As madrugadas esportivas estão voltando com as Paralimpíadas de Tóquio-2020, que começam nesta terça-feira (24/8), a partir das 8h (de Brasília). A capital do Japão recebe 4,4 mil atletas paralímpicos de 22 modalidades em um evento que, além de revelar campeões e campeãs, emocionam e inspiram tantas outras pessoas a entrarem no mundo esportivo. Por isso, o Correio listou os requisitos necessários para participar de cada esporte que será disputado nos Jogos.
» Atletismo
Na modalidade, as provas de pista (velocidade, meio fundo, fundo e saltos) e de rua (maratona) são identificadas com a letra T de track, as de campo (arremessos, lançamentos), com o F de field. Além disso, os atletas são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência. Assim, estão aptos a participarem dos eventos de atletismo aqueles que têm deficiências visuais, intelectuais, nos membros inferiores, superiores, paralisados cerebrais (cadeirantes e andantes), anões, amputados de membros inferiores com prótese e os que competem em cadeiras de rodas (lesões medulares, amputações, sequelas de poliomielite, etc.).
» Basquete
Os jogadores com deficiência física-motora podem compor o quinteto. No entanto, o grau de comprometimento físico-motor individual é avaliado em escala de 1 a 4.5. A soma da equipe em quadra deve ser de no máximo 14.
» Bocha
Sucessor do lawn bowls nas Paralimpíadas, o esporte é disputado por atletas com paralisia cerebral ou deficiências severas. Todos competem em cadeiras de rodas e são divididos por classes de acordo com o grau de comprometimento e se precisam ou não de auxílio.
» Canoagem
Os atletas não são divididos por gênero, ou seja, homens e mulheres competem juntos. Contudo, só podem participar das baterias os que tiverem deficiência físico-motora, em que é avaliado pelo grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e tronco para dividi-los em grupos. Também há duas classes no esporte: KL para os que usam caiaque e VL, usada para quem compete na embarcação Va’a.
» Ciclismo adaptado
Também não há a separação por gênero. Os atletas com paralisia cerebral, com deficiências visuais, amputados e lesionados medulares competem em quatro tipos de bicicletas: convencional, triciclo, tandem e handbike.
» Esgrima em cadeira de rodas
Podem duelar os atletas com deficiência locomotora. Eles são avaliados de acordo com a mobilidade do tronco e alocados em três categorias: A, B e C, sendo a última com o de grau mais severo de comprometimento motor.
» Futebol de cinco
Somente jogadores cegos ou com deficiências visuais podem entrar no campo de grama sintética. A exceção é o goleiro, que tem visão total, mas não pode ter participado de competições oficiais da FIFA nos últimos cinco anos. No futebol de cinco, também há a divisão por classes. Nas Paralimpíadas, podem participar somente as equipes formadas por atletas da B1 (cegos totais ou com percepção mínima de luz).
» Futebol de sete
Os times são formados por jogadores com paralisia cerebral em decorrência de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou de acidentes vasculares cerebrais (AVC). Os atletas são classificados em três categorias de acordo com o grau da paralisia: FT1 (comprometimento severo); FT2 (mediano) e FT3 (leve).
» Goalball
O esporte baseado nas percepções tátil e auditiva foi desenvolvido para pessoas com deficiência visual, por isso, no interior da bola há um guizo (objeto similar a um sino) para que os jogadores saibam a direção dela. Os atletas são classificados em três classes: B1 (cegos totais ou com percepção mínima de luz); B2 (com percepção de vultos); B3 (conseguem definir imagens). No entanto, não há divisões, todos competem com uma venda nos olhos e juntos.
» Halterofilismo
Atletas com deficiência nos membros inferiores, anões e paralisados podem participar do halterofilismo. Os competidores são divididos por gênero e em categorias de peso.
» Hipismo
Estão aptos a participar das provas cavaleiros e amazonas com deficiência física nos membros inferiores, visuais, paralisados e anões. Os atletas são classificados em cinco graus diferentes, de acordo com o comprometimento físico e motor. No Grau I, se encaixam cadeirantes com comprometimento severo nos quatro membros. No II, cadeirantes e andantes com boa funcionalidade dos braços e comprometimento unilateral severo, e atletas cegos. No III, andantes com comprometimento unilateral moderado nos quatro membros ou severo nos braços, e atletas com deficiência visual severa. No IV, comprometimento leve em um ou dois membros e atletas com deficiência visual moderada. No V, comprometimento leve em um ou dois membros e atletas com deficiência visual leve.
» Judô
Os judocas são atletas com deficiência visual divididos por categorias de peso. Também são classificados em três classes, mas lutam juntos: B1 (cegos totais ou com percepção mínima de luz); B2 (com percepção de vultos); B3 (conseguem definir imagens).
» Natação
Os nadadores com deficiências físico-motora, visual e/ou intelectual são avaliados pela equipe de classificação, em que analisam os resíduos musculares por meio de testes de força, mobilidade articular e motores. Com os resultados averiguados, eles são identificados por número de classe de acordo com a deficiência e o grau. De 1 a 10, são os atletas com limitações físico-motoras; De 11 a 13, são aqueles com deficiência visual. Os da classe 14 são atletas com deficiência intelectual. Cada número é precedido pela letra "S" de swimming (natação, em inglês).
» Parabadminton
Atletas com deficiências físicas estarão na estreia do parabadminton nas Paralimpíadas divididos em seis classes. As WH1 e WH2 são destinadas aos atletas em cadeiras de rodas. As SL3 e SL4 para pessoas com deficiência nos membros inferiores que andam. A SU5 é de atletas com deficiência nos membros superiores. E a SH6 é para anões. Na modalidade, haverá disputas individuais, em duplas masculinas ou femininas e mistas.
» Parataekwondo
Também estreante nas Paralimpíadas, o parataekwondo é disputado por atletas com deficiência física, visual, intelectual, auditiva e por anões. Eles são divididos nas classes esportivas Poonse (definidas pela letra P) e Kiorugui (letra K), em que P10 contempla os com deficiência visual, P20 os com intelectual, P30 física, P70 anões K40 físicos, K43 com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão e dismelia bilateral. A K44 é a mais longa, em que se enquadram os com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores.
» Remo
Os remadores com deficiência física e/ou visual competirão nas águas do Japão em três grupos. O PR1 engloba atletas com mínima ou nenhuma função de tronco e que impulsionam o barco com braço/ombro, também são amarrados no assento. O PR2 é destinado aos que possuem uso funcional dos braços e tronco, mas têm fraqueza ou ausência da função das pernas para deslizarem no assento. E o PR3 incluem atletas com deficiência visual e função residual nas pernas que possam deslizar no assento.
» Rugby em cadeira de rodas
O esporte foi desenvolvido por atletas tetraplégicos e os times podem ser compostos por homens e mulheres com tetraplegia ou deficiências em que as sequelas sejam parecidas. Os jogadores são divididos em sete classes, de acordo com a mobilidade e os resquícios de movimentos (0.5, 1.0, 1.5, 2.5, 3.0 e 3.5). Quanto maior a motricidade, maior a nota. Desta forma, as equipe se organizam deixando os jogadores ou jogadora com pontuação mais baixas na defesa e os de notas mais altas no ataque. A soma da equipe em quadra não pode ultrapassar oito pontos, mas, a cada mulher em quadra, se acrescenta mais 0.5 no limite da somatória.
» Tênis de mesa
Na modalidade, os tenistas com deficiência físico-motora são divididos em 11 classes. A classificação é feita por mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, a força muscular, as restrições locomotoras, o equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete. As classes de 1 a 5 são destinadas a cadeirantes. De 6 a 10 aos andantes. E a 11 aos andantes com deficiência intelectual.
» Tênis em cadeira de rodas
O único requisito é que os tenistas tenham sido diagnosticados com deficiência relacionada à locomoção. Com isso, devem ter perda funcional total ou substancial de uma ou mais partes extremas do corpo. Além disso, os atletas competem em cadeiras de rodas. No esporte, há duas divisões: Open para diagnosticados com alguma deficiência nos membros inferiores e Quad para os que têm deficiência em três ou mais extremidades do corpo.
» Tiro esportivo
Os atletas devem ter deficiência física nos membros inferiores ou superiores. Eles são divididos em duas classes de acordo com o equilíbrio, a mobilidade dos membros, a força muscular e o grau de funcionalidade do tronco. Na classe SH1, competem os atiradores de pistola e carabina que não precisam de suporte para a arma. Na SH2, são os que precisam de suporte para a arma por não possuírem habilidade com os braços para suportar o peso.
» Triathlon
O triathlon é mais um dos esportes das Paralimpíadas em que homens e mulheres competem juntos. A prova é composta por natação, ciclismo e corrida, com isso, pode ser praticada por atletas com variados tipos de deficiências divididos em seis classes. Cadeirantes competem na PTWC, que ainda se subdivide em PTWC1 (deficiências mais severas) e PTWC2 (menos severas). As pessoas com deficiências físicas-motoras e paralisia cerebral andantes se enquadram na PTS, em que a PTS2 entram as mais severas e PTS1, as menos. Os triatletas cegos são alocados na classe PTVI.
» Vôlei sentado
Os times são formados por jogadores que possuem alguma deficiência física ou relacionada à locomoção. Os atletas são classificados em VS1 (deficiência que tem maior impacto nas funções essenciais do vôlei sentado) e VS2 (menor interferência).
*Estagiária sob supervisão de Maíra Nunes