Vôlei de Praia

Após queda, Alison cobra investimentos: 'Se esperar, vai ficar para trás'

Eliminado ao lado de Álvaro por dupla da Letônia, brasileiro fez alerta sobre desempenho do país e crescimento de outras nações na modalidade. Em Tóquio, Brasil ficou sem medalhas pela primeira vez na história olímpica

Os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 não foram positivos para o voleibol de praia do Brasil. Potência na modalidade que já rendeu 13 medalhas na história, o país não teve bom desempenho este ano e terminou as competições feminina e masculina no Japão sem subir nenhuma vez no pódio. Eliminado na noite desta terça-feira (3/8) ao lado de Álvaro, Alison fez um alerta e cobrou investimentos na modalidade.

Última esperança de conquista verde e amarela, a dupla caiu para os letões Martin Plavins e Edgar Tocs. Os jogadores europeus também eliminaram o brasiliense Bruno Schmidt e o seu companheiro Evandro em Tóquio. A Letônia também disputará as semifinais no naipe feminino. Na competição, as brasileiras Ágatha e Duda, e Ana Patrícia e Rebecca pararam nas quartas de final.

Ao criticar a falta de apoio, Alison utilizou justamente o país algoz das equipes brasileiras no vôlei de praia masculino como exemplo. “As pessoas vão se surpreender com as duplas da Letônia nas semifinais, mas é o seguinte: o mundo está investindo no voleibol de praia e a gente está ficando parado. Tem que investir mais”, destacou o capixaba ao SporTV. Em 2016, ele foi campeão da modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Alison também pediu mais comprometimento dos jogadores brasileiros do vôlei de praia para o país voltar a obter bons resultados de olho no ciclo olímpico para os Jogos de Paris, em 2024. “Os atletas têm que melhorar e a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) tem que olhar com bons olhos. Se esperar, vai ficar para trás”, advertiu o atleta, que também tem uma prata no currículo, conquistada em Londres-2012.

O desempenho do Brasil no vôlei de praia em Tóquio foi o pior em 25 anos - a modalidade entrou no programa olímpico em Atlanta-1996. Ao longo da história olímpica, por exemplo, jamais o Brasil deixou de conquistar pelo menos duas medalhas em uma edição. O país é, ainda, quem mais ganhou medalhas na modalidade. O apíce de conquistas foi em Sidney-2000, quando três duplas saíram com medalhas.

Atlanta-1996 - Jaqueline/Sandra (ouro) e Mônica/Adriana (prata)
Sidney-2000 - Adriana/Shelda (prata), Zé Marco/Ricardo (prata) e Sandra/Adriana (Bronze)
Atenas-2004 - Ricardo/Emanuel (ouro) e Adriana/Shelda (prata)
Pequim-2008 - Fabio/Márcio (prata) e Ricardo/Emanuel (Bronze)
Londres-2012 - Alison/Emanuel (prata) e Juliana/Larissa(bronze)
Rio-2016 - Bruno/Alison (ouro) e Ágatha/Bárbara (prata)
Tóquio-2020 - Sem medalhas