LIBERTADORES

Fla mira volta aos trilhos

Goleador em julho, rubro-negro visita o Olimpia para se recuperar após sofrer do próprio veneno

As goleadas se tornaram rotina no Flamengo nas últimas semanas. Foram quatro seguidas só no mês de julho. Mas a última delas preocupou o torcedor. Afinal, o 4 x 0 contra o Internacional foi uma dura derrota sofrida no Maracanã, no domingo, e reacendeu os temores dos rubro-negros. Para superar o revés e mostrar que foi apenas um tropeço pontual, o rubro-negro volta a campo hoje, às 19h15, para visitar o Olimpia, em Assunção, pela idas das quartas de final da Libertadores.

Apesar do susto no fim de semana, o Fla é o favorito contra o time paraguaio. E não apenas por ser o atual bicampeão brasileiro, por vencer a Libertadores em 2019 ou por ter um forte elenco. A equipe brasileira terá pela frente um rival longe dos seus melhores momentos e desfalcado. O Olimpia eliminou o próprio Internacional para garantir o direito de rivalizar com o rubro-negro, mas tem apenas uma vitória nos primeiros quatro jogos do Campeonato Paraguaio.

E, para o jogo de ida, o técnico uruguaio Sergio Orteman não terá seu principal atacante, Isidro Pitta, lesionado. Os zagueiros titulares Antolín Alcaraz e Luis Cáceres também estão fora. O treinador terá que improvisar o volante Richard Ortíz ao lado do zagueiro Saúl Salcedo. A aposta no ataque é no veterano Roque Santa Cruz, de 40 anos.

O que preocupa o torcedor do Flamengo são as próprias oscilações da equipe, principalmente por falta de concentração. Foi assim no início do Campeonato Brasileiro e também diante do Inter, uma equipe longe de brilhar nesta temporada. O 4 x 0 de domingo assustou porque o Fla vinha de um 5 x 0 sobre o Bahia, 4 x 1 no Defensa y Justicia, 5 x 1 no São Paulo e 6 x 0 no ABC. Teve ainda o 3 x 1 sobre o Corinthians com cara de goleada. O placar só não foi maior porque os cariocas desaceleraram no segundo tempo.

O tropeço do fim de semana foi, ainda, a primeira derrota de Renato Gaúcho no comando do rubro-negro. Ele garante que a história na Libertadores será bem diferente. “O Flamengo vai ser o Flamengo de sempre”, prometeu o treinador, que já tem história contra o Olimpia defendendo a equipe carioca. Em 1993, na Supercopa, marcou um dos gols da vitória brasileira, por 3 x 1, no Maracanã.

Rodrigo Caio fora

Para o confronto de hoje, o Flamengo terá apenas uma baixa entre os titulares. O zagueiro Rodrigo Caio será poupado para fazer trabalho de reequilíbrio muscular. O atacante Pedro, que costuma ser opção no segundo tempo, se recupera de uma entorse no tornozelo esquerdo. Bruno Viana foi isolado por estar com covid-19, Renê se reabilita de uma lesão na coxa direita e Piris da Motta sofreu lesão no tendão de Aquiles.

O jogo no Estádio Manuel Ferreira contará com a presença de 7.500 torcedores. Será a primeira partida internacional disputada em solo paraguaio com torcida nas arquibancadas. Os dois jogos na última fase contra o Colorado foram marcados pelo baixo nível técnico e por empates sem gols. O time paraguaio avançou nas cobranças de pênaltis. Curiosamente, na fase de grupos as duas equipes também se enfrentaram, com placar díspares. O Inter aplicou 6 x 1 em casa e venceu por 1 x 0, fora.

Fla segue venda para jogo no DF

No duelo de volta contra o Olimpia, em 18 de agosto, às 19h15, o Flamengo também terá a oportunidade de atuar com o apoio de seu torcedor. Assim como nas oitavas de final, quando eliminou o Defensa y Justicia, o rubro-negro mandará o jogo contra os paraguaios no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Os ingressos, com preço variando entre R$ 140,00 e R$ 500,00, seguem à venda até às 12h do dia do jogo. As cadeiras inferiores dos setores leste e oeste do Mané Garrincha foram totalmente comercializadas. Para comparecer ao estádio, os torcedores precisam estar com o ciclo de vacinação concluído - duas ou uma dose, a depender do laboratório fabricante -, ou com teste PCR negativo realizado em até 72h antes da partida.

Reforçado, Atlético-MG visita o River Plate

Dono da melhor campanha da fase de grupos, o Atlético-MG chega embalado para encarar, hoje, às 21h30, o River Plate, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, em jogo válido pela ida das quartas de final da Libertadores. Recém-empossado líder do Campeonato Brasileiro no fim de semana ao ultrapassar o Palmeiras, o time mineiro fará na capital argentina sua centésima partida na história da competição, tentando alcançar pela primeira vez a semifinal depois da campanha do seu único título do torneio, em 2013.

O River, tetracampeão da América, tem o que temer pelo recente retrospecto de seu maior rival, o Boca Juniors, contra o Atlético-MG. As equipes se enfrentaram nas oitavas de final da atual edição e os brasileiros levaram a melhor. No histórico do confronto de hoje, foram disputados dois jogos, com uma vitória para cada lado na segunda melhor campanha do Galo no torneio, em 1978, quando chegou às semifinais.

Para o jogo de ida das quartas, a equipe comandada pelo técnico Cuca vem com força total, contando com a volta de jogadores importantes do elenco, como Guilherme Arana, depois do ouro com a Seleção Olímpica nos Jogos de Tóquio, Eduardo Vargas, que estava suspenso, e Zaracho, recuperado de lesão.

Entre as armas no duelo contra o River Plate, duas se destacam. Nacho Fernández, o líder do meio-campo atleticano, conhece muito bem o time argentino. Afinal, o meia reencontrará seu ex-clube após cerca de seis meses de sua transferência para o Atlético-MG. O jogador vem sendo o articulador das jogadas que levaram a equipe ao ápice no ano, com a passagem de louvor na fase de grupos e a liderança no Brasileirão.

Hulk, artilheiro da atual temporada na competição, é outra aposta de Cuca para furar a defesa dos argentinos. Com seis gols, o atacante tenta superar o recorde de nove de Guilherme Alves como maior goleador do clube em uma mesma edição da Libertadores, em 2000.

O River, que se classificou como segundo lugar de seu grupo e passou pelo Argentinos Juniors nas oitavas, não vem no mesmo embalo que o Atlético-MG. Na semana passada, a equipe do ídolo e técnico Marcelo Gallardo foi eliminada pelo Boca Juniors nas oitavas da Copa Argentina e, no fim de semana, perdeu na quinta rodada do Campeonato Argentino para o Godoy Cruz.

São Paulo e Palmeiras empatam no clássico paulista

São Paulo e Palmeiras empataram por 1 x 1, ontem, no Morumbi, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores. Em um duelo de pouca criatividade e chances de gol, dois jovens volantes foram às redes. Luan abriu o placar para o time da casa e Patrick de Paula deixou tudo igual para os visitantes. Como na competição continental existe a regra do gol fora de casa, o resultado foi melhor para o alviverde, que joga por um empate sem gols na próxima terça-feira, no Allianz Parque. A favor do tricolor, está a invencibilidade sobre o rival na competição, que foi mantida.

Agora, são nove jogos sem derrota, sendo seis vitórias e três empates. O Palmeiras também conseguiu manter outra marca invicta. São 14 partidas consecutivas sem perder como visitante na Libertadores, com dez vitórias e quatro empates, ampliando o recorde que já lhe pertencia.

O estádio do Morumbi não contou com a presença de torcedores por causa da pandemia, mas isso não impediu a provocação. O São Paulo aproveitou o jogo em casa e pendurou algumas faixas provocativas . Em uma delas: "nunca fui rebaixado". Em outra, "a sua obsessão (conquistar o Mundial de Clubes) é a minha história", com a imagem dos três troféus conquistados pelo clube.

Os técnicos surpreenderam nas escalações. Mas, na prática, nenhuma das alterações surtiu muito efeito e o que se viu em campo foi muita marcação, com os gols da partida saindo apenas no segundo tempo de jogo: Luan fez para o São Paulo após rebote e Patrick de Paula empatou para o Palmeiras em chute cruzado.

"Fizemos um bom jogo. Não foi perfeito, mas enfrentamos um forte adversário. Nosso time se comportou bem, mas infelizmente tomamos um gol de falta que se pode evitar. O confronto está aberto. Já buscamos a classificação fora contra o Racing e temos qualidade e condições de buscar outra vez", disse o zagueiro Miranda.

"Foi um grande jogo, bem aberto. O Palmeiras fez um excelente primeiro tempo, tomamos o gol e voltamos a jogar bem. Tivemos a chance de empatar, de virar o jogo, e está tudo abeto. Vamos competir ao máximo para sair classificados dentro de casa", ressaltou o goleiro Weverton.