O Brasil está na final dos Jogos Olímpicos pela terceira vez consecutiva, a quinta em participações no maior evento esportivo do planeta. Atual campeã, a Seleção comandada pelo técnico André Jardine passou com dificuldade pelo México nos pênaltis por 4 x 1 depois de empate por 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação nesta terça-feira e brigará pelo bi no sábado, às 8h30, no Estádio Internacional de Yokohama, contra a Espanha, que venceu o Japão, por 1 x 0, no Saitama Stadium, em Saitama. A decisão do bronze será na sexta-feira, às 8h, em Saitama.
O herói do jogo insosso foi o goleiro Santos. O herói do Athletico-PR pegou a cobrança de Eduardo Aguirre e viu Vásquez acertar a trave. Daniel Alves, Gabriel Martinelli, Bruno Guimarães e o brasiliense Reinier foram impecáveis e converteram as cobranças do Brasil. Com isso, o Brasil garantiu mais uma medalha para o Brasil. No mínimo, a prata.
Medalha de prata em Los Angeles-1984, Seul-1988 e Londres-2012; e ouro na Rio-2016, o Brasil tentará se tornar o quarto país a conquistar dois títulos consecutivos no futebol masculino. Apenas Grã-Bretanha (1908 e 1912), Uruguai (1924 e 1928), Hungria (1964 e 1968) e Argentina (2004 e 2008) conseguiram esse feito na história do torneio masculino.
O técnico André Jardine encerrou um longo suspense uma hora antes da partida. Como esperado, o centroavante Matheus Cunha foi vetado pelo departamento médico e o treinador optou pela entrada de Paulinho no ataque ao lado de Richarlison e de Antony. A escolha não funcionou. Paulinho foi substituído por Gabriel Martinelli no segundo tempo.
A Seleção dominou a maior parte do primeiro tempo e quase abriu o placar em uma finalização de Guilherme Arana. O lateral-esquerdo recebeu a bola de Bruno Guimarães depois de uma deixadinha de Claudinho e chutou cruzado, mas o goleiro Ochoa defendeu. Antony também arriscou da entrada da área em uma finalização rasteira, mas sem êxito. Ochoa voltou a interferir em uma cobrança de falta venenosa de Daniel Alves.
Aos 27 minutos, o árbitro apontou pênalti de Esquivel no volante Douglas Luiz. Richarlison pediu a bola, mas o árbitro pediu tempo para consultar o vídeo. Ele revisou o lance e canelcou a infração. A essa altura, o Brasil tinha 70% de posse de bola, mas não acertava a rede e o time passou a demonstrar desconforto com a demora para marcar.
O México aproveitou a ansiedade do Brasil para atacar no fim do primeiro tempo. Aos 41, Santos salvou a Seleção em uma finalização de Romo. Diego Carlos bloqueou uma finalização de Antuna. Na sequência, Martín cabeceou cobrança de escanteio para fora.
O segundo tempo começou truncado. Bruno Guimarães e Douglas Luiz não conseguiam fugir dos carrapatos Rodríguez e Córdova na marcação. Consequentemente, o Brasil perdia no quesito criação e velocidade. A bola chegava com mais dificuldade aos atacantes e o Brasil passou a finalizar menos. Paralelamente, o México fazia alterações e soltava o time.
Insatisfeito com a passividade do Brasil, André Jardine começou a fazer alteraçòes na tentativa de dar um choque coletivo no time. Trocou Claudinho por Reinier e sacou Paulinho para a entrada de Gabriel Martinelli. O Brasil mantinha a posse de bola, mas não conseguia finalizar. O jogo começou a ficar tenso com um desentendimento entre Loroña e Reinier. Ambos receberam cartão amarelo e a turma do deixa disso entrou em ação.
Em uma rara oportunidade no segundo tempo, Daniel Alves cruzou na medida para dentro da área e encontrou Richarlison. O camisa 10 cabeceou corretamente, tirou do goleiro, mas Ochoa contou com a sorte. A bola bateu na parte interna da trave, mas não entrou. Reinier acompanhava o lance, mas não conseguiu chegar a tempo de aproveitar o rebote. O México também respondeu de cabeça, mas o goleiro Santos estava atento.
Depois de uma prorrogação insossa e preguiçosa, a decisão foi para os pênaltis. Mais uma vez brilhou a estrela de um goleiro do Athletico-PR. Decisivo na final de 2016, Weverton, atualmente no Palmeiras, viu o sucessor dele, Santos, classificar o país para a final com uma defesa na primeira cobrança do México. Daniel Alves, Gabriel Martinelli, Bruno Guimarães e Reinier converteram.
Final contra a Espanha
Vislumbrada como a final olímpica ideal, o confronto pela medalha de ouro entre Brasil e Espanha se concretizou após a Fúria vencer o Japão, por 1 x 0. O time europeu, porém, também não teve vida fácil e, após empate por 0 x 0 no tempo normal, precisou da prorrogação para eliminar os donos da casa. O triunfo veio aos nove minutos do segundo tempo com um golaço do atacante Asensio, do Real Madrid. Com a derrota, os japoneses terão o México como adversário pelo bronze.
FICHA TÉCNICA
0 (1) MÉXICO (1-4-3-3)
Ochoa;
Loroña, Montes, Vásquez e Jesús Angulo (Mora);
Romo, Esquivel (Carlos Rodríguez) e Córdova (Ricardo Angulo);
Antuna (Lainez), Martín (Eduardo Aguirre) e Vega (Alvarado)
Técnico: Jaime Lozano
0 (4) BRASIL (1-4-3-3)
Santos;
Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana;
Douglas Luiz (Matheus Henrique), Bruno Guimarães e Claudinho (Reinier);
Antony, Richarlison e Paulinho (Gabriel Martinelli)
Técnico: André Jardine
Local: Kashima Stadium
Cartões amarelos: Montes, Lainez, Loroña, Romo, Martín (México), Diego Carlos, Bruno Guimarães, Antony, Reinier, Douglas Luiz (Brasil)
Público e renda: portões fechados
Árbitro: Georgi Kabakov (Bulgária)
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