Em entrevista ao podcast Conversa Talk, nesta terça-feira (23/11), o jogador de vôlei Mauricio Souza voltou a comentar sobre o caso envolvendo a bissexualidade do Superman, herói de histórias em quadrinhos. Durante a conversa, o atleta disse que teve a carreira prejudicada e que toda a repercussão “passou dos limites”.
Sem clube desde o desligamento do Minas Tênis Clube, por conta das publicações de cunho homofóbico nas redes sociais, Mauricio admitiu que será difícil encontrar um novo time e se comparou ao goleiro Bruno, ex-jogador do Flamengo condenado pelo assassinato de Eliza Samudio. “Pela minha opinião, é capaz eu me comparar ao goleiro Bruno, que foi do Flamengo, que cometeu aquela tragédia, entendeu? É mais ou menos o mesmo resultado final. Todo mundo vai apoiar o Maurício, mas vão falar: 'pera aí, é perigoso'. Então isso vai me prejudicar, obviamente já me prejudicou. Vai ser difícil. Manchou a minha carreira, talvez eu não jogue mais voleibol”, afirmou o jogador.
Mauricio pontuou ainda que nunca imaginou passar por algo assim, uma vez que sempre defendeu o que acredita e tentou explicar o motivo pelo qual decidiu comentar sobre a nova versão do super herói. “O que aconteceu foi que eu vi aquele quadrinho, imaginei que meus filhos pudessem assistir aquilo e não gostei. Só dei minha opinião. Acho que passou do limite isso de querer impor na sociedade uma coisa dessas”, declarou.
Entenda
A polêmica começou em 12 de outubro, quando Maurício fez uma publicação no Instagram criticando o anúncio da DC Comics de que o novo Superman, filho de Clark Kent e Lois Lane, é bissexual. "A é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar...", comentou Maurício Souza, ao republicar a imagem de divulgação dos quadrinhos.
Após a postagem, o atleta sofreu inúmeras críticas de artistas e do público. A Xuxa, por exemplo, comentou nas redes sociais atacando os conservadores. "O mais vergonhoso é saber que o 'gado' aceita e segue os preconceituosos, racistas, homofóbicos em nome de Deus e da pátria", escreveu.
Apesar de ter ganhado milhões de seguidores com o caso, Maurício foi demitido do clube que fazia parte. Em resposta à pressão dos patrocinadores, o Minas decidiu desligar Souza do quadro de jogadores. “Não aceitamos manifestações homofóbicas, racistas ou qualquer manifestação que fira a lei. A agremiação salienta que as opiniões do jogador não representam as crenças da instituição sócio desportiva”, escreveu o time em nota.
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