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Boxe do DF busca crescimento impulsionado por medalhas nas Olimpíadas

A brasiliense Thaynara Santos conquistou a medalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino Elite 2020

Os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 chegaram ao fim, mas as três medalhas do Brasil conquistadas no boxe, com Hebert Conceição (ouro), Beatriz Ferreira (prata) e Abner Teixeira (bronze), motivaram a modalidade em várias partes do país. Resultados conquistados recentemente por pugilistas de Brasília em campeonatos nacionais mostram que a capital federal também tem potencial na modalidade, mas atletas da cidade esbarram em obstáculos, como a falta de espaço para manter a rotina de treinamentos.

“O maior desafio para os treinamentos da Seleção de Boxe do DF é a falta de espaço. Já solicitamos à Secretaria de Esportes e à Secretaria de Educação espaços públicos vazios”, diz Eudes José dos Santos, presidente da Federação Brasília de Open Boxe (FBOB). A entidade é filiada à Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) e responsável pela melhoria e divulgação da modalidade desde 2017.

Assim como em outras modalidades, o aporte financeiro impacta diretamente na busca por resultados melhores. “A falta de bolsa atleta no DF de forma discriminatória para os praticantes da Nobre Arte também é um fator desmotivacional”, ressalta o presidente da FBOB. “O boxe estar fora dos Jogos Escolares e Universitários também diminui sensivelmente a procura pela prática da modalidade”, complementa Eudes.

No entanto, o dirigente conta que a entidade máxima do boxe brasileiro fornece hospedagem e alimentação de , no mínimo, quatro estrelas para toda a delegação durante os campeonatos. Já o Governo do Distrito Federal (GDF) apoia atletas e comissão técnica com as passagens aéreas e terrestres para a participação em campeonatos fora da capital por meio do programa Compete Brasília.

O Distrito Federal vem fazendo bonito em competições nacionais. Na edição 2020 do Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino Elite, Thaynara Santos, 19 anos, chegou até as semifinais da categoria até 57kg e garantiu a medalha de bronze para o cenário candango. Em 2016, o pugilista de Sobradinho Wallisson Tyson, 22, fruto de projetos sociais espalhados pela periferia, mostrou o potencial da capital na modalidade ao sagrar-se vice-campeão juvenil Brasileiro.

Competições de boxe no DF

No cenário local, a Etapa Brasília Open Boxe é uma das competições mais tradicionais da modalidade. Ela é responsável pela pontuação do ranking local e também pela definição dos pugilistas que representam o Distrito Federal em campeonatos brasileiros e até internacionais. Em 2021, devido à pandemia de covid-19, o torneio candango foi reduzido pela metade, sendo disputado em três etapas. A terceira e última está marcada para 26 de setembro, no Núcleo Bandeirante, e contará com cerca de 40 atletas.

Para o comandante do boxe do Distrito Federal, a conquista das medalhas de ouro, prata e bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 traz ainda mais prestígio para a modalidade, que está sendo vista sob “uma perspectiva muito boa”.


*Estagiário sob supervisão de Maíra Nunes