A menos de um mês da final da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo, em 27 de novembro, no Estádio Centenário, em Montevidéu, até superstição entra em campo na batalha pela glória eterna. O goleiro alviverde Weverton tem a dele. Uma das manias do craque das traves aconteceu na partida de volta da semifinal de 2020 contra o River Plate, no Allianz Parque. “Eu aqueço com uma luva e jogo com outra. Sempre!”, contou em abril durante uma live da fornecedora de material esportivo dele, a Poker, no Dia do Goleiro.
A superstição de Weverton começa no vestiário. Costuma levar uns cinco pares para dentro do vestiário e olha na cara delas antes de escolher. “Quando pego uma sequência de vitórias com uma luva vou com ela até o caco ser for possível, sete oito jogos, vou com ela até o fim. Não largo nem a pau”, diverte-se a muralha do Palestra Itália. “Eu tenho essas manias de levar muitas luvas para o jogo. Gosto de olhar, sentir e dizer: ‘hoje vai essa’”. Weverton é tão bolado que chega a levar cinco pares para uma mesma partida.
Weverton achou, por exemplo, que uma luva estava dando azar na derrota por 2 x 0 para o River Plate no duelo de volta pela semifinal da Libertadores. “Aqueci com uma, joguei o primeiro tempo com outra e troquei novamente no segundo tempo. Usei três pares de luva. Foi devido à superstição. Eu entrei com uma luva e tomei dois gols no primeiro tempo. Falei que não voltava nem a pau com ela para o segundo tempo. A luva não teve nada a ver com isso, mas é o nível de superstição que eu tenho. Tenho que deixar isso de lado, mas não consigo mais. Ela não voltou comigo para o segundo tempo. Coloquei outra, não tomei mais gol e fomos para a final. A luva não tem nada a ver, mas é coisa minha”, diverte-se.
Weverton é patrocinado pela Poker, uma marca especializada em luvas de goleiro. A grife completa 35 anos em 2021. Um dos grandes desafios na relação com o goleiro do Palmeiras aconteceu em 2016. O então jogador do Athletico-PR foi convocado às pressas para os Jogos Olímpicos do Rio e não tinha luvas adequadas ao torneio. Eventos da Fifa têm exigência quanto a utilização de patrocínio no objeto e a firma customizou um novo produto rapidamente para o herói da primeira medalha de ouro do Brasil no futebol. Weverton defendeu uma cobrança na final contra a Alemanha.
A Poker lidera o mercado no país desde 2006 e avançou para outros esportes durante a pandemia investindo nos mercados de fitness, natação e bike, por exemplo. “A pandemia paralisou o futebol, e passamos a investir ainda mais nas linhas de produtos para esportes individuais, como ciclismo, natação, running e funcional. Aceleramos muito um processo de diversificação que já vinha acontecendo há oito anos. Foi o que manteve nosso patamar de faturamento no ano passado”, diz Frêdi Cauduro, diretor comercial da Poker.
Além de Weverton, o ex-nadador Gustavo Borges faz parte do elenco de embaixadores da marca. Medalha de bronze nos 200m livre nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Fernando Scheffer também passou a usar o produto. “Acompanho o Scheffer desde as categorias de base e vi que ele tinha uma técnica interessante, uma força de vontade incrível e muita dedicação nos treinos”, relata Gustavo Borges quando indicou o nadador à Poker. “Foi um acerto, tanto em função do resultado obtido nas Olimpíadas como na pessoa que é: dedicada, humilde, comprometida e com foco, ou seja, um verdadeiro campeão”, avalia.
Marca nacional
Fundada em 1986, a marca tinha como foco inicial a confecção de vestuário esportivo para clubes de futebol profissional e amadores. A marca chegou a patrocinar importantes times do país, como o América-MG, até decidir por um outro foco em sua atuação.
A fábrica de material esportivo passou a desenvolver luvas para goleiros, apostando em tecnologia, durabilidade e competitividade nos valores, e logo tomou conta do mercado no país, liderando o ramo e se notabilizando como número 1 na área a partir de 2006.
A marca passou a apostar em novas modalidades e, durante o período da pandemia, enxergou ainda mais o acerto. Com a prática de esportes coletivos interrompida durante a pandemia, tanto entre profissionais quanto amadores, as pessoas passaram a focar em outras formas de se manterem ativas, como a atuação em fitness, natação e bike, exatamente os ramos para os quais a Poker havia expandido sua atuação.
Com isso, os anos de 2020 e 2021, marcados tão negativamente pela pandemia no mundo dos negócios, entre outros pontos, foram positivos para a marca brasileira. Com a alta do dólar e da inflação, a Poker acelerou o investimento em tecnologia e na produção nacional, antecipando um planejamento de cinco anos, multiplicando a quantidade de produtos das novas linhas e crescendo 580% em relação a 2019 no mercado de produtos para bike e 200% na linha de produtos funcionais.