artes marciais

Charles do Bronx projeta sequência no UFC: "O cinturão vai continuar no Brasil"

Em visita a Brasília para a gravação de um videoclipe, o atual campeão do peso-leve conversou com o Correio sobre o próximo desafio valendo título e polêmicas envolvendo outros possíveis adversários

Victor Parrini*
postado em 05/10/2021 17:56
 (crédito: Leandro Húngria)
(crédito: Leandro Húngria)

Brasília recebeu, nesta terça-feira (5/10), um dos grandes nomes do Ultimate Fighting Championship (UFC). Charles de Oliveira, conhecido no mundo das artes marciais como Charles do Bronx, visitou o Distrito Federal para a gravação do videoclipe da música “O céu é o limite”, junto ao cantor Tcheller Durrepp, e conversou com o Correio a respeito dos próximos desafios dentro dos octógonos.

Atual campeão do peso-leve, Charles do Bronx falou sobre o sentimento de retornar à capital federal e relembrou a disputa do UFC Brasília, realizado em março de 2020. “Toda vez que venho a Brasília sou muito bem tratado. Os brasilienses gostam muito de mim. Quando vim para a disputa do UFC Brasília, durante a pandemia, senti o carinho e sou muito grato por isso”, disse.

Recordista de finalizações no UFC (14), “do Bronx” quer continuar fazendo história e manter o status de principal nome do peso-leve. Mas, para isso, precisará superar o norte-americano Dustin Poirier, no UFC 269, marcado para em 11 de dezembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

O paulista de 31 anos disse estar se preparando para o novo desafio e mostrou otimismo para o combate. "Sei que vai ser uma luta dura, mas vou tentar levar o meu melhor para dentro do octógono. Se for a vontade de Deus, com certeza esse cinturão continua aqui no Brasil. Então, é isso, é levar ousadia, alegria e conquistar esse título para nós”, complementou.

Confira, a seguir, a entrevista de Charles do Bronx, ao Correio:

Você já promoveu o lançamento de uma casa de apostas esportivas e hoje participou da gravação de um videoclipe. É bom ver Charles do Bronx atuando em outras frentes, mas como está a preparação para o UFC?

Estou muito feliz em viver essas coisas. Viemos aqui fazer o lançamento da plataforma de apostas e agora para o lançamento do videoclipe. Mas, lógico, nunca vou perder o foco, sempre vou estar treinando e esperando a minha oportunidade de lutar. Em 11 de dezembro, a gente vai lutar pelo cinturão e defender aquilo que é nosso e, com certeza, o título vai continuar aqui no Brasil

Você avaliava o Conor McGregor como favorito para vencer o combate contra o Dustin Poirier. Porém, ele acabou sendo derrotado e Poirier será o seu próximo adversário pelo cinturão. Qual a sua análise fria da luta contra o norte-americano?

Antes do combate, passei a semana acompanhando os dois lutadores de perto e, na minha visão, o Mcgregor ganharia, mas o Dustin Poirier surpreendeu e venceu. No entanto, me enxergo melhor do que o Poirier, tanto no chão quanto em pé, fisicamente e também espiritualmente. Esse cinturão continua aqui no Brasil. Lógico, será uma luta dura, ele merece todo respeito do mundo, mas eu estou em outro patamar, em outro nível.

Como você enxerga os elogios de Poirier a seu respeito? Ele diz que você “sangrou e abriu caminho para ser campeão”...

Poirier é respeitador, não é bobo e está falando a verdade. São onze anos que luto pelo UFC, enfrentando os melhores e fazendo história. Sou recordista de finalizações e bônus, não estou à toa. O campeão dos pesos leves se chama Charles Oliveira, Charles do Bronx.

Recentemente, você ofereceu apoio para Darren Till, que vinha de quatro derrotas no UFC. Isso mostra que o mundo do MMA é mais que um “todos contra todos”?

Na realidade, muitos lutadores não gostam um dos outros, de verdade, e eu não tenho treta contra nenhum competidor. Sou amigo de todos. Estou ali para trabalhar, fazer aquilo que é nosso esporte. Darren Till falou bem de mim, sempre me tratou bem, me elogiou e não tem porquê eu não estender a mão para ele.

Você é um exemplo de sucesso para muitos que acompanham o seu trabalho, até mesmo para outros competidores. Marlon Moraes, do peso-galo, deu uma entrevista recente onde disse enxergar você como um espelho. Qual é o sentimento de ser um campeão e uma referência para tantas pessoas?

Sou muito grato por isso. Venho de uma comunidade. Então, meu sonho é inspirar a molecada para procurar algo melhor e não através do errado, o crime. Poder ver atletas que já tem um grande nome, como o Marlon, dizer que sou como espelho, me motiva cada vez mais a treinar, me dedicar e fazer história. Fico feliz e sou grato.

Justin Gaethje disse que as suas lutas não costumam ser de alto nível. Ele ainda declarou que você costuma fugir e desistir quando está sob pressão. Como você encara esse tipo de provocação?

Sabe aquele cara que está ofuscado? Não tem o que falar? Esse é o Justin Gaethje. Eu tenho nove vitórias seguidas, recordes de finalização e bônus. Eu não deixo na mão do juiz. Ou vou para o nocaute, ou finalização. Esse cara é mais um que vai cair sentado na minha frente. Procuram algo para poder tentar entrar na minha mente. Mas estou bem mentalmente e espiritualmente.

O que dizer para os fãs de todo o Distrito Federal?

É agradecer pelo carinho de todos, que continuem pensando positivo, muita oração, e mandando muita energia para que esse cinturão continue no Brasil. Esse título não é só meu, é de todos vocês também que torcem e vibram.

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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