O brasileiro Gabriel Medina desembarcou na tarde desta quinta-feira, no Aeroporto de Guarulhos, ainda irritado com a derrota para o japonês Kanoa Igarashi na semifinal do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Depois de evitar comentar a avaliação dos juízes, o bicampeão mundial disse que na opinião dele foi o vencedor do confronto.
"Assisti à bateria. Até por isso segurei minhas palavras antes. Não queria falar sem ter assistido. Comparando as duas melhores ondas minha e dele, eu venci a bateria. É difícil falar. Estou triste mesmo. Quero continuar trabalhando porque ainda tem o Mundial. Não quero deixar isso me abalar. Recebi apoio do Brasil inteiro, isso só me fortalece e, se Deus quiser, vou trazer mais orgulho para nós", comentou na chegada ao Brasil.
Igarashi, que fala português, aproveitou a vitória para provocar o brasileiro. Sobre os protestos que aconteceram, o japonês escreveu no Twitter: "Chora, chora porque eu estou feliz". Medina rebateu: "Tem que ter paciência, enfim. Fazer palhaçada depois que ganha é fácil. Todo mundo se respeita no circuito. Ganhei inúmeras vezes dele e nunca brinquei. Prefiro trabalhar em silêncio, fazer o meu e focar", comentou.
Medina terminou a competição de surfe em Tóquio na quarta colocação. Ele ainda perdeu a disputa do bronze para o australiano Owen Wright. Mas o que ficou engasgado foi a nota 9,33 dada a Igarashi nos segundos finais da bateria da semifinal. No início da bateria, Medina havia pegado onda semelhante, dado um aéreo com grau de dificuldade maior e a nota dos juízes foi 8,43.
"Era um objetivo que eu tinha (trazer a medalha). Treinei todo este ano para conquistar essa medalha. Ia ser incrível estar com o Ítalo na final. Queria aproveitar e parabenizar ele, que representou muito bem a gente. É isso, aconteceu aquilo. Fico muito triste, chateado. Mas agora é bola para frente, a vida tem que seguir", afirmou.
O brasileiro agora volta às atenções para o Mundial de surfe. Ele lidera a classificação e voltará a competir no dia 10, no México. A expectativa, também, é seguir competindo em alto nível para estar na próxima edição dos Jogos Olímpicos, em Paris, em 2024. O surfe está confirmado para acontecer em Teahupoo, no Taiti, uma onda tubular e que o brasileiro já venceu duas etapas por lá. "Espero estar nas próximas Olimpíadas no Taiti, que é uma onda que amo. Ainda há bastante tempo, três anos, mas o meu sonho começa desde agora", finalizou.