Rasgamos a embalagem e olha o que saiu de dentro da caixa: Donnarumma; Achraf Hakimi, Marquinhos, Sergio Ramos e Bernat; Di María, Verratti e Wijnaldum; Messi, Mbappé e Neymar. Esse é o presente de aniversário mais caro da história do Paris Saint-Germain.
Aniversariante do dia, o clube fundado em 12 de agosto de 1970 montou um Dream Team para finalmente realizar o sonho de conquistar a Champions League. O valor de mercado das 11 estrelas é de 703 milhões de euros, aproximadamente R$ 4,3 bilhões. O elenco completinho comandado por Mauricio Pochettino custa R$ 5,9 bilhões.
Semifinalista da Champions na Era Raí (1995) e vice sob a batuta de Neymar (2020), o PSG tem novo marco na curta história de 51 anos. Messi é o responsável por incluir Paris no mapa das capitais campeãs do principal torneio de clubes da Europa. Só Londres, duas vezes com o Chelsea; e Madri graças ao recordista Real (13 taças) têm essa distinção entre os cinco centros do futebol europeu. Paris, Berlim e Roma jamais emplacaram vencedor.
Tetra com o Barcelona em 2006, 2009, 2011 e 2015, Messi chegou para completar os serviços de Raí e Neymar. O jogador eleito seis vezes melhor do mundo rejeitou a camisa 10, mas a torcida deixa claro nas ruas — e nas lojas do clube — quem é o Napoleão Bonaparte. Pouco importa que ele estampe a 30 às costas. Acima do número vai o nome da lenda: Messi.
“Quero seguir ganhando títulos. O PSG é um clube ambicioso. Para mim, será uma felicidade gigantesca dividir o dia a dia com jogadores fenomenais”, disse Lionel, ontem, na apresentação oficial. Enquanto ele falava ao lado do presidente Nasser Al-Khelaifi, centenas de torcedores e fãs faziam fila na loja oficial para desembolsar 165 euros (R$ 1.011) pela camisa customizada com o número e o nome de Lionel Messi.
Com a experiência de quem jogou com Xavi, Iniesta, Neymar e Luis Suárez em outro time dos sonhos na Era Barcelona, Messi avisa que nem sempre o mais badalado ergue a Champions. "Às vezes, um time excelente, o melhor do mundo, pode não ganhar. O PSG sabe disso. Tinha um time excelente e não conseguiu conquistar. É a competição onde os grandes se encontram”, exaltou. “Qual a receita? Não sei. Um grupo forte e unido é fundamental, e sei que no PSG tem isso. E tem que ter um pouco de sorte no futebol. E ela precisa ser conquistada, precisa estar do nosso lado”, advertiu o craque.
A questão, desde o “sim” de Messi, é administrar vaidades. Um dos focos de incêndio teve de ser apagado pelo presidente Nasser Al-Khelaifi no ar, para o mundo inteiro assistir. Assediado pelo Real Madrid, Mbappé, de 22 anos, está disposto a seguir carreira solo, mas ouviu do patrão: “Acho que agora todos sabem o futuro de Mbappé. Ele é parisiense, tem uma mentalidade que busca a vitória. Ele disse que está feliz com essa chegada e afirmou que queria um time competitivo. Agora, não há desculpa para mais nada”, avisou o dirigente.
O outro foco de crise no clube parece sob controle. Neymar sabe que Lionel Messi chega para ajudá-lo a consumar o projeto que ele não deu conta sozinho em quatro temporadas. Aparentemente, não se sente diminuído pela grandeza do amigo argentino. Não está disposto a fazer bico como o zagueiro Kimpembe para a contratação de Sergio Ramos. Cada um com seus problemas, não é mesmo, Mauricio Pochettino?