Tragédia da Chapecoense completa cinco anos

Correio Braziliense
postado em 29/11/2021 00:01

Incalculável. Assim pode ser descrito o impacto da perda de um ente querido. O luto é ainda maior quando os parentes têm de passar por esse momento de maneira estendida, empenhados na busca por justiça. É o caso dos familiares das vítimas da tragédia da Chapecoense, ocorrida há cinco anos. Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a equipe para Medellín para a disputa do jogo de volta da final da Copa Sul-Americana, não chegou ao destino. Morreram 71 pessoas, entre jogadores e membros da comissão técnica, dirigentes, jornalistas e tripulantes.

A tragédia do voo 2933 da LaMia deu início a uma incansável batalha judicial pelo pagamento das indenizações. Apesar de um desfecho ainda distante, o surgimento de 12 novos resseguradores e o retorno de uma CPI abrem um novo capítulo do imbróglio judicial.

O andamento das ações na Justiça começaram a ganhar novos contornos na pandemia de covid-19. Em 2020, a Alta Corte de Justiça de Londres determinou a paralisação dos julgamentos nos Estados Unidos, onde o processo teve início com as famílias, após vir à tona a listagem completa de todos os resseguradores da Bisa — seguradora responsável pela apólice —, incluindo nomes conhecidos no mercado, como a Liberty Mutual Insurance Company (LMIC) e a Chubb.

O surgimento dos novos atores no processo ocorreu após a Tokio Marine, seguradora, e todo o grupo de companhias entrarem com uma demanda no Reino Unido para bloquear as ações em solo americano, onde a indenização poderia chegar a um valor aproximadamente 10 vezes maior do que um acerto no Brasil.

Por causa da quantidade de documentos juntados pela Podhurst Orseck, escritório que cuida do caso nos EUA, o julgamento do processo foi adiado para junho de 2022. Neste meio tempo, a Justiça americana determinou a indenização total de US$ 884 milhões (R$ 4,8 bilhões) a 40 famílias que ingressaram com ação no país. O pagamento não será imediato, pois a decisão é de primeira instância.

Com o foco das ações na Tokio Marine e na Aon — corretora da apólice —, advogados das famílias acreditam que a busca por uma resolução do pagamento das indenizações possa ocorrer com maior rapidez assim que as resseguradoras listadas no requerimento protocolado no Reino Unido, antes desconhecidas, também se tornarem rés no processo.

Os documentos foram entregues à CPI da Chapecoense, instalada em dezembro de 2019, no Senado. Em 18 de novembro, no retorno dos trabalhos da comissão após a parada causada pela pandemia, seis requerimentos de convocações foram aprovados. Os pedidos partiram do senador Izalci Lucas (PSDB), que pediu uma participação mais ativa do governo brasileiro para dar celeridade ao pagamento das indenizações.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação