A Rússia, uma gigante do esporte, está competindo nas Olimpíadas de Tóquio a com a sigla ROC, abreviatura em inglês para Comitê Olímpico Russo, como forma de punição pelo escândalo de doping descoberto em 2015. Porém, esta não foi a única sanção, os atletas do país também não podem usar a a bandeira russa e nem executar o hino. As sanções também irão atingir a Copa do Mundo de futebol no Catar, em 2022, e os jogos de inverno de Pequim, também no ano que vem.
Entenda a punição
As sanções, definidas em 2020 pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), definiu que a Rússia perderá os direitos de participar de todas as competições internacionais por dois anos. A decisão encurtou uma outra de 2019, da Agência Mundial Antidoping (Wada), que tinha definido que a punição seria de quatro anos.
A decisão não atinge atletas que não estavam envolvidos no escândalo e que comprovem que não estão dopados. Por isso, os russos estão competindo nas Olimpíadas de Tóquio. Porém, eles competem como atletas neutros.
Por isso, elas usam a bandeira do Comitê Olímpico Internacional, o nome de Comitê Olímpico Russo e ao ganhar alguma medalha, não é tocado um hino e sim um trecho de "Concerto para piano e orquestra nº 1", de Piotr Ilitch Tchaikovski, um dos maiores compositores do país.
Até o momento, os russos conseguiram 24 medalhas nos jogos e estão em quarto lugar no ranking geral, com sete de ouro, 10 de prata e sete de bronze. A meta do Comitê Russo é superar o resultado conquistado nas Olimpíadas do Rio e terminar a disputa em terceiro lugar. No Rio, eles finalizaram na quarta posição, atrás dos Estados Unidos, Reino Unido e China. Ao todo, conquistaram 56 medalhas, sendo 19 de ouro.
E já começaram bem. Na ginástica masculina, eles conseguiram um resultado que não era alcançado há 25 anos, a medalha de ouro na disputa por equipes. A dobradinha veio com a equipe feminina que também conseguiu o ouro que não era alcançado desde 2002.
Nesta quarta-feira (28/7), os russos esbanjaram mais uma vitória. Dessa vez contra a Seleção Masculina de Vôlei do Brasil. Nas redes sociais, muitas pessoas estavam indignadas porque a punição da Rússia ainda permite que os atletas compitam.
O escândalo
O relatório McLaren, encomendado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) em 2016, mostrou que mais de mil atletas russos de 30 modalidades foram beneficiados em um sistema de doping financiado pelo governo russo. As ilegalidades teriam ocorrido entre 2011 e 2015.
Apesar da descoberta do esquema e da vergonha mundial, ainda há suspeita que a Rússia continue a manipular dados de exames. Em 2019, quando a Wada finalmente teve acesso as arquivos armazenados no principal laboratório que fazia as adulterações, a agência percebeu que os dados tinham sido alterados. De acordo com a entidade, a manipulação prejudicou a investigação de 145 atletas russos sob suspeita.
Nestas Olimpíadas, os atletas russos forma os mais testados no exame antidoping, segundo a Agência Internacional Antidopagem. Ao todo, 335 atletas russos foram credenciados para participar dos jogos.
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