Paralimpíadas

Abertura das Paralimpíadas ressalta inclusão e homenageia Afeganistão

Apesar das ausências dos atletas do Afeganistão que estariam nos Jogos de Tóquio-2020, a bandeira do país foi conduzida no desfile de abertura, que também teve festa brasileira e protesto fora do estádio

Maíra Nunes
postado em 24/08/2021 12:11 / atualizado em 24/08/2021 12:16
 Yui Kamiji, do tênis em cadeira de rodas, Shunsuke Uchida, da bocha, e Karin Morisaki, do halterofilismo, acendem, juntas, a pira paralímpica dos Jogos de Tóquio-2020 -  (crédito: Photo by Philip FONG / AFP)
Yui Kamiji, do tênis em cadeira de rodas, Shunsuke Uchida, da bocha, e Karin Morisaki, do halterofilismo, acendem, juntas, a pira paralímpica dos Jogos de Tóquio-2020 - (crédito: Photo by Philip FONG / AFP)

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio estão oficialmente abertos. Com mensagem de inclusão, a cerimônia que deu início ao evento sediado pela segunda vez na capital japonesa na manhã desta terça-feira (24/8) foi emocionante, apesar de não ter contado com a vibração do público por causa da pandemia de covid-19, assim como ocorreu na abertura dass Olimpíadas. Outra cena também foi comum aos dois eventos: houve protesto do lado de fora do Estádio Nacional do Japão contra a realização da competição em meio à alta dos casos de coronavírus.

Mas dentro da arena o clima foi de festa diante do espetáculo que teve como tema “Nós temos asas”. A bandeira brasileira foi conduzida pelos medalhistas paralímpicos Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha), os únicos esportistas do país no desfile para evitar aglomerações. Também participaram do desfile pela delegação brasileira a técnica da classe BC4 da bocha e staff da atleta Evelyn, Ana Carolina Alves, e o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Alberto Martins.

"Estou emocionado. Já chorei muito, mas foi um choro de alegria. Estar aqui, representando os atletas brasileiros, me deixa muito feliz”, disse Petrúcio, em entrevista ao Sportv. “Gostaria que todos os outros atletas estivessem aqui, pulando e dançando, pois os brasileiros são os melhores do mundo”, completou o velocista, que até dancinha fez durante o desfile. Evelyn fez coro ao amigo: "Estou muito feliz por estar aqui. É uma honra poder representar o esporte paralímpico e todos os atletas brasileiros".

A Equipe Paralímpica de Refugiados abriu o desfile de abertura dos Jogos de Tóquio, que contou com 162 países, inclusive o Afeganistão. A bandeira do país, que sofre com uma grave crise política pela tomada de poder do Taliban nas últimas semanas, foi conduzida mesmo sem a presença dos dois paratletas que conquistaram vaga para o evento e foram impedidos de viajar para Tóquio. Dentre as nações presentes, a Nova Zelândia foi a única a não participar da abertura por precaução à covid-19. Cerca de 6 mil atletas e integrantes de comissões técnicas participaram da solenidade, além de 900 pessoas entre patrocinadores e convidados de honra.

A festa contou com momentos emocionantes, como a entrada de balões que formaram os Agitos, símbolos das Paralimpíadas, e o desfecho com Yui Kamiji, do tênis em cadeira de rodas, Shunsuke Uchida, da bocha, e Karin Morisaki, do halterofilismo, que acenderam, juntas, a pira paralímpica no desfecho das solenidades.

Antes, as apresentações artísticas contaram a história de um avião com apenas uma asa, representado pela jovem Yui Wago, de 13 anos, que tinha como personagem a "Pequena Monoasa". Apesar de a personagem começar expondo o medo de voar por causa da deficiência, o exemplos de outros aviões com diferentes características e deficiências a encorajam a levantar voo, passando a mensagem de que todos podem voar.

No momento protocolar da cerimônia, a ex-atleta e medalhista olímpica Seiko Hashimoto, presidente do Comitê dos Jogos, fez o discurso de abertura. ressaltando que “a imagem de superação de dificuldades inspira muitas pessoas e dá esperanças, principalmente no momento presente”. O brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, deu sequência com uma fala pulsante: “As Paralimpíadas são uma plataforma para mudança, mas [esse momento] a cada quatro anos não é o bastante. Necessitamos fazer a nossa parte todos os dias para sermos inclusivos”.

O Brasil conta com 260 competidores, sendo 164 homens e 96 mulheres, e tem como meta estipulada pelo Cômite Paralímpico Brasileiro (CPB) manter-se entre os 10 primeiros do quadro geral de medalhas. Na Rio-2016, o país ficou na oitava posição, com 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze, um recorde de pódios em uma mesma edição do evento. Em Tóquio-2020, a Seleção Brasileira masculina de goalball será a primeira a estrear nas competições. A equipe verde-amarela joga contra a Lituânia já na noite desta terça, (24/8), às 21h (de Brasília).

O tênis de mesa e a natação também estreiam no primeiro dia oficial de competições do evento. As piscinas do Centro Aquático de Tóquio já revelam os primeiros medalhistas a partir das 5h desta quarta-feira, lembrando que o Brasil conta com grandes nomes, como Daniel Dias (classe S5), Carol Santiago (S12), Phelipe Rodrigues (S10), Edênia Garcia (S3) e o brasiliense Wendell Belarmino (S11).

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