Nova Geração

'Team USA' chega para renovar o atletismo pós-Bolt em Tóquio-2020

A modalidade continua em busca de uma nova estrela, mas a sucessão do jamaicano não é nada simples e os candidatos terão dificuldades

Os Estados Unidos ameaçam estar muito presentes nos pódios das provas de atletismo dos Jogos de Tóquio, os primeiros desde a aposentadoria do mito jamaicano Usain Bolt, em meio à chegada de uma nova geração.

Nos 'Trials' (pré-seleção do atletismo americano para estes Jogos) do final de junho em Eugene, a meca desse esporte nos EUA, foi dado o tom que poderá dominar nos próximos dez dias no estádio olímpico.

Com dois recordes mundiais (Sydney McLaughlin nos 400m com barreira feminino, Ryan Crouser no arremesso de peso) e uma enxurrada de resultados fora do comum, os americanos têm mostrado claramente suas ambições e deverão dominar o quadro de medalhas do esporte número 1 dos Jogos Olímpicos.

O símbolo mais importante da força atual do 'Team USA' podem ser as provas de velocidade e principalmente os 100 metros, a mais esperada pelo grande público e na qual as estrelas costumam surgir. Foi nelas que Usain Bolt reinou nos Jogos Olímpicos em três edições consecutivas: Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.

A modalidade continua em busca de uma nova estrela, mas a sucessão do jamaicano não é nada simples e os candidatos terão dificuldades.

Com Trayvon Bromell, melhor tempo do ano (9,77) nos 100 metros, acompanhados por Ronnie Baker e Fred Kerley, os Estados Unidos são francos favoritos apesar da ausência do campeão mundial Christian Coleman, suspenso por três 'no shows' nos testes anti-doping.

"Bolt mostrou o caminho e agora cabe a outros escrever sua história", disse Bromell antes de voar para o Japão.

Os americanos também estão prontos para brilhar nos 200m, com Noah Lyles, Kenny Bednarek e o fenômeno Erriyon Knighton, de 17 anos, que é mais rápido em sua idade do que Bolt era em seus dias.

Em busca de recordes 


No feminino, os Estados Unidos, que não conquistam o ouro nos 100 metros desde Atlanta-1996 quando venceram com Gail Devers, apostavam fortemente em Sha'Carri Richardson, atleta com potencial esportivo e de marketing incomparável. Mas a velocista de 21 anos não pôde viajar a Tóquio devido a um teste positivo que apontou uso de maconha. Com isso, tudo indica que haverá um duelo jamaicano entre a bicampeã olímpica Shelly-Ann Fraser-Pryce (ouro em 2008 e 2012) e Elaine Thompson (ouro 2016).

Aos 34 anos, Fraser-Pryce, que em junho se tornou a segunda mulher mais rápida da história (10 segundos e 63 centésimos) atrás da americana Florence Griffith-Joyner, pode ser a primeira mulher a conquistar três ouros olímpicos nos 100 metros.

Allyson Felix, a americana com nove pódios nas Olimpíadas, estará na pista para tentar superar a jamaicana Merlene Ottey como a atleta com mais medalhas olímpicas.

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