Futebol

Do Guará ao ouro: Reinier é o único medalhista brasiliense em Tóquio

Meia-atacante de 19 anos nascido no quadradinho repete feito do menino de Santa Maria Felipe Anderson e comemora quarto título na carreira em dois anos no mesmo estádio japonês que consagrou os conterrâneos Kaká, Lúcio e Amoroso

Marcos Paulo Lima
postado em 07/08/2021 11:48 / atualizado em 07/08/2021 11:52
Reinier entrou em campo em cinco dos seis jogos do bi: deu assistência e acertou pênalti decisivo na semifinal contra o México -  (crédito: PEDRO PARDO / AFP)
Reinier entrou em campo em cinco dos seis jogos do bi: deu assistência e acertou pênalti decisivo na semifinal contra o México - (crédito: PEDRO PARDO / AFP)

Há dois anos, o brasiliense Reinier estreava no time profissional do Flamengo contra o Emelec do Equador, no Maracanã, no jogo de volta das quartas de final da Libertadores. Dois meses depois, balançava a rede pela primeira vez em um jogo oficial na vitória contra o Avaí, no Mané Garrincha. De lá para cá, o meia-atacante de 19 anos não para de empilhar títulos.

A medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 na vitória por 2 x 1 contra a Espanha no Estádio Internacional de Yokohama é o quarto em 738 dias como jogador profissional. Os anteriores foram o Campeonato Brasileiro e a Libertadores da América em 2019, ambos pelo clube carioca, e a Copa da Alemanha na temporada 2020/2021 vestindo a camisa do tradicional Borussia Dortmund. Reinier pode ser o único brasiliense medalhista em Tóquio. Tandara disputaria a final do vôlei feminino contra os Estados Unidos, mas testou positivo em exame antidoping e retornou ao Brasil. Se provar a inocência, o Comitê Olímpico Internacional (COI) entregará a prata ou ouro à jogadora.

Reinier iguala o feito olímpico do conterrâneo Felipe Anderson. Há cinco anos, o meia nascido em criado em Santa Maria fez parte da inédita conquista dourada contra a Alemanha, no Maracanã. Reinier também repete o sucesso de outros dois candangos. Lúcio e Kaká comemoraram o penta, em 2002, no mesmo palco da decisão deste sábado contra a Espanha. Ali, também, Amoroso ganhou o Mundial de Clubes de 2005 pelo São Paulo na decisão contra o Liverpool.

Reinier foi peça importante no projeto olímpico do técnico André Jardine. O torneio é sub-24, mas o menino é tão promissor que disputou a competição com 19. Foi o caçula do elenco. Entrou em cinco dos seis jogos. Deu assistência para o gol de Richarlison contra a Arábia Saudita, converteu o pênalti que garantiu a classificação contra o México na semifinal e deu início ao contra-ataque letal que passou pelo lançamento de Antony, a velocidade de Malcom e a finalização impecável diante do goleiro grandalhão Unai Simon.

No útlimo dia 31, Reinier usou a conta no Instagram para comemorar o segundo aniversário da estreia no time profissional do Flamengo. “Quando eu criança, sonhava demais com esse momento. Foi melhor do que eu era capaz de imaginar. Meus heróis (pais) na arquibancada, a ‘nação’ me abraçando na torcida, o grito de gol tomando conta do estádio e aquele sentimento de vitória na vida. O futebol me deu tudo e eu faço tudo por ele. Faço tudo pelos meus e por vocês. Sou um eterno garoto do ninho. Hoje (sábado) faz dois anos que eu comecei a jogar profissional e quer saber? Tô sonhando acordado. Vamos pra mais! Obrigado a todos que me acompanharam”, escreveu meia-atacante criado no Guará.

Durante os Jogos Olímpicos, o  Correio Braziliense questionou o técnico André Jardine sobre a versatilidade de Reinier e as alternativas táticas oferecidas por ele. André Jardine elogiou um de seus xodós neste ciclo olímpico. “O Reinier realmente tem esse potencial de jogar como um segundo atacante por trás do nove ou até mesmo como falso 9. Eu também o vejo assim, a gente o enxerga como um 10 à moda antiga, daqueles que se relacionam muito bem com o gol, a grande área, a parte terminal do campo”, comentou.

Com a lesão de Matheus Cunha na semifinais, Reinier passou a disputar posição com Paulinho e Malcom no ataque. Paulinho começou contra o Egito, mas foi substituído na etapa final. Malcom e Reinier terminaram a partida ao lado de Richarlison e de Gabriel Martinelli. Com a volta de Matheus Cunha, os três foram opções no banco na decisão contra a Espanha “Ele realmente é uma alternativa, uma das opções que nós podemos usar no início ou até mesmo durante o jogo. A gente tem pensado muito sobre isso”, disse Jardine.

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