O Brasil teve um dia histórico no skate park nos Jogos de Tóquio-2020. Na primeira edição da modalidade no programa olímpico, o país garantiu um lugar no pódio no Japão. Com apresentação próxima da perfeição, o catarinense Pedro Barros levou a prata no park da modalidade. Ele só não foi melhor que o australiano Keegan Palmer. De forma impressionante, ele garantiu o ouro logo na primeira volta. Outros brasileiros na disputa, Luizinho Francisco ficou em quarto e Pedro Quintas, em oitavo.
A medalha de Barros foi a terceira do país no skate. Na categoria street, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal levaram prata. Aos 26 anos, o catarinense garante uma medalha para elevar ainda mais a carreira. No currículo, ele tem ainda seis ouros nos X Games. “A minha história... É só para ser exemplo aos brasileiros de que está na nossa mão. Depende só da gente fazer do nosso país um lugar melhor. Com amor, união e respeito, a gente consegue. A gente cai várias vezes no chão, mas a missão é ver um amanhã melhor”, discursou em entrevista ao SporTV.
Logo nas baterias de eliminatórias, os brasileiros mostraram força para a briga de medalhas. Entre os 20 competidores, os representantes tupiniquins passaram entre os quatro melhores tempos. Luizinho Francisco avançou em primeiro, com 84.31 pontos. Pedro Quintas ficou em terceiro, com 79.02, seguido do compatriota Pedro Barros, com 77.14. Entre eles, ficou o australiano Kieran Woolley, com 82.69.
A grande decisão pelas medalhas começou em altíssimo nível. Em modo turbo, o australiano Keegan Palmer subiu o sarrafo e emplacou uma volta que valeu 94.04. A partir daí, a missão de todos os demais skatistas foi bater o ótimo índice. Primeiro brasileiro a entrar no bowl, Pedro Barros também deu show e garantiu um 86.14. Quintas errou logo na largada e perdeu a primeira oportunidade. Em volta de segurança, Luizinho ganhou 80.24.
Na segunda volta, os brasileiros mostraram vontade de bater a marca de Palmer. Em apresentação com manobras arriscadas, Barros fez um bom circuito, mas uma queda no final deixou a nota em 73.50. Também sem encaixar, Quintas caiu logo no início e ganhou um 35.54. Apostando nos flips e em um 540º, Luizinho também fez uma volta praticamente impecável, mas se desequilibrou na última manobra e ficou com 80.62.
Na apresentação final no bowl, Palmer confirmou o dia de inspiração, deu outra grande volta e aumentou a nota para 95.83. Com medalha garantida, Pedro Barros arriscou, mas novamente caiu na pista. Pedro Quintas foi com o mesmo gás. Porém, também acabou no chão e não conseguiu pódio. Último a tentar, Luzinho Quintas ficou bastante próximo do pódio. Com manobras arriscadas, ele tocou o solo na última manobra e ficou na quarta posição.
Veterano domador da Fúria
O Brasil tem um especialista em decisões contra a Espanha. Aos 38 anos, o lateral-direito e capitão Daniel Alves é uma espécie de amuleto do técnico André Jardine para a final de sábado, às 8h30, no Estádio Internacional de Yokohama. Na terça-feira, a Seleção eliminou o México nos pênaltis, por 4 x 1, depois do empate por 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação. A Fúria avançou contra o Japão graças a um gol de Asensio a dois minutos do fim da partida.
Daniel Alves era o lateral-direito do Brasil na final do Mundial Sub-20 de 2003, nos Emirados Árabes Unidos. A Seleção disputou o título justamente contra a Espanha, no Zayed Sports City Stadium, em Abu Dhabi. As duas trupes tinham gerações promissoras em campo.
Liderado por Marcos Paquetá, o Brasil contava à época com Daniel Alves, Daniel Carvalho, Dudu Cearense, Nilmar, o goleiro Jefferson, o lateral-esquerdo Adriano Correia e o volante Fernandinho. Do outro lado, o treinador José Ufarte liderava o meia André Iniesta, o lateral Juanfran, o volante Gabi e o atacante Igor Angulo.
Em 19 de dezembro de 2003, o Brasil derrotou a Espanha por 1 x 0 na finalíssima, com um gol do volante Fernandinho, aos 42 minutos do segundo tempo. Daniel Alves cobrou o escanteio perfeito na cabeça do jogador do Athletico-PR, que só agachou para marcar.
Daniel Alves e companhia brindaram o Brasil com o tetracampeonato do Mundial Sub-20 e estabeleceram à época uma soberania inédita. A Seleção conquistou a tríplice coroa. Em 2002, o país havia conquistado a Copa do Mundo. Um ano depois, os mundiais Sub-17 e Sub-20.
Agora, Daniel Alves bate de frente novamente com a Espanha. Após fazer carreira no país ibérico com as camisas do Sevilla e do Barcelona, disputou o título da Copa das Confederações de 2013, no Maracanã, e o Brasil derrotou os então campeões mundiais por 3 x 0. Dani era o dono da lateral direita na partida do quarto título na competição.
Pé-quente contra a Espanha, Daniel Alves disputará no sábado a terceira decisão contra os espanhóis. “Falta um jogo. Temos de manter o foco, a concentração. É muito difícil ganhar os jogos enfrentando adversários tão diferentes. Isso exige uma adaptabilidade muito grande. Temos um estafe que controla muito bem isso, que passa as informações, tem dado resultado. Só falta mais um passo”, comentou o capitão em entrevista ao SporTV.
Atleta se refugia na Polônia
A velocista de Belarus Krystsina Tsimanouskaya, que deixou os Jogos de Tóquio precipitadamente devido a um conflito com autoridades esportivas do país natal, desembarcou, ontem, na Polônia, que lhe concedeu um visto humanitário, uma vez que ela teme represálias na terra de origem.
Ameaçada de ser repatriada à força a Belarus após criticar a federação de atletismo do país, a atleta, 24 anos, explicou, no domingo, ter escapado de retornar sob pressão para Belarus, dias depois de criticar a federação de atletismo do país nas Olimpíadas de Tóquio. Segundo ela, a entidade bielorrussa queria forçá-la a participar do revezamento 4x400 metros, ao que a atleta mostrou indignação, pois planejava correr apenas os 100 e 200 metros.
Temendo ser presa se voltasse, Krystsina obteve ajuda do Comitê Olímpico Internacional (COI) e proteção policial, enquanto estava no aeroporto de Tóquio-Haneda. O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, afirmou ter falado com a velocista. “A Polônia continuará a apoiar ativamente toda a nação bielorrussa e os militantes da oposição que são perseguidos”, publicou no Facebook. O governo também concedeu um visto humanitário ao marido da atleta, que havia fugido para a Ucrânia.
O COI lançou uma investigação oficial sobre o assunto. O incidente gerou condenação internacional de Belarus, uma ex-república soviética governada com punho de ferro pelo presidente Alexander Lukashenko desde 1994. O filho dele chefia o comitê olímpico nacional.
O movimento pró-democracia de Belarus, que protagonizou manifestações em massa em 2020, está sendo duramente reprimido pelo governo. Milhares de opositores foram detidos ou forçados ao exílio. O líder de uma ONG bielorrussa, Vitali Shishov, exilado na Ucrânia, foi encontrado enforcado na terça-feira em um parque de Kiev perto de casa. Segundo a polícia local, pode ser um “homicídio disfarçado de suicídio”.
Curtas
Ginástica
Rebeca como porta-bandeira
Rebeca Andrade será a porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Com isso, a ginasta permanece na capital japonesa até o fim do evento, não retornando ao país com o restante da equipe da ginástica artística. O treinador, Francisco Porath, também continua no Japão. Rebeca, de 22 anos, encantou o Brasil ao conquistar o ouro no salto e a prata no individual geral nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A carismática ginasta também disputou a prova de solo ao som de Baile de Favela, mas terminou na quinta colocação.
Basquete
EUA e Sérvia na semi feminina
A seleção dos Estados Unidos deu um passo importante na busca do sétimo título olímpico consecutivo ao vencer com facilidade a Austrália, por 79 x 55, e avançar às semifinais do torneio de basquete feminino nos Jogos de Tóquio. Na disputa por uma vaga na final, as americanas enfrentarão a Sérvia, que derrotou a China, por 77 x 70, nas quartas de final. A outra semifinal será disputada entre Japão e França. As francesas derrotaram a Espanha, por 67 x 64, enquanto as anfitriãs japonesas venceram a Bélgica, por 86 x 85.
Hipismo
Brasil cai na final
Depois de uma apresentação impecável e sem penalizações na fase classificatória, o cavaleiro Yuri Mansur, a única chance de medalha na categoria de saltos do hipismo brasileiro, não teve a mesma precisão e acabou eliminado, ontem, na final da modalidade na Olimpíada de Tóquio. Montando o cavalo Alfons, Mansur cometeu duas faltas durante o percurso no Equestrian Park, com 8 pontos de penalidade e, portanto, sem chances de disputar medalha na final individual dos saltos.
Pentatlo
Iêda Guimarães estreia em Tóquio
Representante do Brasil no pentatlo moderno, Iêda Guimarães inicia, hoje, caminhada em busca de uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Buscando igualar, ao menos, o feito de Yane Marques - medalha de bronze em Londres-2012 -, a brasileira tem como primeira prova a esgrima. Amanhã, disputará, na sequência, natação, hipismo e a prova combinada de tiro e corrida. “Sempre tive o sonho de disputar os Jogos Olímpicos. Quero fazer uma boa prova, porque a medalha será consequência disso”, disse a pentatleta.