Uma pequena cidade chamada Omis, na Croácia, com pouco mais de 15 mil habitantes, foi o palco da conquista do time 40+ de handebol feminino da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc). Na primeira participação no Masters Handball World Cup, elas levantaram a taça. A equipe 30+ do clube candango também fez bonito e retornou à capital federal com o bronze do torneio.
O time feminino da Aruc foi criado em 2016. No mesmo ano, o clube candango participou de um torneio e terminou na quinta colocação, mas bastou apenas um ano para pegarem gosto pelo pódio. Em 2017, a equipe competiu, pela primeira vez, no Brasil Master Cup, nas categorias 44+ e 35+.
A classe 44+ foi a campeã da edição e a 35+, vice. Em 2018 e 2019, somente as atletas do 44+ voltaram a participar do torneio e ficaram com o segundo lugar. A última conquista foi o passaporte para o Mundial.
Passe para a Croácia
Em 2019, a jogadora Rejane Xavier morava em Portugal e foi convidada pelo ex-técnico da Aruc, Leonel Matias, a integrar a equipe master comandada por ele. O time participou do Mundial de 2019. Durante o torneio, o organizador do evento perguntou a ela se havia times da categoria no Brasil.
Foi então que a Aruc entrou no cenário internacional. Rejane é irmã de Rosângela Xavier, técnica do time master feminino desde 2016, e agora faz parte do time. Ela falou ao organizador do Mundial sobre a equipe candanga que, à época, havia acabado de conquistar o vice-campeonato no Brasil Master Cup. Com o resultado, o grupo da capital federal foi convidado a viajar até a Croácia para a edição seguinte do torneio.
A superação para se chegar ao topo
“O trabalho para chegar ao Mundial foi difícil. Começamos a treinar em 2019, porém, quando chegou 2020, veio a pandemia. Todas ficaram em suas casas cuidando do condicionamento físico e ansiosas para que tudo passasse”, relata Rosângela. O trabalho em conjunto só pode ser retomado em meados de 2020, quando os parques do Distrito Federal foram reabertos e puderam reunir o grupo.
No meio da preparação, elas passaram por outro lockdown, em março deste ano. No segundo retorno, os treinos foram mais intensos por causa da proximidade do torneio pelo objetivo definido: brilhar nas terras croatas, onde o handebol é o esporte número um, segundo a comandante da Aruc.
A equipe do quadradinho, composta por 23 pessoas (19 atletas mais quatro integrantes da comissão técnica), desembarcou em Omis, em 1º de setembro. Elas precisavam passar por quarentena. O Brasil está na lista dos países do grupo vermelho para a covid-19. Por isso, ao chegarem na Croácia, os viajantes desse grupo devem ficar 14 dias isolados.
O consulado brasileiro conseguiu reduzir o tempo para sete dias. No entanto, a comandante da Aruc entende que o período de isolamento foi bom para o time se ambientar à comida local e ao fuso horário.
Entre os dias 9 e 12 deste mês, a Aruc teve oito partidas em solo croata. O grupo 40+ disputou quatro jogos até chegar ao topo do pódio do Masters Handball World Cup. A taça foi erguida após derrotarem o experiente clube da República Tcheca por 12 x 5.
“Todos, sem exceção, deram o máximo. Handebol é um esporte coletivo e só se consegue alcançar o objetivo quando a equipe inteira atua em conjunto com o mesmo propósito, com a mesma vibração e com a mesma intensidade. Foi isso que aconteceu e pudemos passar por cima de todas as dificuldades”, declara a comandante do time do quadradinho.
O time 30+ também teve quatro confrontos. O último foi a disputa pelo bronze contra o tradicional grupo de Zadar (cidade da Croácia). As brasileiras venceram a pedreira croata por 9 x 6.
De volta ao Distrito Federal, o trabalho do time feminino da Aruc não acabou. Elas retornarão às quadras na próxima semana para o início dos preparativos para o Brasil Master Cup de 2021, que ocorrerá em outubro.
*Estagiária sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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