O Correio preparou, ao longo de toda esta última semana, uma contagem regressiva para a decisão brasileira deste sábado 27/11), em Montevidéu, mostrando como as trajetórias de diversos personagens dos dois times que se enfrentam na grande final. Chegou a hora de conhecer os guardiões, os xerifes, os maestros e os ídolos
Os guardiões
Se invejinha saudável matasse, Diego Alves não estaria vivo para a inédita decisão de sábado da Libertadores, às 17h, no Estádio Centenário, em Montevidéu, contra o colega de posição Weverton. O dono das traves do Palmeiras ostenta títulos — e alguns mimos — que o do Flamengo sonhou e não tem.
Weverton foi herói do Brasil na conquista da primeira medalha de ouro do país no futebol masculino nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Era o homem de confiança de Rogério Micale. Brilhou na casa de Diego Alves, o Maracanã, pegando uma cobrança de pênalti de Petersen contra a Alemanha. Depois disso, bastou Neymar converter a última cobrança e decretar a festa verde-amarela.
Oito anos antes, Diego Alves havia tentado. Era um dos goleiros de Dunga na edição de Pequim-2008. Não o titular. Amargou a reserva de Renan. Do banco, viu o Brasil ser eliminado nas semifinais pela Argentina de Messi, Riquelme, Mascherano, Di Maria e Agüero. Uma seleção dourada deixou o Brasil com bronze.
Diego Alves trabalhou com Tite no Atlético-MG. Foi até convocado pelo técnico da Seleção Brasileira no início do trabalho, em 2016. Porém não se firmou. Ficou fora da Copa da Rússia em 2018. Dificilmente irá ao Catar daqui a um ano. Fora do radar, ele vê Weverton firme entre os preferidos do comandante verde-amarelo. O ídolo do Palmeiras atua no Brasil, mas briga com Alisson (Liverpool) e Ederson (Manchester City) pela posição de titular.
Diego Alves ao menos pode se gabar de ter um título contra Weverton em um duelo à parte no qual ambos foram protagonistas. Em abril, os goleiros desequilibraram no tempo normal e na prorrogação no Mané Garrincha na decisão da Supercopa do Brasil. A final terminou 2 x 2 no tempo normal, e o Flamengo virou a decisão nos pênaltis, graças ao seu goleiro. Diego Alves pegou quatro cobranças.
Tira-teima
Como Palmeiras e Flamengo são dois timaços, não surpreenderia um novo tira-teima entre os craques das traves no sábado, em Montevidéu. Neste caso, o jogo teria de terminar empatado no tempo normal e na prorrogação.
A importância dos dois vai muito além dos pênaltis. Weverton e Diego Alves são bons com os pés. O goleiro alviverde, um pouco mais. Na derrota recente no Allianz Parque, por exemplo, deu lançamento longo e deu início a um gol do Palmeiras. A jogada se repete muito, e o Flamengo deve ter cuidado com ela na final da Libertadores. A zaga rubro-negra prefere sair jogando de pé em pé, mas de vez em quando Diego Alves também surpreende na ligação direta.
Diego Alves e Weverton desembarcarão no Uruguai rezando para que as defesas de Flamengo e Palmeiras os projetam. O titular rubro-negro sofreu 43 gols em 47 jogos nesta temporada. Média de 0,91 por partida. Acredite se quiser: quase a mesma de Weverton. O goleiro do Palmeiras entrará em campo com 41 gols sofridos em 47 exibições (0,87). A final de sábado tem tudo para “desempatar” o aguardado duelo à parte.
Palmeiras
Alviverde arranca 2 x 2 no adeus...
O último jogo do Palmeiras antes da final da Copa Libertadores teve de tudo: belos gols, pênalti perdido, cartões em profusão e discussões. No Allianz Parque, o time alviverde e o líder Atlético-MG empataram por 2 x 2 em um bom jogo ontem à noite. Wesley e Deyverson marcaram para os donos da casa, que não sustentaram a vantagem. Zaracho e Hulk foram às redes pelos mineiros, que ainda não podem levantar a taça do Brasileirão na próxima rodada, mas o título nacional é questão de tempo.
O Atlético manteve a diferença de oito pontos para o Flamengo, já que o rival também empatou, diante do Grêmio, em Porto Alegre Os mineiros somam 75 e os cariocas, 67. A conquista está cada dia mais próxima do líder, que encara no domingo o Fluminense, no Mineirão. O Palmeiras esquece o Brasileirão por ora e se concentra no jogo mais importante do ano. No sábado, às 17h, encara o Flamengo em Montevidéu, no Uruguai, atrás de seu terceiro título continental.
Fora da decisão por estar suspenso, o lateral-direito Marcos Rocha falou sobre a situação inusitada. “Vou sofrer mais. Queria muito estar lá, mas tomei o terceiro amarelo”, disse.
Flamengo
...e o rubro-negro carioca, também
Com um jogador a mais durante boa parte do segundo tempo, o Flamengo não soube administrar a vantagem de 2 x 0 e só empatou com o Grêmio ontem, em Porto Alegre, em jogo atrasado da segunda rodada. Após o jogo, o atacante Pedro lamentou o tropeço.
O atacante sabe que o time carioca falhou ao ceder o empate por 2 x 2, mesmo com vantagem numérica dentro de campo, mas preferiu esquecer o resultado e focar na decisão da Copa Libertadores, sábado, contra o Palmeiras, no Uruguai.
“Não poderíamos ter tomado dois gols com um homem a mais, mas agora é focar na decisão, um jogo difícil contra o Palmeiras. A gente vai entrar para vencer e o Flamengo sempre pede isso: título”, disse Pedro. Arrascaeta também teve boa atuação.
A partida também marcou o retorno de Pedro a uma partida oficial. Ele ficou quase um mês fora devido a uma lesão no joelho direito. E, mesmo tendo atuado por apenas 20 minutos em Porto Alegre, o sentimento do atacante é de alívio e alegria. Com o empate, o Flamengo perdeu a chance de encurtar a distância para o líder Atlético-MG para cinco pontos.
Os xerifes
Gustavo Gómez incorpora o trecho “defesa que ninguém passa” do Hino do Palmeiras. É o xerifão da Academia. O Flamengo valoriza diversão e arte, mas está sempre à caça de um deus da raça. De um Rondinelli para chamar de seu. Rodrigo Caio era o cara até o desembarque do reforço europeu David Luiz no Ninho do Urubu.
O acerto das defesas dos clubes candidatos ao título da Libertadores no sábado, às 17h, no Centenário, em Montevidéu, passa pela imponência dos beques de Palmeiras e Flamengo. Um representa perigo ao outro. Principalmente nos combates na área. Ambos disputarão cada centímetro nas cobranças de faltas e de escanteios. Afinal, as bolas aéreas são um dos pontos fortes do time de Abel Ferreira. E fracos da trupe de Renato Gaúcho. Logo, o equilíbrio no setor depende do paraguaio e do brasileiro.
Gustavo Gómez é decisivo. Causou hematomas no Grêmio, de Renato Gaúcho, na partida de ida da final da última Copa do Brasil. Foi dele o gol da vitória do Palmeiras por 1 x 0, na Arena, em Porto Alegre. A vantagem ajudou o tricolor gaúcho a consolidar a conquista na volta, no Allianz Parque, com 2 x 0 — 3 x 0 no agregado.
O beque paraguaio faz parte da última grande safra da base paraguaia. Em 2013, era o capitão da seleção guarani no vice no Sul-Americano Sub-20. Liderava colegas como Junior Alonso (Atlético-MG) e o volante do Flamengo Piris da Motta.
A missão de Gustavo Gómez é ingrata. Como se não bastasse monitorar David Luiz, ele é um dos responsáveis por deter Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. A movimentação do quarteto deixa as defesas adversárias sem referência. A experiência na Itália pelo Milan fez Gómez evoluir. Ele é o símbolo de quatro títulos do Palmeiras.
David Luiz não é somente o candidato a deus da raça. Embora tenha sete jogos no Flamengo, o time sofreu só um gol com ele em campo. O paulista de 34 anos e 1,89m é anjo da guarda nas horas vagas. Com reflexo, evita gols em cima da linha.
A chegada do campeão por Vitória, Benfica, Chelsea, PSG, Arsenal e Seleção deu ao Flamengo mais que liderança: força aérea, cobranças de falta, lançamentos longos e cabelos cacheados. David é versátil. Era meia, virou volante e foi para a base do São Paulo. Dispensado, firmou-se como zagueiro no Vitória e foi feliz vestindo vermelho e preto. Coincidentemente, as cores do Flamengo, candidato ao tri da Libertadores. A conquista representaria muito para quem voltou da Europa frustrado por jamais ter conquistado a prima rica Champions League.
Adeus alviverde...
A torcida do Palmeiras se despediu dos jogadores com festa na frente da Academia de Futebol, ontem à tarde. O ônibus com os jogadores e a comissão técnica deixou o CT às 13h a caminho do aeroporto de Guarulhos, onde o elenco embarcou.
As autoridades não liberaram os torcedores de apoiarem o elenco no aeroporto, com o tradicional “aeroporco”. Por isso, eles se juntaram na frente do CT na Zona Oeste de São Paulo. Além de membros das torcidas organizadas, havia muitas famílias e crianças no local.
Antes do embarque, o Palmeiras treinou. Os titulares foram a campo e os reservas, que participaram do empate por 2 x 2 com o Atlético-MG no Allianz Parque, fizeram trabalhos regenerativos. Felipe Melo participou da atividade sem restrições e deve estar apto para enfrentar o Flamengo no sábado. O meio-campista não atuou nas três últimas partidas.
Em Montevidéu, o elenco vai treinar no Estádio Gran Parque Central, do Nacional. As duas atividades antes da decisão serão fechadas para a imprensa. Os dois treinos estão marcados para as 17h.
Atual campeão, o Palmeiras busca o tri. O time alviverde vai disputar sua sexta final continental, assim como aconteceu em 1961, 1968, 1999, 2000 e 2020. Na temporada passada, para ficar com taça, derrotou o Santos com gol de Breno Lopes nos acréscimos.
...e seja bem-vindo
O Flamengo deixou Porto Alegre e desembarcou na manhã de ontem, em Montevidéu, para a final deste sábado da Libertadores, às 17h, no Estádio Centenário, no Uruguai, fez o check-in e partiu rumo à arena Campeón del Siglo, do Peñarol, para a primeira atividade no país sede da decisão continental. Lá, o time conquistou o primeiro título, em 1981, contra o Colo Colo do Chile no jogo desempate em campo neutro daquela edição.
A poucos dias da final da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo, Renato Gaúcho ganhou dois “reforços” de peso para a decisão. O meia Arrascaeta e o atacante Pedro se recuperaram de lesão e devem ser relacionados pelo treinador para a partida de sábado. A dupla entrou no segundo tempo do empate por 2 x 2 com o Grêmio e teve boa atuação.
Titular absoluto do time rubro-negro, Arrascaeta retornou ainda na vitória por 2 x 1 sobre o Internacional, no Beira-Rio, domingo. O atleta estava 48 dias fora de combate após sentir uma lesão na coxa direita na partida entre Uruguai x Colômbia pelas Eliminatórias. Contra o Grêmio, o camisa 14 fez a jogada que abriu o placar para o Flamengo.
Pedro fez seu primeiro jogo após passar por um longo período de recuperação de uma cirurgia no joelho direito, realizada no dia 25 de outubro. Ao fim da partida contra o tricolor gaúcho o atacante celebrou o retorno e demonstrou confiança para a final.
Os maestros
Tite busca um ritmista para a Seleção Brasileira desde que assumiu o cargo, em 2016. Em outras palavras, está carente de um camisa 10 ou 8, como queira. O cara cerebral, do passe decisivo, capaz de acelerar e frear o jogo. Aquecê-lo e esfriá-lo. Neste mês, ele deixou escapar alguns nomes monitorados. O meia do Palmeiras Raphael Veiga é um deles. Se pudesse, o comandante verde-amarelo entregaria a batuta do meio de campo a Arrascaeta, mas o gringo é uruguaio. Jogará em casa, amanhã, às 17h, no Estádio Centenário, em Montevidéu, na final da Libertadores.
Nascido em Nova Berlim, cidade do departamento de Rio Negro, o maestro rubro-negro é o metrônomo da orquestra de Renato Gaúcho. A última vez que o Flamengo contou com ele foi em 3 de outubro. Teve show: vitória por 3 x 0 contra o Athletico-PR, no Maracanã. Depois daquele jogo, Arrascaeta se apresentou ao Uruguai nas Eliminatórias, sofreu lesão muscular e só voltou aos gramados no último sábado.
A ausência de Arrascaeta foi determinante para o Flamengo perder o contato com o Atlético-MG na maratona pelo título do Campeonato Brasileiro. O time desmanchou. Obrigou Renato Gáucho a reinventá-lo com Michael. O atacante está longe de emular Arrascaeta, mas fez da recomposição, dribles, velocidade e nove gols e duas assistências na ausência do uruguaio o trunfo para confundir: é melhor iniciar com Michael 100% ou “meio” Arrascaeta?
O ano atribulado do uruguaio apresenta números modestos. São 33 jogos e nove gols, quatro deles marcados justamente nas 11 partidas disputadas na Libertadores. Um dado específico mostra por que Arrascaeta faz tanta falta. O garçom acumula cinco assistências nesta edição para clientes diferentes. Duas para Bruno Henrique e outras quatro divididas entre Gabigol, Willian Arão, Gustavo Henrique e Vitinho.
O ritmista alviverde é Raphael Veiga. Aos 26 anos, o maestro do Palmeiras não é fora de série como Arrascaeta, mas o meio de campo do técnico Abel Ferreira inexiste sem ele. São quatro gols na Libertadores. Veiga foi a campo em 11 dos 12 jogos. Quando não esteve, o atual campeão da Libertadores perdeu para o Defensa y Justicia. Ele é o líder de finalizações da equipe na Libertadores. O cobrador de pênalti impecável.
Revelado pelo Coritiba, Veiga evoluiu quando foi emprestado pelo Palmeiras ao rival Athletico-PR. Ajudou o Furacão a conquistar a Sul-Americana em 2018. Retornou ao Palestra Itália para ser o dono do meio de campo. Ganhou Paulistão, Copa do Brasil e Libertadores em 2020. Está pronto para ser protagonista, provavelmente auxiliado por uma surpresinha no setor: Gustavo Scarpa.
Um no Nacional...
Assim como ocorreu com o Flamengo, o Palmeiras também fechou o treino de preparação para a final da Libertadores. Com quase todo elenco disponível, exceção para Marcos Rocha, suspenso, o técnico Abel Ferreira usou a atividade para alinhar a equipe que entrará em campo amanhã, às 17h, no Centenário, em Montevidéu, no Uruguai.
As atividades foram realizadas no estádio Parque Central, do Nacional. No entanto, a imprensa pode acompanhar apenas o aquecimento. Abel Ferreira realizou um treino tático de cerca de uma hora de duração. Divididos em dois times, os jogadores ensaiaram o posicionamento, movimentações e jogadas, entre outros aspectos.
Os atletas ainda receberam orientações por vídeo no hotel e trabalhos de atividade física na academia.
Abel Ferreira levou para o Uruguai uma dúvida na lateral direita. Mayke é o substituto natural de Marcos Rocha, mas não está descartada a possibilidade de puxar Gustavo Gómez para o lado e jogar com Felipe Melo no miolo de zaga, ou até mesmo colocar Kuscevic no setor, formando linha de três ou cinco defensores, o que Abel já fez nesta temporada.
A provável escalação do Palmeiras para a partida de amanhã tem: Weverton; Mayke, Gustavo Gomez, Luan e Piquerez; Zé Rafael, Danilo (Felipe Melo), Gustavo Scarpa e Raphael Veiga; Dudu e Rony.
...outro no Peñarol
Com força máxima, o Flamengo deu sequência ontem à preparação para o duelo de amanhã, às 17h, com o Palmeiras. O técnico Renato Gaúcho pôde contar com o que tem de melhor no treino realizado no estádio Campeón del Siglo, do Peñarol, incluindo o zagueiro Rodrigo Caio e o lateral Isla, poupados das atividades de quarta-feira.
Voltando de lesão, o meia Arrascaeta treinou normalmente, assim como os atacantes Bruno Henrique e Pedro. Os dois primeiros devem iniciar o confronto. O único desfalque foi o zagueiro reserva Léo Pereira, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos.
O Flamengo abriu apenas os primeiros 15 minutos para a imprensa. Os jogadores fizeram aquecimento antes da atividade em campo. Mais cedo, academia e trabalho preventivo, sob os olhares de Renato Gaúcho.
A expectativa é de que o treinador aposte no retorno de Arrascaeta, deixando Michael, destaque do time nos últimos jogos, como opção no banco de reservas. A provável escalação do Flamengo tem: Diego Alves; Isla, Rodrigo Caio, David Luiz e Filipe Luís; Willian Arão, Andreas Pereira, Éverton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabriel.
A preparação será encerrada hoje, também nas dependências do Peñarol. A delegação do Flamengo ainda fará um reconhecimento do gramado do estádio Centenário, local da grande decisão contra o Palmeiras.
Os ídolos
O primeiro dos 10 Mandamentos registrados da Bíblia diz: “Não terás outros deuses além de mim”. Uma outra ordenança recomenda: “não farás para ti nenhum ídolo”. Dudu e Gabriel Barbosa são pedaços de mau caminho. Convites ao pecado. Dois candidatos a semideuses no “Armagedon” de hoje, às 17h, entre Flamengo e Palmeiras no Estádio Centenário, em Montevidéu.
Entre o sagrado e o profano, os xodós alviverde e rubro-negro quebram as tábuas da lei. Mobilizam devotos das duas religiões candidatas ao tri a colocarem fé no poder sobrenatural deles no templo uruguaio.
Dudu é o protagonista do milagre de Belo Horizonte. Foi dele o gol que eliminou o favorito Atlético-MG nas semifinais, no Mineirão. Recebê-lo de volta é uma dádiva divina. Sem ele na final de 2020, o Palmeiras suou bicas para superar o Santos na final da Libertadores. Com ele, está mais forte na defesa do título. Busca um bi consecutivo. O principal torneio de clubes da América do Sul testemunhou isso pela última vez em 2000 e 2001 com o Boca Juniors.
O ídolo alviverde andava esquecido no Catar. Isolou-se no futebol do país-sede da Copa 2022 depois de uma crise conjugal. Participou de parte da campanha e foi campeão a distância. Vestiu faixa. Nesta campanha, foi imprescindível no mata-mata. Decisivo nas semifinais, brilhou, também, nas quartas contra o São Paulo. Dudu ostenta no currículo alviverde um bi do Brasileirão (2016 e 2018), uma Copa do Brasil (2015), um Paulistão (2020) e uma Libertadores pela metade (2020). Hoje, ele tem a chance de conquistá-la por inteiro numa final.
Gabigol é a tentação da torcida rubro-negra. O ídolo com poder sobrenatural de decidir final única da Libertadores com dois chutes em três minutos nos acréscimos do segundo tempo. Assim o Flamengo virou a decisão de 2019 contra o River Plate.
Artilheiro da Libertadores com 10 gols e quatro assistências em 12 jogos, cometeu a blasfêmia de superar o deus Zico em gols na competição. Tem 21 bolas na rede com o “manto sagrado” contra 16 do Galinho. Como também marcou um gol pelo Santos em 2018, é candidato a tornar-se o maior matador brasileiro na história do torneio. Está a sete de alcançar Luizão — autor de 29.
O sonho do tri do Flamengo passa pelos pés de Gabigol. Há quase um mantra contra o rival de hoje. Quando ele joga contra o Palmeiras, marca. São cinco contra o adversário desde a chegada ao clube, em 2019. Há quem compare Gabigol a Nunes. A reencarnação do Artilheiro das Decisões. Os mais jovens o veem no patamar de Zico. Afinal, a geração dele pode superar a do Galinho e conquistar duas Libertadores em três anos. O tricampeonato pode ser o 13º troféu do camisa 9 pelo clube em três anos.
Com Felipe Melo
Felipe Melo será titular do Palmeiras na final da Copa Libertadores contra o Flamengo. Ontem, véspera da decisão continental, o técnico Abel Ferreira confirmou a escalação do experiente volante entre os 11 que começam o jogo em Montevidéu, no Uruguai. O português, no entanto, não deu mais detalhes sobre a formação que vai utilizar na partida mais importante para o time na temporada.
Abel fez elogios à postura de Felipe Melo, que também estava na coletiva, antes de confirmar que o veterano jogaria. “As palavras dele (Felipe Melo) espelham o espírito da equipe. O que ele fala demonstra bem o espírito dos nossos jogadores. Sabemos que ele é importante quando joga ou quando está fora. Já ganhou títulos e nos ajuda com a sua experiência”, frisou.
O Palmeiras encara um jejum diante do Flamengo. Não vence o rival carioca há mais de quatro anos. Para o português, a decisão de hoje, no Uruguai é a oportunidade ideal para quebrar esse tabu. “Esta equipe já provou que está pronta para escrever a história”, ressaltou.
Felipe Melo preferiu ironizar os críticos da sua escalação. “Engraçado, dou bastante risada porque, na temporada passada, ainda neste ano, eu quebrei o pé e ficou uma incógnita se eu iria chegar. Tinha fé de que chegaria. E pude entrar, agora novamente mais este probleminha. Eu gosto de encarar os problemas procurando solução”, disse.
Sem nariz em pé
O técnico do Flamengo, Renato Gaúcho, disse, ontem, que não há um favorito na final da Libertadores contra o Palmeiras, hoje, no Estádio Centenário, em Montevidéu.
“Não vejo favoritos. São dois grandes times, os últimos campeões da Libertadores”, disse o treinador, em entrevista coletiva na capital uruguaia.
“Uma final da Libertadores é para poucos. Tenho esse privilégio hoje”, acrescentou, antes de garantir que não se deve dar chances ao Palmeiras. “Temos uma equipe muito forte do outro lado”, acrescentou.
O treinador do time rubro-negro, que volta a uma final no mesmo estádio em que o clube conquistou a sua primeira Libertadores em 1981, comemorou satisfeito por estar no comando de uma equipe “maravilhosa” e destacou que os dois finalistas chegaram a esta fase pelos seus próprios méritos.
Antes de fazer o reconhecimento do campo em que disputará a final, Renato Gaúcho garantiu que seus jogadores estão preparados e treinaram considerando variáveis.
“O torcedor pode esperar muita entrega e determinação” da equipe. “Trabalhamos para isso, o torcedor pode ficar tranquilo”.
Everton Ribeiro prevê decisão pesada psicologicamente. “Por ser uma final, sempre será tenso. As equipes vão tentar fazer o melhor. Temos sabido jogar as últimas finais, controlar as emoções, ganhando ou perdendo, acreditamos no que estamos fazendo.
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