Versalhes, França | A justiça francesa condenou nesta quarta-feira (24) o atacante Karim Benzema, do Real Madrid, a um ano de prisão, mas com suspensão da pena, como cúmplice da tentativa de chantagem de seu ex-colega de seleção Mathieu Valbuena com um vídeo íntimo.
"Benzema se envolveu pessoalmente (...) para convencer o companheiro de equipe a aceitar a chantagem", afirma a sentença do tribunal correcional de Versalhes, para o qual o atacante mostrou "certo júbilo" e "nenhuma benevolência" com Valbuena.
Os magistrados estabeleceram uma pena de prisão superior aos 10 meses solicitados pela Promotoria durante o julgamento em outubro, mas decidiram pela multa recomendada pelo Ministério Público: 75.000 euros (87.000 dólares).
Após a leitura do veredicto, os advogados do atacante de 33 anos, que não compareceu ao julgamento por compromissos profissionais, anunciaram que apresentarão um recurso contra a sentença, o que deixará a aplicação da mesma em suspenso.
O advogado Sylvain Cormier criticou uma "pena muito dura, injusta e sem provas". A defesa alegou que não foi apresentado o "elemento intencional" do delito.
Durante o julgamento, os representantes do MP afirmaram que o astro da seleção francesa tinha o dever de dar o exemplo, como "portador de uma imagem, de uma esperança, de uma notoriedade e de valores morais".
Apesar do escândalo da "sextape" ter afastado Benzema da seleção francesa por cinco anos, até seu retorno nas vésperas da Eurocopa disputada em 2021, a condenação, a apenas um ano da Copa do Mundo do Catar, aparentemente não trará consequências esportivas.
Há duas semanas, o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noël Le Graët, afirmou ao jornal Le Parisien que Benzema não seria excluído da seleção em caso de condenação.
E o Real Madrid, que disputa nesta quarta-feira uma partida da Champions League contra o Sheriff Tiraspol na Moldávia, sempre expressou apoio ao atleta.
Até 2 anos e meio de prisão
Contra os outros quatro acusados pela tentativa de chantagem contra Valbuena, atualmente jogador do Olympiakos da Grécia, o tribunal de Versalhes anunciou penas que vão de 18 meses de prisão com suspensão condicional até dois anos e meio de prisão com cumprimento obrigatório.
O caso aconteceu em 6 de outubro de 2015. Durante uma concentração da seleção francesa, Benzema foi ao quarto de Valbuena para advertir o colega sobre o vídeo e afirmar que poderia apresentá-lo a "alguém de confiança" para "administrar" a situação.
Durante o julgamento, o meia de 37 anos, que não foi mais convocado para a seleção nacional após o escândalo, afirmou que temeu por sua carreira, "caso o vídeo fosse divulgado".
"Me senti em perigo, o primeiro instinto foi denunciar", disse.
A pessoa recomendada por Benzema era seu amigo Karim Zenati, com quem os supostos chantagistas entraram em contato para pressionar a Valbuena, depois do fracasso de tentativas anteriores.
Axel Angot, que encontrou e preservou o vídeo do celular que a vítima havia confiado, recebeu pena de dois anos de prisão, seis meses a menos que Mustapha Zouaoui, considerado o "cordão umbilical" do caso.
A pena para Zenati, amigo de infância de Benzema, foi de 15 meses de prisão com o cumprimento obrigatório. Younes Houass, primeiro intermediário que entrou em contato com Valbuena, foi condenado a 18 meses de prisão com suspensão da pena.
Saiba Mais
- Esportes Seis brasileiros estreiam nesta terça no Mundial de Tênis de Mesa
- Esportes Mauricio Souza compara retaliação que sofreu à situação do goleiro Bruno
- Esportes Brasília Vôlei Feminino não se encontra em quadra e sofre quarta derrota
- Esportes Morte de Maradona segue envolvida em mistério, acusações e série de indiciamentos
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.