A derrota de Maria de Portela na categoria até 70kg é mais uma polêmica envolvendo as decisões da arbitragem em disputas com presença brasileira. Na madrugada desta quarta-feira (28/7), a judoca do Rio Grande do Sul foi eliminada diante da russa Madina Taimazova, ao receber o terceiro shido, punição do judô por falta de combatividade. A decisão foi muito questionada por torcedores nas redes sociais, que lembraram de outras modalidades em que os atletas do Brasil teriam sido prejudicados.
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Um dos nomes mais experientes da delegação brasileiro de judô, Maria Portela chegou às oitavas de final com a moral elevada. A gaúcha não hesitou em partir para cima de Taimazova, número 14 do mundo. Buscando agarrar o kimono da adversária, Portela chegou a derrubar e imobilizar a russa diversas vezes, porém, a arbitragem não considerou as investidas como suficientes para considerar como pontos.
Com o tempo normal se esgotando, as duas atletas foram se cansando, o ritmo da luta caiu e a decisão foi para o golden score, a prorrogação da modalidade. Sem grandes ações nos primeiros minutos da etapa extra, tanto a brasileira quanto a russa foram penalizadas por falta de combatividade. Passados pouco mais de três minutos, Portela e Taimazova foram novamente punidas pela falta de agressividade, gerando clima de nervosismo em Budokan.
A luta agora precisaria seguir um ritmo intenso, pois uma nova punição para qualquer um dos lados resultaria em desclassificação. Assim, Maria Portela buscou o contato, golpeou a russa e a colocou no chão. O lance foi analisado pelo VAR como potencial waza-ari, mas a arbitragem mandou o combate seguir. Na marca dos 14 minutos, depois de diversas investidas, a brasileira sofreu mais uma penalização e, automaticamente, deu adeus à disputa individual por medalha.
A decisão foi veemente contestada por diversos torcedores brasileiros e também pelos comentaristas de judô da TV Globo. Para o vice-campeão olímpico Tiago Camilo, Portela foi “claramente prejudicada” tanto no golpe não considerado, quanto na terceira punição.
No Twitter, Flávio Canto, medalhista de bronze em Atenas 2004, se manifestou: “Não darem o wazari pra Portela.. pra que serve o VAR? Francamente. Lamentável.”
Ao fim do longo combate, Maria Portela conversou aos choros com a TV Globo e lamentou ter ficado pelo caminho. "Me desculpa a todo mundo que acreditou em mim. Eu sei que tinha que ter brigado, eu acho que dei tudo ali em cima. Mas não deu mais uma vez., disse emocionada.
Mesmo em meio à decepção, Portela ainda tem chances de ir ao pódio nos Jogos de Tóquio. Na sexta-feira (30/7), às 23h, haverá, pela primeira vez na história da modalidade em Olimpíadas, a disputa de equipes mistas.
Sequência do judô brasileiro em Tóquio
O Brasil não conseguiu avançar às finais do quinto dia de disputas do judô, mas volta a competir nesta quarta-feira (28/7), a partir das 23h. Os representantes do país serão Rafael Buzacarini, pela categoria até 100kg, e Mayra Aguiar, até 78kg.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima