A participação do Brasil na Copa do Mundo de futsal, na Lituânia, foi encerrada com um lugar no pódio. Ontem, o time verde e amarelo se recuperou da sofrida derrota na semifinal para a Argentina e venceu Cazaquistão, de virada, por 4 x 2. O triunfo valeu o terceiro lugar no pódio e o bronze na principal competição de seleções da modalidade. O sonho do hexacampeonato da Fifa não foi concretizado, mas a medalha conquistada na primeira disputa com o time sob a tutela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deixa diversos aprendizados e esperança de dias melhores.
Atravessando profunda crise financeira, a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) repassou a gestão para a CBF em abril. A decisão atendeu um pleito antigo dos jogadores da modalidade no Brasil. Na visão de quem pratica o esporte, a mudança foi um passo muito importante para o desenvolvimento da estrutura. A conturbação do ciclo para a Copa do Mundo na Lituânia cobrou um preço alto, que foi contornado muito pelo talento e esforço de jogadores e comissão técnica da Seleção. O time foi 19 meses sem atuar — desde fevereiro de 2020 — e teve uma preparação de apenas 30 dias na Granja Comary.
Em meio ao caos, o Brasil ganhou no coletivo. O torneio na Lituânia foi o primeiro Mundial sem Falcão — maior ídolo brasileiro do esporte, aposentado desde 2018. Em quadra, sob o comando de Marquinhos Xavier, Ferrão, Guitta, Pito, Rocha e Rodrigo foram alguns dos jogadores que se destacaram pela entrega e qualidade com a bola no pé. Guiaram o time durante toda a campanha com personalidade. Rodrigo, com 37 anos, não deve disputar o torneio de 2024. Entretanto, a renovação da Seleção se faz presente em nomes como o de Leozinho, de apenas 22 anos, e com algumas Copas pela frente.
Diante de todas as variáveis negativas do ciclo desde a queda nas oitavas de final em 2016 — o pior resultado do Brasil em Copas —, o terceiro lugar na Lituânia foi mais que honroso. Serviu para renovar as esperanças com foco na próxima edição do Mundial, daqui a três anos. Para ela, a preparação será feita toda sob os cuidados da CBF. “Para esse grupo, para esse ciclo, talvez a medalha de terceiro lugar possa, não digo abrilhantar tudo que foi feito, as pessoas querem o primeiro lugar, mas é importante a gente sair daqui marcando esse momento, essa passagem”, destacou o técnico Marquinhos Xavier
“Ao final, acreditar no que precisávamos fazer, colocar o Brasil nesta colocação é importante para marcar o propósito dessa Seleção. Iniciamos um novo trabalho a partir daqui. As coisas vão caminhar. Espero que o futsal brasileiro cresça e ganhe espaço. Esse é o esporte que aprendemos a amar e é a nossa profissão”, continuou Xavier. “A gente tem que olhar para frente. Essa Seleção ainda tem muito para ganhar. O Brasil voltou a gostar de futsal. Depois de muito tempo que a gente não via isso do povo brasileiro e isso é bom para gente”, complementou Ferrão.
O jogo
Em quadra, ontem, o Brasil fez jogo duro com o Cazaquistão, em Kaunas. Akbalikov colocou o país asiático na frente. Taynan, contra, empatou para a Seleção e, depois a favor, recolocou os adversários na frente. Antes do intervalo, Rodrigo empatou. Na volta para o jogo, o time verde e amarelo deslanchou. Ferrão virou e Lé garantiu o triunfo que valeu o terceiro lugar na Copa do Mundo da Lituânia.
“Para esse grupo, para esse ciclo, talvez a medalha de terceiro lugar possa, não digo abrilhantar tudo que foi feito, mas é importante a gente sair daqui marcando esse momento, essa passagem”
Marquinhos Xavier, técnico