalista Andrielli Zambonin, do portal SCC10.

 


A decisão de finalizar as atividades do time surgiu seis meses após a morte do então presidente do Avaí Kindermann e gestor do Napoli-SC, Salézio Kindermann. A família assumiu o legado do mandatário, mas teve que reduzir os gastos.

O primeiro impactado foi o Napoli, que teve o projeto descontinuado e a equipe devolvida para a Associação Esportiva Napoli, após o rebaixamento para a Série A2 do Campeonato Brasileiro. Como o Avaí Kindermann ainda tinha competições, a decisão foi postergada. Em entrevista ao portal SCC10, a filha e o genro de Salézio, Daniel e Valéria, afirmaram que fizeram de tudo para não encerrar as atividades da equipe no meio dos torneios.

O Avaí e o futuro do time feminino

O Avaí Futebol Clube e o Kindermann firmaram uma parceria em 2019. O combinado envolvia o envio de R$ 50 mil mensais do Avaí para o Kindermann e o uso, pelo time de Caçador (SC), do nome e do escudo do clube de Florianópolis.

Segundo informações do portal SCC10, a família Kindermann se reuniu com o Avaí. O clube tem interesse em assumir o projeto. No entanto, só será decidido o futuro do time após a eleição da nova presidência, que ocorrerá em dezembro.

Além disso, as Leoas garantiram vaga na Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino na temporada de 2022. Porém, foi conquistada com o CNPJ do Kindermann. Ou seja, caso o Avaí assuma o plantel, a posição ainda não está garantida na primeira divisão.

A família também está aberta à negociação, caso alguém se interesse em comprar a equipe. Se não houver interessados, enviarão uma carta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) abrindo mão da vaga na elite do Brasileirão Feminino.

O legado

O Kindermann fez a sua primeira aparição nos gramados há 13 anos de amarelo e preto. De lá para cá, ele conquistou 12 títulos estaduais e uma Copa do Brasil. O time ainda foi duas vezes vice-campeão do Brasileirão e participou de duas edições da Libertadores, na última, agora em 2021, fez a 5ª melhor campanha.

O clube foi responsável por revelar algumas das principais atletas que estão em atividade no futebol feminino atualmente, como Julia Biachi e Djenifer Becker, que lamentaram em suas redes o fim da equipe feminina.

“Notícia muito triste! Sempre deixei muito claro o carinho que tenho por esta equipe, que me deu a primeira oportunidade dentro do futebol feminino! Sou muito grata ao Kindermann por tudo. Foram sete anos vestindo a camisa amarela, preta e branca. Anos de muitas conquistas, muito trabalho e muito aprendizado!”, escreveu Julia Biachi em seu Instagram.

“O primeiro clube que abriu as portas para eu ir em busca do meu maior sonho. Ser atleta de futebol! Foram inúmeros sentimentos, alegrias, tristezas, títulos, derrotas, mas acima de tudo muito APRENDIZADO. Obrigada por tudo Kindermann e pelas pessoas que fizeram parte disso. Sua história será eterna!”, escreveu Djenifer Becker.

*Estagiária sob supervisão de Marcos Paulo Lima