Para chegar à glória eterna da Libertadores, vários caminhos levam a Montevidéu. Um deles pode ser colocando o pé na estrada pelos mais de 2.900km que separam o Distrito Federal da capital do Uruguai. Encarar as rodovias brasileiras e ainda cruzar a fronteira com o país vizinho pode ser uma aventura custosa, mas divertida, como mostra um candango apaixonado pelo Flamengo.
Assim como na música Pelados em Santos, da banda Mamonas Assassinas, o morador do Sudoeste Fábio Chaves abriu as portas de sua Volkswagen Brasília de cor amarela e convocou quatro amigos para embarcarem em uma jornada por seis estados brasileiros e uma divisa que pode ter sido a última separação entre a nação rubro-negra e o tricampeonato da América.
Os cinco amigos deixaram a capital federal em 21 de novembro, às 6h, e passaram por Juquitiba (SP), Florianópolis e Pelotas (RS) até chegarem a Montevidéu três dias depois, na última quarta, às 20h30. O gasto com combustível foi de R$ 1.500 para cada passageiro. A hospedagem saiu pelo preço médio de R$ 180.
Mas as despesas eram previstas. O flamenguista de 49 anos passou a temporada inteira aguardando a classificação à decisão continental. Acompanhou jogo a jogo para, enfim, tirar a viagem do papel. Com a classificação carimbada, o advogado reuniu os companheiros de partidas em bar, casa e estádios.
Na Brasília ano 1974, Fábio Chaves foi acompanhado de Henrique Carvalho e Manoel Neto. O possante foi seguido por duas motocicletas guiadas pelos parceiros dele Geraldo Clay e Rogers Vilela.
“Viajar de carro para acompanhar as partidas do Flamengo é um costume antigo. Sou ligado em carros desde criança. Sempre gostei de ir com os meus amigos e meu pai. É um clima muito bom. Todos tiramos férias e estamos na expectativa para ver o time campeão”, conta o torcedor.
Apaixonado pelo Flamengo e pelos roncos dos motores, Fábio está longe de ser um motorista de primeira viagem. Os dois amores foram combinados em outras ocasiões e levaram o rubro-negro a testemunhar outros grandes momentos.
Ele viu in loco o título do Carioca 2001 com o gol de falta de Petkovic na vitória por 3 x 1 sobre o Vasco, a conquista da Copa do Brasil 2006, também sobre o rival, além do título brasileiro em 2009 e o recente bicampeonato da América sobre River Plate, em 2019.
Mas cada final significa uma nova jornada. E como nem tudo são flores pelos asfaltos, Fábio e sua escuderia passaram por perrengues até a linha de chegada.
“Mesmo com o carro super revisado, sabíamos que poderia apresentar algum problema. Tivemos duas passagens com defeitos no alternador. A primeira em Juquitiba (SP), solucionada em cinco horas. E depois, em Pelotas (RS), resolvida em outras três horas”, revela.
A trajetória na Brasília fez sucesso entre outros viajantes, principalmente os brasileiros que também estavam a caminho do Uruguai. “O carro fez sucesso na estrada, muita gente pedindo fotos e filmando. E quando nos viam com a camisa do Mengão, faziam a maior festa”, compartilha Fábio.
A um dia da final, o rubro-negro do Sudoeste está otimista, mas não se deixa levar pela emoção. “Vai ser um jogo difícil. O Palmeiras deve jogar por uma bola. Espero um Flamengo mais criativo, mas com cautela. Acredito no 2 x 1, com gols de Gabriel Barbosa e Bruno Henrique”, palpita.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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